André Maciente, fundador da Hipervinho: já são mais de 100 lojas vendendo no marketplace da companhia (Hipervinho/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 28 de fevereiro de 2021 às 13h07.
Última atualização em 2 de março de 2021 às 11h08.
Se há um mercado que não pode reclamar da pandemia é o de vinhos. Com consumidores longe de bares e restaurantes, a venda da bebida alcoólica disparou ao longo de 2020. No Brasil, o consumo per capita subiu 30%, chegando à máxima de 2,78 litros para cada habitante. Aproveitando o boom, o empreendedor André Maciente decidiu tirar do papel um projeto que desenvolvia há dois anos: um marketplace de vinhos nacional.
A história de Maciente com vinhos é antiga. Seu primeiro emprego, há 25 anos, foi como vendedor da bebida para uma grande importadora que ajudou a popularizar no Brasil marcas como Concha y Toro e Norton. Em 2007, ele passou de vendedor a empresário, lançando sua própria empresa de importação.
Em 2019, com o negócio estabilizado, o empreendedor percebeu uma nova tendência ganhando força no mercado nacional: a venda digital de vinhos, com marcas como Wine e Evino conquistando espaço. Mas em vez de simplesmente digitalizar seu negócio, Maciente decidiu dar um passo além e criar um site que centralizasse a operação de diferentes importadoras.
“O Brasil é o terceiro maior mercado para vendas online de vinhos, mas há pelo menos 140 sites para navegar, cada um com seu próprio modelo. Fica difícil para o consumidor encontrar o melhor preço”, diz o empreendedor. Em janeiro deste ano, então, ele lançou o Hipervinho, um marketplace que reúne 100 lojistas especializados na bebida.
Além da facilidade de poder comparar os preços de diferentes lojas para o mesmo produto, o site oferece conteúdos para ajudar o cliente a encontrar o melhor vinho para cada ocasião. “O consumidor pode realizar buscas a partir de filtros diferenciados e avançados. Com isso, o cliente encontrará diversas harmonizações, sabores e dicas, além de poder consultar sommeliers que estão à disposição para ajudar e instruir na escolha do produto", diz Maciente.
Para os consumidores, a experiência de compra na plataforma é parecida com a de redes sociais. Ao indicar amigos para o site, por exemplo, eles recebem créditos que podem ser usados como desconto em futuras compras. O marketplace também permite que os clientes recebam alertas quando seus rótulos favoritos estão em promoção e enviem mensagem para as lojas negociando o preço dos produtos.
Nos primeiros dois meses de operação, o Hipervinho faturou 50.000 reais e conquistou 1.000 clientes. Até o final do ano, no entanto, a meta da empresa é bater pelo menos 30 milhões de reais de faturamento. Para isso, a companhia negocia com investidores um aporte de 8 milhões de reais para alavancar as áreas de tecnologia e marketing. “Queremos melhorar nossa distribuição e tempo de entrega, trazendo para o consumidor as melhores ferramentas.”