Programação para crianças: edtech indiana chega ao Brasil para ensinar competências do futuro (SolStock/Getty Images)
Para formar os profissionais do futuro, é preciso treinar algumas habilidades desde a infância. É nisso que acredita a BYJU’S Future School, startup indiana de educação que é hoje a maior e mais valiosa edtech do mundo. A empresa acaba de anunciar a sua chegada oficial ao Brasil para reforçar sua missão de expandir o ensino de programação para crianças.
A BYJU’S foi fundada em 2011 a partir do método de ensino criado pelo educador Byju Raveendran, então professor de matemática. O objetivo era criar uma plataforma de ensino online capaz de preparar crianças para o futuro, do ponto de vista social e profissional, com as competências mais importantes para o novo contexto do mercado de trabalho.
Raveendran considerava esse um desafio ainda mais crítico na Índia, segundo país mais populoso do mundo, o que consequentemente resulta numa maior competitividade no mercado.
Dez anos depois, a empresa se tornou não apenas um unicórnio (apelidado dado às empresas cujo valor de mercado é igual ou superior a 1 bilhão de dólares), mas também passou a ser a segunda maior startup da Índia, com um valuation de 16,5 bilhões de dólares e mais de 100 milhões de alunos. A empresa está atrás apenas da gigante Flipkart, de delivery, avaliada em 37,6 bilhões de dólares.
No início deste ano, a startup deu início a um processo de internacionalização que mirou, a priori, países de língua inglesa, como Estados Unidos, Austrália e Reino Unido. Agora, em um segundo momento, a edtech chega ao Brasil e também ao México.
Uma das principais apostas da BYJU’S está no ensino de programação e matemática em quatro diferentes currículos, separados por idade. O público-alvo são crianças e adolescentes de 6 a 15 anos.
As aulas são online, individuais e abordam, além da programação e matemática, o pensamento crítico e lógica. Em comum, todas as aulas contam com projetos práticos para que o aluno saia da teoria e possa aplicar o que foi aprendido, seja no desenvolvimento de aplicativos, sites ou até mesmo jogos.
“A nossa missão é fazer com que os jovens gostem de aprender”, diz Fernando Prado, presidente da BYJU’S Future School no Brasil e ex-CEO da ClickBus. “Vamos potencializar as crianças do Brasil para que elas possam aprender, não apenas para questões profissionais, mas sejam formados como cidadãos e criadores com pensamento crítico para o futuro”.
A metodologia da edtech funciona com base em créditos educacionais - cada crédito equivale a uma aula. O valor para 4 créditos mensais é de R$300 e R$500, para 8 créditos mensais.
Focar exclusivamente nas crianças não é o único diferencial da BYJU’S. No Brasil, a startup também conta apenas com mulheres na docência, replicando o modelo que vem da Índia. “Entendemos que o mercado de tecnologia é composto, em sua maioria, por homens. Por isso damos a possibilidade às mulheres que querem estar neste mercado e querem descobrir uma nova aptidão, que é ensinar”, diz Prado.
Já são 400 professoras e 1.500 alunos cadastrados, já na fase pré-operacional da empresa. Até o fim do ano, a empresa espera ter ao menos 10.000 alunos e 1.500 professoras na plataforma. “Nossa ambição é alta, mas o mercado também é gigantesco”, diz o CEO. Em um segundo momento, a edtech também deve oferecer aulas de ciências, línguas e música.
Entendendo que é preciso se adaptar de maneira ágil às novas tendências do mercado, o braço educacional da EXAME, a EXAME Academy, lançou um joint venture para a criação da Futuro Dojo, escola virtual de competências cada vez mais pedidas pelas empresas, como trabalho em equipe, criatividade e gestão do tempo — as chamadas soft skills. Os cursos oferecidos pela escola vão desde inovação e transformação ágil até decodificação e imersão em corporate venture.
Saiba o que acontece nos bastidores das principais startups do país. Assine a EXAME.