Mercado pet: MEIs são 78% dos negócios no Brasil (Thomas Barwick/Getty Images)
Nos últimos 10 anos, o número de pequenos negócios ligados à comercialização de produtos e de serviços voltados para animais domésticos tem apresentado crescimento ano a ano e os microempreendedores individuais (MEI) têm sido os grandes responsáveis por esse boom, segundo levantamento realizado pelo Sebrae, com base em dados da Receita Federal.
Atualmente, são aproximadamente 83,4 mil negócios ligados ao segmento pet, contra 18 mil, em 2012, o que representa um incremento de 363% no período analisado. Desse total, 78% (65,4 mil) são de microempreendedores individuais que atuam com comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação ou de medicamentos veterinários.
“Mesmo antes do início da pandemia esse era um nicho que vinha crescendo de forma sustentável e que se tornou uma opção de negócio para milhares de brasileiros que se identificam com esse segmento. A pandemia reforçou ainda mais essa tendência”, afirma o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Apenas entre os anos de 2020 e 2021, foram criados cerca de 22,9 mil CNPJ em atividades ligadas ao mercado pet, o que corresponde a cerca de 27% do total existente. Esse crescimento pode ser confirmado pelos resultados apresentados nas pesquisas de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizadas pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), que revelaram que as atividades ligadas aos pet shops estiveram entre as menos impactadas pela crise.
A 13ª edição e última desse estudo, realizada em novembro do ano passado, revela que 90% dos petshops estão em funcionamento e que são os que mais funcionam sem alterações, quando comparado ao período da pré-pandemia, com 48% declarando essa situação. Melles ainda chama a atenção para o fato de que enquanto a média de queda de faturamento nos pequenos negócios estava em -30%, em novembro de 2021, no segmento pet o resultado era de -19%. Apenas o Agronegócio e a Indústria apresentaram uma queda inferior, respectivamente de -11% e -17%.
“Os impactos menores de queda de faturamento no segmento e o aumento do número de pessoas que procuraram adotar ou comprar um animal doméstico são mais alguns dos estímulos para o crescimento dos petshops no país e a tendência é que essa seja uma atividade com boas perspectivas para 2022”, ressalta o presidente do Sebrae.