São Paulo – Envolvendo muito mais do que a alimentação, o veganismo está longe de ser uma mera moda passageira.
O estilo de vida, que consiste em não consumir nem utilizar nada que contenha componentes de origem animal ou que tenha sido testado em bichos, tem se difundido cada vez mais no país e no mundo.
Com isso, é claro, aparecem ótimas oportunidades de negócio, para atender não só a demanda da alimentação, mas também de vestuário e até cosméticos. Para quem se interessa pelo tema, especialistas e empreendedores garantem: há espaço para investir.
Cosméticos
Pioneira no ramo de cosméticos veganos, a Surya Brasil é uma média empresa com mais de 20 anos de mercado, que sempre atuou com produtos naturais e orgânicos. Em 2006, ela passou a ser totalmente vegana.
Vegetariana, a co-fundadora da empresa Clelia Angelon conta que a criação da marca é fruto do desejo de dar início a um negócio ético e ao mesmo tempo promissor.
A empreendedora começou trabalhando com henna (uma espécie de coloração natural) da Índia. “Começamos com a henna em pó e creme e isso nos deu a chance de entrar em 40 países”, afirma a empresária, destacando que em 2015 as exportações cresceram 60% em relação ao ano anterior.
Depois de um tempo Clelia resolveu expandir o negócio. Hoje, a marca também oferece produtos como shampoos, hidratantes e até mesmo esmaltes.
A fundadora explica que a marca também leva a sério as questões de responsabilidade socioambiental. Por isso, usa insumos de agricultura orgânica. Além disso, a marca criou o Instituto Surya Solidária, entidade com foco na proteção animal e conservação ambiental.
Ainda que a empresa tenha se estabelecido há duas décadas, para Clelia, o crescimento desse mercado passou a ser mais expressivo nos últimos dois anos, com um aumento de feiras e eventos para esse público.
A empresária destaca, inclusive, que o crescente interesse por esses produtos não é exclusividade dos veganos. “Se dois produtos têm boa performance e os melhores preços, mesmo as pessoas que não são veganas tendem a escolher aquele que não faz testes em animais. As pessoas têm se voltado muito aos animais, o que é uma mudança de estilo de vida do consumidor”.
Oferta x demanda
Ainda que não haja pesquisas específicas sobre o número de veganos no Brasil, é possível ter uma pista do crescente interesse pelo assunto. Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2012 indicou que 8% da população do Brasil se declarava vegetariana – neste estilo de vida, a pessoa não come carne, mas continua consumindo produtos de origem animal, como ovos e laticínios.
Outro levantamento, realizado por meio do Google Trends, revelou que, em quatro anos, o volume de buscas pelo termo “vegano” cresceu 1.000% no país. A pesquisa foi feita pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), entidade que desde 2003 se dedica a promover o vegetarianismo no país e que já conta com mais de 120 mil apoiadores.
“Nos últimos cinco anos, temos visto um aumento nas buscas e no interesse pelo tema que vai de 150% a 250% ao ano. A estimativa que imaginamos é continuar nesse ritmo”, afirma Guilherme Carvalho, secretário executivo da SVB.
Segundo ele, a oferta de produtos para este público não tem sido capaz de acompanhar o crescimento da demanda. “A demanda cresce exponencialmente e ainda é maior que a oferta. Com isso, as oportunidades de empreendimento nessa área são muito promissoras e devem crescer mais a cada ano”.
Alimentação
Esse crescimento tem sido notado também pela Superbom, uma das maiores marcas de alimentos vegetarianos e veganos do país. Com 90 anos de mercado e 95 produtos distribuídos em mais de 25 mil pontos de vendas, a empresa de médio porte viu no veganismo um impulso importante para seu crescimento.
“Com o crescimento do movimento nos últimos dez anos, pensamos: ‘Se já fabricamos para vegetarianos, por que também não incluir os veganos?’. Começamos então a desenvolver alimentos para os dois públicos”, explica Cristina Ferreira, gerente industrial da empresa.
Segundo ela, esse mercado se expandiu ainda mais nos últimos três anos, crescendo cerca de 30% anualmente. Para a gerente, um dos grandes destaques no ramo tem sido a mudança de perfil dos consumidores.
“Antes o público se mostrava mais conservador, buscando alimentos, mas querendo prepará-los em casa. Nos últimos anos a praticidade tem tomado conta e passamos a oferecer mais produtos prontos para consumo, como proteínas vegetais e snacks”.
Outra mudança chave em relação aos consumidores é a forte presença de outro público, além dos veganos, destaca Cristina.
“Nunca houve tantos problemas com alergias e doenças relacionadas à alimentação. Por isso, nosso objetivo é também atender a essas necessidades e oferecer produtos funcionais”.
Exportando para a Alemanha e com planos de exportar também para o Paraguai, a Superbom fechou 2015 com aumento de 17,5% no faturamento em relação ao ano anterior. A expectativa para 2016 é de crescer mais e chegar a 22,5%.
