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Fundo com brasileiros para startups dos EUA e de Israel captará US$ 50 mi

A Mindset Ventures tem 40 empresas americanas e israelenses. Com seu terceiro fundo, serão mais 20 delas

 (Jack Guez/AFP)

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Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 7 de outubro de 2019 às 11h00.

Última atualização em 13 de outubro de 2019 às 18h48.

Nunca as startups brasileiras captaram tantos investimentos -- mas fundos com sócios brasileiros e internacionais também estão começando a atrair os investidores do país para os negócios escaláveis e tecnológicos de outros países. É o caso da Mindset Ventures. 

A gestora iniciou a captação de seu terceiro fundo junto a investidores brasileiros. O objetivo é investir 50 milhões de dólares em startups dos Estados Unidos e de Israel

A Mindset Ventures já investiu em 40 negócios escaláveis e tecnológicos desses países -- um quarto deles já passou a atuar no Brasil. Recentemente obteve sua primeira saída aos investidores, com a compra da startup de transcrição e inteligência artificial Voicea pela Cisco.

Ponte entre Brasil, Estados Unidos e Israel

Os sócios da Mindset Ventures são Boaz Albaranes, Camila Folkmann, Daniel Ibri e Ricardo Politi. Albaranes foi cônsul econômico israelense no Brasil e liderou uma missão em São Paulo para unir companhias e investidores dos dois países -- inclusive startups israelenses às grandes companhias brasileiras. Boaz foi mentor em programas de aceleração da IBM, do Google e da Startup Farm.

“Para as conversas entre Brasil e Israel, os anos de crise econômica até foi um incentivo. Investidores começaram a olhar para fora do país e inovar nas aplicações. Hoje, as conversar sobre startups estão mais maduras”, afirmou Boaz a EXAME.

O executivo se juntou à Mindset Ventures em 2016, junto do investidor Daniel Ibri e da advogada Camila Folkmann. Os brasileiros trabalhavam na Acelera Partners, holding de investimentos com empresas como Microsoft e Qualcomm. “Víamos uma explosão de startups, mas sem muitas saídas e com modelos de negócios copiados do Vale do Silício. Decidimos olhar para fora e trazer as criadoras das disrupções para cá”, diz Ibri.

Ricardo Politi, fundador da plataforma de equity crowdfunding Kria e do grupo de investimento anjo Insper Angels, cuida da operação da Mindset Ventures nos Estados Unidos. Boaz é baseado em Israel.

Daniel Ibri, da Mindset Ventures

Daniel Ibri, da Mindset Ventures (Mindset Ventures/Divulgação)

Tese de investimento

A Mindset Ventures investe em startups de estágio inicial nos Estados Unidos e em Israel, com softwares para empresas (B2B) de setores como agricultura, cibersegurança e finanças.

Os negócios escaláveis e tecnológicos geralmente possuem um pequeno time e já têm clientes e faturamento, com preparação para expandir sua atuação a outros países. São investimentos de série A, feitos em coinvestimento com fundos locais como Andreessen Horowitz, Greylock, Jerusalem Venture Partners e Sequoia.

A gestora já teve outros dois fundos, de três milhões de dólares (2016) e de 18 milhões de dólares (2018). Com o novo fundo de 50 milhões de dólares, a Mindset Ventures continuará com a mesma tese e pretende investir em mais 20 startups. A Mindset já investiu em negócios americanos como Brex e PayJoy e os israelenses Taranis e SeeTree.

Por um lado, a gestora ajuda as startups a atingirem o mercado brasileiro, conectando-as com o ecossistema local. “É uma proposta de valor especialmente interessante a Israel, porque os empreendedores precisam vender para além do país. O Brasil é um grande mercado”, diz Ibri.

Por outro lado, a Mindset Ventures conecta seus investidores a grandes polos de inovação. Os principais aportadores são family offices e depois executivos na pessoa física. É preciso ser investidor qualificado. A gestora organiza visitas anuais ao Vale do Silício (Estados Unidos) e a Israel para que os investidores brasileiros conheçam as startups do portfólio, especialistas em inovação e aceleradoras e fundos parceiros.

“Somos mais do que um fundo gerando retorno. Nosso investidor quer aprender mais sobre inovação e se conectar a esse ecossistema”, diz Ibri. "Ao mesmo tempo, para startups dos Estados Unidos e de Israel, provemos conhecimento além do capital. O smart money é o padrão lá fora."

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