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Lojistas do Center Norte amargam até 80% de queda nas vendas

Movimento chegou a praticamente zero no final da semana passada, segundo representante dos lojistas

Shopping, que recebe mais de 80 mil pessoas por dia, teve queda acentuada de movimento nas últimas semanas (Divulgação)

Shopping, que recebe mais de 80 mil pessoas por dia, teve queda acentuada de movimento nas últimas semanas (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 20h42.

São Paulo – A ameaça de fechamento do shopping Center Norte pela prefeitura de São Paulo devido a uma potencial ameaça de explosão provocada por vazamentos de gás metano já acarretou uma queda de até 80% nas vendas dos lojistas que operam no complexo – que inclui ainda o Carrefour e o Lar Center -, segundo porta voz dos comerciantes.

De acordo com Sidney Gonsalez Junior, presidente da Associação dos Lojistas do Lar Center, a queda no movimento chegou ao seu ponto crítico na última quinta-feira, véspera do prazo final para a interdição do local. “O movimento chegou a praticamente zero no final da semana passada, com a repercussão negativa na mídia”, diz Gonsalez.

A liminar concedida pelo juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública na quinat-feira, que permitiu que o estabelecimento continuasse aberto, foi cassada pelo próprio juiz nesta terça-feira e o shopping pode ter que fechar as portas, prejudicando ainda mais os mais de 330 comerciantes que atuam no local. A prefeitura ainda não se pronunciou sobre o prazo de fechamento e o shopping afirma que ainda não foi notificado sobre a decisão.

Enquanto a disputa se estende, os lojistas fazem o possível para conter a queda no movimento. ““Da semana passada para esta, já melhorou. Estamos fazendo possível para tentar tranquilizar os clientes”, diz Renan Barcelos, gerente operacional do Outback.

Apesar dos esforços emergenciais, que incluíram a realização de entregas em domicílio por alguns estabelecimentos, o movimento do shopping ainda estava em cerca de 30% do normal, segundo o presidente da associação dos lojistas. Estima-se que mais 80 mil pessoas circulem diariamente pelo local.

De acordo com Gonsalez, obras emergenciais para adequar as instalações às exigências da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), incluindo a instalação de novos drenos de gás, estão em andamento e devem ser concluídas até o final da semana.

Medidas legais

Segundo a advogada Isabella Menta Braga, os lojistas prejudicados pelo episódio poderiam entrar com uma ação legal contra a administração do shopping pedindo indenização por danos materiais, referente ao período em que tiveram suas vendas comprometidas. “Independente de fechar ou não, o prejuízo já aconteceu”, diz. 


No entanto, os comerciantes parecem estar mais propensos a adotar uma solução conciliatória. A advogada foi procurada por alguns lojistas interessados em entender melhor seus direitos, mas diz que nenhum deles tinha a intenção de processar a administradora. “Eles queriam sondar o que poderia ser feito, mas, no momento, não tem intenção de entrar com ação”, diz. “Não há qualquer intenção de processar neste momento”, confirmou Gonsalez.

Apesar da disposição inicial dos lojistas de resolver a questão fora da Justiça, o Sindicado dos Comerciários de São Paulo afirmou que vai entrar com ação em nome dos 7 mil funcionários do shopping para pedir adicional de salário por exposição a condições de risco retroativo aos últimos cinco anos. Além da ação trabalhista, a entidade vai entrar com um processo civil para garantir aos vendedores que trabalham com comissão a reposição da renda perdida. “O período de outubro a dezembro é um dos mais importantes para o comerciário e é esse prejuízo que vamos cobrar da seguradora do shopping”, disse Ricardo Patah, presidente do sindicato, em comunicado oficial.

Repercussões futuras

Passadas as turbulências, a maior preocupação dos lojistas é com a recuperação da imagem do shopping. “Esperamos que a administradora desenvolva um programa de marketing para reverter a imagem negativa”, diz o porta voz dos comerciantes.

Para Adriano Obeid, franqueador de duas marcas de calçados esportivos presentes no shopping - Autentic Fit e a Magic Fit -, o impacto no médio e longo prazo não é preocupante. “Quando a questão for esclarecida, os clientes vão voltar rápido. Temos um público fiel”, diz. Apesar de ter registrado uma queda de 40% no movimento das lojas, o empreendedor não planeja cortes de funcionários nem redução nas contratações de temporários para o final de ano. 

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