“O que mais tem facilitado nosso crescimento é a demanda. Com ela, podemos mostrar para os investidores relatórios que provam que há mercado para crescer mais. O veganismo é um movimento que veio para ficar e tem muito a crescer”, completa Cristina.
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1. Um negócio depois do expediente
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São Paulo – Ter seu próprio negócio é o sonho de muitos brasileiros. Porém, largar o emprego para mergulhar de cabeça em uma
ideia é uma atitude arriscada, especialmente durante
uma época em que arranjar um trabalho fixo está difícil. Pesando tudo que poderia dar errado, muitos abandonam seu desejo de empreender. Mas não precisa ser assim. Há diversos empreendimentos que podem ser administrados nas horas vagas. Inclusive, essa é uma boa maneira de ver se ser
empreendedor é para você: é comum que donos de negócio comecem com um projeto paralelo e, se o sucesso estiver no horizonte, abandonem o emprego para se dedicar integralmente. Está sem ideias sobre o qual tipo de empreendimento pode ser tocado durante o fim de semana? EXAME.com consultou quatro especialistas e elencou 12 ideias de negócios que são perfeitas para as horas vagas. Os entrevistados são Adriano Augusto, consultor do Sebrae-SP; Bento Costa, coordenador do MBA Marketing e Varejo do Ibmec-DF; Letícia Menegon, professora e coordenadora da Incubadora de Negócios da ESPM; e Talita Lombardi, empreendedora serial e fundadora do MeninaExecutiva.
Navegue pelos slides acima e confira quais são esses empreendimentos.
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2. 1 — Cabelo e maquiagem em casa
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Você tem talento para fazer boas maquiagens e bons penteados? Esses serviços são típicos do fim de semana: a maior demanda está concentrada no sábado e no domingo, já que eventos mais sofisticados também ocorrem nesses dias. Não é nem preciso adquirir um ponto comercial: muitos empreendedores do ramo atendem na própria casa do cliente. "Conheço uma empreendedora que ganhava mais com esse projeto paralelo do que na empresa em que ela trabalhava na semana, como consultora de marketing. Quando ela virou mãe, largou o emprego fixo e passou a trabalhar de sexta a domingo, quando o pai poderia cuidar dos filhos", conta Menegon, da ESPM.
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3. 2 — Café em duas rodas
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Montar uma bicicleta que vende cafés é uma boa alternativa de empreendimento de final de semana: elas pedem um investimento inicial menor do que os food trucks e, como eles, podem se instalar em praças ou ruas de grande movimento. Com o tempo, o dono do bike café pode começar a atender pedidos de eventos empresariais e festas. "Dedicando-se mais, pode chegar a um ponto em que o empreendedor deve se perguntar: vale a pena ou não largar o emprego por isso?", pondera Menegon.
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4. 3 — Consertos e assistências em informática
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Você tem habilidade para consertar celulares ou computadores, ou consegue prestar consultoria nesta área? Esse é um bom tipo de negócio não apenas para o fim de semana, mas também para qualquer horário vago, afirma Costa, do Ibmec-DF. Dependendo do prazo de entrega, é possível fracionar o trabalho e continuar os consertos outro dia, ou restringir a consultoria sobre informática apenas para o fim de semana.
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5. 4 — Consultorias e palestras
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Que tal aproveitar sua área de especialização para montar um empreendimento? O grande diferencial em ter sua própria consultoria ou sua própria empresa de palestras como negócio de fim de semana é o retorno rápido: você já está capacitado, então todo o investimento é direcionado apenas para divulgação da sua marca e preparação de materiais. “No final de semana, você pode implementar treinamentos e dar palestras para pequenos e médios empreendimentos ou para pessoas físicas. Nas empresas grandes fica mais difícil, porque há muita concorrência e muitos funcionários para treinar”, explica Lombardi, do MeninaExecutiva. Porém, a empreendedora faz um alerta: não forneça serviços para um negócio que for concorrente da empresa onde você trabalha de segunda a sexta-feira. “É preciso ter ética e priorizar sua principal fonte de renda.”
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6. 5 — Decoração e móveis planejados
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A produção de objetos de decoração e de móveis planejados por encomenda é uma atividade que pode muito bem ser tocada no fim de semana. Como há uma demanda restrita e é um produto artesanal, é possível realizar a produção apenas nas horas vagas, ganhando uma boa renda por conta da customização. "Isso é especialmente verdade quando os projetos unem conceitos inovadores e específicos, como a inclusão de aspectos sustentáveis", explica Menegon, da ESPM.
