Corretora Ideal: empresa foi fundada em março de 2019 (Cris Faga/Getty Images)
Carolina Ingizza
Publicado em 21 de setembro de 2020 às 10h42.
A fintech brasileira Ideal anuncia nesta segunda-feira, 21, ter recebido um aporte de 100 milhões de reais em sua rodada de captação série A. O investimento foi liderado pelo fundo de venture capital Kaszek Ventures, que também investiu na Creditas e no Nubank, e aguarda aprovação do Banco Central.
A Ideal foi lançada ao mercado em março de 2019 como uma corretora digital voltada aos investimentos institucionais. "Nosso modelo inicial se provou rapidamente e somos lucrativos. Estamos captando para acelerar nosso processo de crescimento e começar a atuar em outras linhas de negócio", diz Lucas Cury, diretor de operações da Ideal.
O investimento recebido é de valor maior que o habitual para uma rodada série A. Santiago Fossatti, sócio da Kaszek, afirma que o aporte foi motivado pelo fato de a Ideal ter comprovado sua tese e se tornado uma das maiores corretoras do país em menos de um ano e meio. “Admiramos a trajetória já trilhada e sabemos que há ainda muito o que conquistar", diz o investidor.
Com o investimento, a fintech espera ampliar e diversificar sua base de clientes, entrando no varejo, e expandindo sua atuação a outros segmentos e produtos. "Estamos desenvolvendo o projeto para a atuação no varejo e nos manteremos fiéis à nossa essência: oferecer a melhor infraestrutura tecnológica, empoderar o cliente e eliminar o conflito de interesses, alinhando seus ganhos aos do prestador de serviços", diz Nilson Monteiro, presidente da corretora, em nota.
O movimento acontece no momento em que o Brasil experimenta uma expansão inédita de novos investidores pessoa física no mercado acionário, uma vez que a queda do juro básico do país para o piso histórico de 2% ao ano tem incentivado a busca por ativos que ofereçam chance de rentabilidades superiores.
De acordo com dados da B3, o número de investidores ativos no fim de agosto alcançava quase 3 milhões, um crescimento de 1,3 milhão em relação ao final de 2019, mesmo com a queda neste ano de 15% do Ibovespa. Na outra ponta, corretoras de valores com modelo de negócios mais tradicional têm cedido espaço para rivais mais novas e com estrutura operacional mais leve e preços mais competitivos.