Cabelos: o Brasil tem cerca de 532 mil pequenos negócios no segmento de beleza (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2015 às 12h00.
A vaidade feminina e masculina alimentam um mercado em ascensão que movimenta mais de R$ 38 bilhões por ano no Brasil.
Uma das categorias que mais cresceu acompanhando esta tendência foi a formalização de Microempreendedores Individuais (MEIs), profissionais que faturam até R$ 60 mil por ano.
Entre os anos de 2010 e 2015, o número de registros nesse segmento teve um incremento de 567%, passando de 72.309 para 482.455 em janeiro deste ano, segundo dados do Sebrae Nacional.
É o caso da microempreendedora Denise Aparecida Cesário Ferreira, que aprendeu a trançar cabelos com a mãe aos 11 anos. Em 2011, ela decidiu não trabalhar mais para terceiros e abriu o próprio negócio, o salão Afro Style, em Bauru (SP), especializado na beleza negra.
Aos 22 anos, ela conta com ajuda do Sebrae para fazer a correta gestão do salão. “Ainda tenho dificuldades em organizar o fluxo de caixa da empresa e fazer a divulgação dos meus serviços. O Sebrae tem me ajudado muito”, diz.
O exemplo de Denise não é um caso isolado.
De acordo com dados do Sebrae, o Brasil tem cerca de 532 mil pequenos negócios no segmento de beleza, incluindo MEI, microempresas e empresas de pequeno porte de cabeleireiros e outras atividades de tratamento de beleza.
O número cresceu quase cinco vezes em relação a 2010, quando havia um pouco mais 113 mil pequenos negócios do ramo.
Os cabeleireiros formam a segunda maior categoria deste tipo de empreendedor, atrás somente de vendedores de roupas.
Para se capacitarem, os microempreendedores individuais poderão, até o próximo sábado (dia 18), participar de cursos e oficinas, tirar dúvidas e assistir palestras gratuitas sobre empreendedorismo, segurança alimentar, tributação, legislação, entre outros assuntos.
As atividades fazem parte da Semana do Microempreendedor Individual, promovida pelo Sebrae simultaneamente nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal desde o dia 13.
O evento, em sua sétima edição, é considerado o maior voltado para essa categoria de donos de negócios.
Cleone Castelo Alves, a Cleo, tem 56 anos e trabalha como manicure há mais de 30 anos como autônoma. Registrou-se em 2011 como MEI por conselho de um amigo contador.
Ela explica que no salão onde presta serviços isso não faz muita diferença porque a comissão é dividida entre todas as profissionais, mas o novo status jurídico deu a ela o inesperado: começou a sonhar com o próprio negócio.
“Meu amigo me contou que teria mais facilidade para abrir o meu o próprio salão, empregar uma ajudante e até ter crédito mais fácil no banco. Aí, comecei a pensar em me aprofundar e fazer cursos de especialização como design de sobrancelha ou massagista. Também recebo o jornal do Sebrae e sempre vejo os cursos que eles oferecem. A gente precisa saber das coisas para realizar os sonhos, né? Ainda hei de conseguir o meu", destaca.
A indústria da beleza cresce em torno de 10% ao ano desde 2001 e o faturamento líquido sobre vendas passou de R$ 4,9 bilhões em 1996 para R$ 38 bilhões em 2013, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre 2008 e 2012, o segmento teve um crescimento três vezes maior do que o PIB mundial: 12,4% contra 4,1%. Segundo a ABIHPEC, o setor contribui com 1,8% do PIB brasileiro.