Sapato da loja 33e34: negócio surgiu da necessidade da própria criadora em achar sapatos na sua numeração (33e34/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 14h05.
Última atualização em 4 de janeiro de 2017 às 14h05.
São Paulo – O interesse das grandes empresas pelas startups foi uma tendência em 2016 – e promete continuar assim neste ano.
Um dos casos mais recentes envolveu a gigante Dafiti e a pequena empresa 33e34: os negócios acabaram de assinar um contrato para atingir mais mulheres que calçam sapatos nessas duas numerações.
Os sapatos produzidos pela startup de nicho serão comercializados dentro do marketplace da Dafiti, que é um dos expoentes do e-commerce de moda na América Latina. A loja virtual comercializa 200 mil produtos em quatro países (Argentina, Brasil, Chile e Colômbia).
“Esta parceria é um grande marco na nossa história. Nossa atuação em um e-commerce de nicho, atendendo mulheres que enfrentam enorme dificuldade para encontrar sapatos 33 e 34, chamou a atenção da Dafiti”, explica Tania Luz, fundadora da 33e34, em informe para a imprensa.
“A Dafiti passa agora a ter em seu mix de ofertas uma coleção com diversos modelos de scarpins, sandálias, botas, pump e oxford nas numerações com que trabalhamos”.
A loja virtual da 33e34 disponibiliza hoje mais de 230 modelos de 16 marcas, como Luiza Barcelos, Ballasox, Vicenza, Converse e Esdra. Sua marca própria foi criada no ano passado e possui 54 modelos de sapatos.
De acordo com a empreendedora, esses primeiros meses dentro da Dafiti serão de mensuração de resultados, e não há uma meta específica de venda.
Para 2017, a startup pretende faturar entre 3,2 e 3,5 milhões de reais, considerando tanto os canais online quanto o ponto físico - a loja-conceito 33e34Experience, que deve ter ganhar outra unidade neste ano.
A 33e34 surgiu de uma necessidade da própria empreendedora em achar sapatos na numeração 33.
“Eu sempre digo que a loja nasceu de um projeto meio egoísta, de resolver uma necessidade minha. Mas, com o tempo, eu fui percebendo que não era um problema apenas meu: muitas mulheres usam essa numeração. É uma dor compartilhada”, contou Tania a EXAME.com.
Mesmo tendo nascido da experiência pessoal de Tânia, o negócio comprou uma pesquisa de mercado para avaliar a demanda por sapatos dessa numeração. O estudo revelou que, no Brasil, era um mercado de cinco milhões de mulheres.
A loja foi aberta em janeiro de 2015, já com um investimento-anjo em um valor aproximado de 300 mil reais. Em maio de 2015, o grupo Mulheres Investidoras-Anjo (MIA) fez o segundo investimento na loja virtual, de valor não informado. Em novembro desse mesmo ano, a 33e34 conquistou mais um aporte, no valor de 225 mil reais, capitaneado pelo investidor-anjo Marco Poli e completado por investidores menores.
O investimento mais recente, realizado pela Bossa Nova Investimentos, elevou o acumulado de investimentos da 33e34 para quase 1 milhão de reais.
Além de Tania, lideram o negócio os empreendedores Luiz Pavão, da área de logística; Rodrigo Kray, que tem experiência no setor calçadista e cuida de produtos e coleções; e Thiago Luz, o marido de Tania, que é chefe de usabilidade e desenvolvimento da plataforma.
O negócio foi eleito uma das 15 startups que marcaram o ano de 2015, segundo especialistas consultados por EXAME.com.