EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 15h33.
São Paulo - O MercadoLivre oficializou nesta terça-feira (11/01) o lançamento do MercadoShops, ferramenta com versão gratuita que permite ao pequeno e médio empreendedor montar sua loja na internet.
O pacote inclui hospedagem da loja online, ferramentas para personalização de layout, além de recursos que facilitam a administração das vendas e a promoção dos produtos.
Por enquanto, os empresário que optarem pela solução são obrigados a utilizar o MercadoPago, sistema de pagamento online do Mercado Livre, como meio de pagamento dos produtos.
Além da versão gratuita, o MercadoShops tem uma versão paga, por 99 reais mensais, que dá direito a recursos adicionais, além de ser isenta da publicidade – na versão grátis, são exibidos links patrocinados de outros anunciantes, incluindo grandes varejos e potenciais concorrentes.
Segundo Helisson Lemos, diretor geral do MercadoLivre no Brasil, o serviço já era oferecido informalmente pela empresa a alguns “milhares” de vendedores, mas com o lançamento oficial deve aumentar significativamente seu alcance.
Embora o MercadoLivre tenha nascido como um serviço de classificados online voltado a pessoas físicas interessadas em vender produtos usados a outras pessoas físicas, hoje a grande maioria dos vendedores que concretizam negócios por meio da plataforma são pequenos e médios empresários. Cerca de 90% das transações são vendas de preço fixo e 80% dos produtos vendidos pelo site são novos, contra 20% de usados. “Mais de 50% dos anúncios feitos na plataforma são de pessoa jurídica. Quando falamos em vendas efetuadas, o número é ainda maior”, conta Lemos.
Com mais de 50 milhões de usuários, a plataforma tem um vendedor para cada quatro compradores cadastrados. “A internet não é só dos grandes varejistas”, destaca Stelleo Tolda, COO do MercadoLivre. A plataforma tem vendedores de perfis distintos, desde empreendedores que fazem toda a logística sozinhos até lojistas que chegam a faturar mais de 1 milhão de reais mensais com as vendas feitas por meio da plataforma, com dezenas de funcionários dedicados às operações.
Embora a estratégia de incentivar os empreendedores a abrir suas próprias lojas fora da plataforma de classificados possa parecer contraditória, ela permite ao MercadoLivre diversificar suas fontes de receita e tornar-se menos dependente do seu negócio tradicional. “Sabíamos desde o início que a maior parte das vendas da internet aconteceriam fora do Mercado Livre, por isso nos posicionamos para atuar no ecossistema de outras formas”, justifica Tolda. A empresa se inspirou no gigante eBay, que hoje já fatura mais com a sua plataforma de pagamentos PayPal do que com o site de leilões.
Atualmente, cerca de um quarto da receita da companhia – que ultrapassou 200 milhões de dólares em 2010 - vem do MercadoPago enquanto os três quartos restantes vêm das transações de compra e venda e links patrocinados. Apesar dos esforços para disseminar o uso do MercadoPago, Tolda acredita que ainda há espaço no mercado para que a área de negócios tradicional da companhia cresça à taxa de 30% nos próximos anos, acompanhando o aumento do número de internautas no Brasil.