Ventilador: pandemia fez a companhia passar de uma capacidade de produção de 1.800 para quase 64.000 (Rodrigo Capote/Getty Images)
Lucas Amorim
Publicado em 12 de junho de 2020 às 11h06.
Última atualização em 12 de junho de 2020 às 11h34.
A força-tarefa para impulsionar a produção da fabricante brasileira de ventiladores pulmonares Magnamed fez a empresa multiplicar de capacidade nas últimas semanas. A companhia, localizada em Cotia (São Paulo), está atendendo uma encomenda de 6.500 respiradores do governo federal, mas está também com planos ambiciosos graças a novas parcerias.
A principal delas é com a Flex, fabricante de eletrônicos com sede em Sorocaba (também em São Paulo), que adaptou a linha de produção para os ventiladores. A capacidade de produção em Sorocaba chega a 5.000 equipamentos por mês. Em Cotia, a Magnamed dobrou a capacidade, para 3.500 equipamentos por ano.
Ou seja, a pandemia fez a companhia passar de uma capacidade de produção de 1.800 para quase 64.000. Os ventiladores são equipamentos mais complexos e versáteis que os respiradores, e podem ser usados para outros tratamentos além da covid-19. Cada um deles custa em torno de 60.000 reais.
A Magnamed é uma das mais tradicionais fabricantes de equipamentos médicos do país, com exportações para 50 países. A companhia foi fundada por um trio de engenheiros filhos e netos de imigrantes japoneses — Tatsuo Suzuki, Wataru Ueda e Toru Kinjo — e tem como investidores os fundos Vox e KPTL (responsável por um aporte de recursos do Criatec, do BNDES).
A expectativa era faturar 58 milhões de reais em 2020, com 60% da receita vinda de dentro do Brasil. Agora, pode faturar mais de 3 bilhões de reais em 12 meses caso consiga produzir a plena capacidade.
Entre o grupo de empresas que se uniram para viabilizar a produção estão, além da Flex, o grupo Suzano, a fabricante de eletrônicos Positivo e a Embraer.