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Governo estuda estender Pronatec para pequenas empresas

Governo quer tornar contratação de jovens atrativa para micro e pequenas empresas e, por isso, irá arcar com custos de empresa certificadora


	Aprendiz: programa quer alcançar jovens vulneráveis em médias e grandes cidades
 (Reprodução)

Aprendiz: programa quer alcançar jovens vulneráveis em médias e grandes cidades (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 14h12.

Brasília - O ministro da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, deve apresentar à presidente Dilma Rousseff o projeto "Pronatec Aprendiz" em reunião prevista para a próxima semana.

A proposta do ministro é estender o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado em 2011, para micro e pequenas empresas. "A micro e a pequena empresa ficaram fora do trabalho do aprendizado. E elas são as que mais interessam para nós porque tem uma micro ou pequena empresa em cada esquina do país", afirmou o ministro.

A Constituição proíbe todo e qualquer trabalho de menores de 16 anos, com exceção para aqueles que atuarem como jovem aprendiz a partir dos 14 anos.

A aplicação do dispositivo para micro e pequenas empresas, no entanto, esbarrava em dois problemas. O custo para manter uma empresa chamada certificadora, que acompanhava a atuação do jovem e uma interpretação sobre a lei 10.097/2000, que entrou em vigor no ano seguinte.

A Advocacia Geral da União avaliava que apenas empresas com mais de sete empregados deveriam cumprir os porcentuais mínimos de aprendizes. Para médias e grandes empresas, a regra impõe entre 5% e 15% de seus colaboradores jovens aprendizes.

Segundo o ministro, para tornar atrativa a contratação de jovens pelos proprietários de micro e pequena empresa, o governo vai arcar com o valor - cerca de R$ 300 por jovem - que é pago às entidades de certificação, contratadas para acompanhar o desempenho do adolescente.

"O custo da certificação será assumido pelo governo e não pela empresa no caso de micro e pequena", afirmou Afif. "Esta certificação acabou encarecendo a contratação, fazendo com que seja mais vantajoso, muitas vezes, contratar alguém com mais de 16 anos. Por isso, o Jovem Aprendiz acabou sendo um programa 'elitista', alcançando nesta faixa dos 16 anos somente 32 mil contratados em todo o Brasil", acrescentou.

A interpretação jurídica da AGU, por outro lado, foi alterada após negociações internas do governo.

A expectativa do governo é de, num primeiro momento, oferecer 100 mil vagas aos adolescentes inseridos no Pronatec Aprendiz. "Vamos fazer só em 248 municípios que é onde tem estrutura de entidades certificadoras. São médias e grandes cidades. É onde tem o problema da violência, onde tem uma juventude mais sujeita a uma qualificação no mundo do crime", afirmou o ministro. A meta é levar o número de jovens a 1,5 milhão no médio prazo.

Segundo Afif, a iniciativa não vai gerar novos gastos ao governo. "Estamos simplesmente transferindo um número de vagas já previsto focado nesse programa. Não gera custos a mais, são os mesmos custos previstos para o Pronatec, só que das 8 milhões de vagas, 100 mil vão ser destacadas para esse projeto", ressaltou.

As pequenas e médias empresas (PMEs) também têm condições vantajosas segundo o ministro: pagam um salário mínimo e depositam 2% deste valor como contribuição no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Caso tenha sinal verde da presidente Dilma, a proposta deve ser concretizada por meio de um acordo de cooperação entre a Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Ministério do Trabalho e Ministério da Educação, pois não é necessária mudança na legislação.

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