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Fintech Asaas, de gestão de pagamentos, recebe aporte de R$ 37 milhões

A rodada de investimento foi liderada pelo fundo Inovabra Ventures, do Bradesco, que investe também nas startups Cuponeria e Agrosmart

Piero Contezini, fundador e presidente da startup: a Asaas ajuda cerca de 50.000 pequenas empresas a gerir suas cobranças (Asaas/Divulgação)

Piero Contezini, fundador e presidente da startup: a Asaas ajuda cerca de 50.000 pequenas empresas a gerir suas cobranças (Asaas/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 17h00.

Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 20h30.

O ano de 2020 está sendo um propulsor para empresas que ajudam a digitalizar outros negócios. No caso da fintech Asaas, especializada em gestão de pagamentos para micro e pequenas empresas, não foi diferente. A companhia passou a atrair 5.000 clientes por mês, 2,5 vezes mais que antes da pandemia, e, com isso, chamou a atenção de investidores.

Nesta quinta-feira, 22, eles anunciam ter recebido um aporte de 37 milhões de reais. O investimento foi liderado pelo fundo Invobra Ventures, do Bradesco, que já investiu em companhias como Cuponeria e Agrosmart. A Parallax Ventures, que já era investidora da Asaas, também participou da rodada série B da startup.

Em entrevista à EXAME, o fundador e presidente da Asaas, Piero Contezini, disse que pretende investir o capital em marketing e vendas, para ampliar a base de clientes, e em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia. A companhia, que tem 140 funcionários hoje, projeta chegar a 300 até 2022.

“Vimos na Asaas empreendedores de sucesso, com uma operação já testada e um produto aderente ao mercado. Eles são quase um ‘superapp’ das pequenas empresas, oferecem soluções para várias dores dos empreendedores brasileiros”, diz Rafael Padilha, diretor responsável pela área de Private Equity no Banco Bradesco.

O que faz a Asaas

A Assas criou uma ferramenta capaz de automatizar pagamentos para pequenos negócios. Com o serviço deles, é possível gerar boletos, acessar um software de gestão financeira e ainda cobrar clientes automaticamente. Nos últimos seis meses, cerca de 50.000 clientes usaram os serviços da fintech.

“O Starbucks não vende café, mas um espaço para as pessoas trabalharem e descansarem. Nós fazemos a mesma coisa: nos vendemos como um excelente emissor de pagamentos, mas, na verdade, automatizamos processos burocráticos de recebimento de dinheiro e cobrança”, diz Contezini.

As empresas clientes não precisam se comprometer com uma mensalidade, pagando uma taxa a cada transação efetuada. No caso de um boleto ou um depósito pago, a taxa custa dois reais, independentemente do valor da transação. Em pagamentos por débito ou crédito, a taxa gira em torno de 3%.

Desde a fundação do negócio, 3,6 bilhões de reais foram transacionados pela plataforma. Desse total, 2,4 bilhões foram somente em 2020. Nos próximos quatro anos, a meta da Asaas é atender a 1 milhão de pequenos negócios e transacionar mais de 30 bilhões de reais por ano.

A startup está animada com a chegada do Pix no dia 16 de novembro. Contezini acredita que o novo sistema de pagamentos vai ajudar as pequenas empresas no controle de pagamentos. Em vez de emitir um boleto, que demoraria pelo menos 24 horas para ser compensado, as companhias poderão enviar uma cobrança via QR Code e receber na hora, mesmo aos finais de semana.

Trajetória do negócio

A startup foi fundada em 2013 pelos irmãos Piero e Diego Contezini, que somavam já mais de duas décadas empreendendo no mercado de tecnologia. A ideia para o negócio surgiu de uma reclamação constante de uma secretária da empresa anterior da dupla sobre a dificuldade de pagar boletos.

Pensando em formas para facilitar o trabalho dela, eles desenvolveram um sistema para automatizar pagamentos da sua própria empresa. Depois, analisando o produto, perceberam que poderiam vendê-lo para outras empresas de tecnologia.

O negócio, sediado em Joinville, Santa Catarina, só engrenou quando eles perceberam que deveriam focar em pequenas empresas e empreendedores individuais. “Depois da mudança, passamos de um ou dois clientes para mais de trinta em menos de vinte dias” afirma o presidente.

Expansão nacional

Hoje, além da sede, a empresa mantém escritórios comerciais em Florianópolis e São Paulo. Com o aporte, ao longo do próximo ano, a startup planeja abrir mais cinco escritórios nas maiores capitais do país.

A estratégia faz parte do plano de aquisição de clientes da empresa. Além de atrair empreendedores e PMEs online, a Asaas faz parcerias com companhias que atuam no mesmo nicho para disponibilizar seus produtos. Hoje, são 99 parceiros que ganham uma comissão a cada vez que alguém usa um serviço da startup.

“Os novos escritórios vão nos ajudar a buscar mais empresas que tenham sinergia com nosso negócio”, diz Contezini. O objetivo é aumentar a presença nas regiões Nordeste e Centro-Oeste ao longo de 2021, terminando o ano que vem com 120.000 clientes.

Nos próximos meses, com ajuda da Inovabra, os sócios planejam estruturar a expansão da Asaas para outros países da América Latina. Dentro de quatro anos, eles esperam fazer a abertura de capital da empresa em Nasdaq, seguindo os passos de Stone e PagSeguro.

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