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7. 6 — Doces e salgados por encomenda
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Cozinhar doces e salgados é um empreendimento paralelo bem tradicional: muitas pessoas aproveitam seus dotes culinários para conseguir uma renda extra. Para dar conta do negócio apenas nas horas vagas, o segredo é trabalhar apenas com encomendas. Dessa forma, o empreendedor pode analisar se consegue assumir o serviço ou não, evitando surpresas que prejudicariam seu emprego fixo. Dentro das encomendas, a produção para festas é especialmente indicada: afinal, elas já costumam acontecer no fim de semana, diz Augusto, do Sebrae/SP. “A dedicação ao empreendimento fica muito mais focada no sábado e no domingo, já que é preciso produzir um dia antes ou no próprio dia do evento atendido". Já se o dono do negócio atendesse pequenas padarias, por exemplo, ele arriscaria ter de trabalhar durante a semana também. Com os contatos certos, é possível faturar até com os doces e salgados mais tradicionais. Porém, caso haja muita concorrência na região onde você mora, é preciso inovar e oferecer doces e salgados com algum diferencial. “Uma amiga minha, por exemplo, produz no fim de semana ‘geladinhos’ alcoólicos e vende para festas. Agora, está começando a aparecer até demanda para o resto da semana”, conta Lombardi.
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8. 7 — Ensinar quem tem medo de dirigir
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Você sabe dirigir bem? Então, uma boa dica de empreendimento é montar um negócio que dê aulas de direção para quem já tem uma carteira de motorista, mas ainda se sente inseguro no volante. Este é um negócio que se potencializa durante o fim de semana, diz Augusto. “As pessoas trabalham na semana e têm medo de dirigir à noite, então oferecer as aulas no sábado e no domingo é uma boa opção, inclusive pelo trânsito ser mais sossegado”, explica o consultor do Sebrae-SP.
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9. 8 — Planejamento e serviços para eventos
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Assim como fazer doces e salgados para festas, fornecer outros serviços fara festas e até planejá-las pode ser um bom empreendimento de fim de semana: afinal, a maioria das celebrações ocorre no sábado ou no domingo. Enquanto Augusto, do Sebrae-SP, cita atividades complementares aos eventos, como decoração de buffets e entretenimento, Costa ressalta a possibilidade de coordenar a festa em si. “Você pode tocar os eventos no sábado e no domingo, e isso o não impede de manter seu emprego até que você se fixe nesse mercado. Com o tempo, dá para contratar funcionários e planejar celebrações mais sofisticadas”, diz o docente do Ibmec-DF.
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10. 9 — Produção artesanal e venda digital
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O fim de semana pode ser dedicado a produzir produtos com base no seu talento: desde bijuterias até bonecas de pano, mosaico e bordados, por exemplo. “Nas horas vagas você pode desenvolver as bijuterias que irá vender”, explica Lombardi, do MeninaExecutiva. A empreendedora recomenda, inclusive, apostar no potencial da internet caso você não tenha tantos contatos para também vender no fim de semana. Por meio de uma loja virtual, é possível anunciar o que você produziu e agendar ações de marketing nas redes sociais. Na semana, seu único trabalho será despachar o produto vendido ou lidar com emergências ocasionais.
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11. 10 — Produtos e serviços voltados ao lazer
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Ter um negócio que esteja próximo de locais de lazer é uma boa pedida para o fim de semana: afinal, o grande fluxo de público costuma ocorrer no sábado e no domingo. Como exemplos, Augusto cita alugar bicicletas, ter carrinhos de comida, fornecer estacionamento e lavagem de veículos. “Esses empreendimentos podem estar em um estádio de futebol ou em um parque, por exemplo. A própria conveniência de localização do produto ou do serviço pode criar demanda", diz o consultor.
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12. 11 — Turismo na sua própria cidade
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Você mora em uma cidade que recebe muitos turistas? Então, montar um serviço que os atenda é uma boa pedida de empreendimento de fim de semana. “As pessoas costumam só ter tempo livre para ir ao litoral ou às montanhas nos fins de semana e nos feriados. Por isso, só costuma valer a pena abrir as portas nesses dias”, explica Augusto. Alguns exemplos de negócios que se encaixam nesta categoria são restaurantes, guias turísticos e serviços atrelados a locais de destaque (como fotografia e venda de artesanato relacionado).
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13. 12 — Vendedor porta a porta
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Ser um vendedor porta a porta é uma atividade que casa bem com o fim de semana: além de você poder definir os horários de trabalho, as pessoas estão mais receptivas para olhar e testar seus produtos durante as horas de lazer.
Menegon conta que essa também é uma atividade que pode se tornar um grande empreendimento no mundo. "Conheço um amigo que começou a vender tanto que montou uma loja, por exemplo." Porém, há um ponto de atenção: antes de tentar vender os produtos para seus colegas do emprego fixo, converse muito bem com sua empresa. A grande maioria das corporações não permite que os funcionários passem um tempo do expediente fazendo outras vendas - e isso pode levar até a uma demissão por justa causa. "Analise muito bem a postura ética da empresa e também a sua", completa a professora da ESPM.
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14. Procurando empreendimentos simples? Então, veja:
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