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Impulsionada por MasterChef, rede de escolas de culinária fatura R$40 mi

A bióloga Lucilaine Lima criou a escola Instituto Gourmet em 2014 no Espírito Santo; hoje, já são mais de 40 unidades em operação pelo país

Instituto Gourmet: Lucilaine Lima viu na culinária uma alternativa à carreira de professora de biologia (Fábio Seixo/Instituto Gourmet/Divulgação)

Instituto Gourmet: Lucilaine Lima viu na culinária uma alternativa à carreira de professora de biologia (Fábio Seixo/Instituto Gourmet/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 7 de janeiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 7 de janeiro de 2020 às 07h00.

Na esteira do sucesso de programas televisivos como MasterChef, o Instituto Gourmet, uma rede de franquias de ensino de culinária, cresce em ritmo acelerado. A rede, que tem 47 unidades em operação, faturou 40 milhões de reais ensinando diferentes estilos de cozinha e já formou mais de 23 mil alunos. Em 2020, a meta é elevar o faturamento para 68 milhões de reais e terminar o ano com 180 unidades.

A ideia é capacitar os alunos para empreender no ramo culinário, com aulas de cozinha e de gestão. Em um contexto de 12 milhões de desempregados no país, empreender pode ser uma saída para continuar tendo renda.

Dentre os setores mais promissores para se apostar, está o de alimentação. O brasileiro, segundo o IBGE, está gastando mais com comida feita fora de casa. No segmento de franquias, a alimentação é o setor que mais fatura. Foram 45,8 bilhões de reais em 2018 e 42,8 em 2017.

O Instituto oferece oito diferentes modalidades de cursos livres, focados no que o aluno quer aprender: chocolates, doces, confeitaria, design de bolos, salgados, massas, culinária fit ou comida de rua. Em média, os cursos custam em média 400 reais por mês e podem durar de 6 meses a um ano.

O objetivo das aulas é capacitar os alunos para o mercado de trabalho, para que possam gerar renda rapidamente. Por isso, as cozinhas da escola são equipadas com equipamentos simples, como microondas, geladeira e fogão, para que o aluno consiga reproduzir o que aprende em casa.

Empreender por necessidade

A rede nasceu do desejo da ex-professora de biologia de passar mais tempo com a família. Depois do nascimento do primeiro filho em 2008, Lucilaine Lima, fundadora do negócio, desmotivada com as dificuldades da profissão, parou de dar aulas e começou a fazer doces para vender. “Apesar de gostar de lecionar, não estava em uma estrutura adequada na rede estadual”, conta.

Com o tempo, suas produções foram conquistando clientes na cidade de Serra, no Espírito Santo. Na época, Lucilaine fazia bem-casados, doces e bolos para festas de casamento. Para se atualizar, a profissional com frequência participava de cursos na capital paulista. Em 2014, surgiu a ideia de fundar uma escola de culinária em Serra.

Com ajuda do marido, Robson Fejoli, experiente nos negócios de escola de beleza, Lucilaine abriu a unidade piloto do Instituto. Em oito meses, a escola já dava lucro e a empreendedora deixou a sala de aula, mais uma vez, para focar a gestão.

“Trabalhei com doces por quase 7 anos e costumo dizer que idealizei o curso 7 em 1, pois, com tudo o que errei, pude facilitar para o aluno nos módulos que disponibilizamos, pensando sempre em tornar o aluno um empreendedor e gestor”, diz a empreendedora.

Dois anos depois, com o sucesso da escola em Serra, o casal fez uma sociedade com Glaucio Athayde, conhecedor do setor de franchising do Rio de Janeiro, para franquear o negócio. “O nosso teste foi a unidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Precisávamos ver se a escola funcionava longe de mim”, diz a empresária.

Em 2017, foram comercializadas as primeiras unidades da franquia. No final do primeiro ano, com sete unidades, a rede faturou 5 milhões de reais. Em 2018, o faturamento cresceu 180% em relação ao ano anterior e o número de unidades aumentou para 24. Até 2022, o objetivo dos sócios é ter 300 unidades da marca pelo país.

Modelo de franquia

Para abrir uma franquia do Instituto Gourmet, é necessário um investimento inicial a partir de 250.000 reais. A rede cobra uma taxa de franquia a partir de 40.000 reais para concessão do uso da marca, que precisa ser paga no momento de assinatura do contrato. Outra exigência é que o ponto para instalação da escola tenha uma área mínima de 200 m².

O investimento inicial demora de 18 a 24 meses para ser recuperado, segundo a empresa. Por mês, as unidades faturam em média 110.000 reais. A taxa de lucro varia de 25 a 35%, segundo a franqueadora. A matriz cobra uma taxa de royalties mensal de 8% sobre o faturamento e de 2% para publicidade geral da marca.

A rede oferece suporte pedagógico, administrativo e comercial aos franqueados. A central acompanha o processo de aprovação do ponto, a fase de obras e a inauguração da unidade.

Atualmente, o Rio de Janeiro é o estado com mais unidades da rede, já que a franqueadora está sediada lá. Em 2020, o foco é expandir por São Paulo. “Estamos criando uma equipe para poder trabalhar localmente com os franqueados, queremos crescer no estado”.

Com o sucesso dos programas de cozinha na televisão, a empresária tem pressa. Quanto maior a ambição, maior o risco de, assim como na cozinha, o ponto desandar. “O franqueado precisa ter um perfil bem arrojado. As pessoas acham que é fácil, mas não é. Precisa estar presente no dia a dia, entender as necessidades principais”, diz a fundadora.

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