Carlos Bertolazzi e Leandro Tavares: chef se uniu ao dono da rede de franquias Planeta Kids para criar um negócio de buffets (Casa Bertolazzi/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 22 de julho de 2018 às 08h00.
Última atualização em 23 de julho de 2018 às 17h33.
São Paulo - Carlos Bertolazzi começou sua carreira como chef para o mercado de eventos e como o responsável pelo bistrô italiano Zena Caffé, do nhoque à coxinha recheada com carne de pato. Hoje, porém, é mais conhecido por apresentar o programa Fábrica de Casamentos, em que um time de especialistas realiza festas de casamentos com desejos específicos, desde a entrada de princesa até luta livre mexicana.
A audiência do programa casou com uma ideia de negócio: criar a própria empresa de buffets de “luxo acessível”, nas palavras do próprio Bertolazzi. Com cinco unidades próprias faturando uma média de 300 mil reais por mês, o empreendedor lança agora o projeto de franqueamento da Casa Bertolazzi.
A experiência com a primeira temporada da Fábrica de Casamentos foi o que motivou Bertolazzi a investir no ramo - a terceira temporada está programada para 2019. “Muitos contam que querem se casar, mas acham tudo muito caro. Vi que tinha espaço para atuarmos de forma acessível, mas com bom espaço e menu”, conta.
Para criar a própria casa de buffets, Bertolazzi entrou em sociedade com o operador Leandro Tavares, responsável pelas 17 unidades da rede de buffets infantis Planeta Kids.
Os dados de mercado corroboram a tese do apresentador, chef e empreendedor: segundo dados da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), em 2017 os brasileiros desembolsaram 17,2 bilhões de reais com eventos sociais. Ainda de acordo com a Abrafesta, desde 2011, a quantidade de casamentos está em ascensão, passando de 1 milhão ao ano.
Aberta no primeiro semestre de 2017, a proposta da Casa Bertolazzi é se colocar entre os casamentos acessíveis (mas sem muita pompa na comida e no espaço) e as cerimônias cheias de luxos (e contas para pagar), com festas para as classes B e C.
Para manter o ideal, foi preciso ter inteligência nos custos. A Casa Bertolazzi não investe em muitas decorações acessórias, mas em poucas peças e um projeto arquitetônico “de bom gosto”, diz o chef. Na unidade em Santana, zona norte de São Paula, uma escadaria longa atrai as debutantes. Já os candelabros e castiçais atraem o olhar dos noivos.
O cardápio dos casamentos é elaborado pelo próprio Bertolazzi, um dos atrativos da rede. Mas, para otimizar custos, os noivos podem escolher entre quatro menus, do mais básico (massas e saladas) ao mais requintado (coquetéis elaborados e duas opções de proteína). “Não saímos disso, mas na verdade contemplamos boa parte dos pedidos em um casamento, do filé mignon a uma massa com molho de tomate. A comida do casamento precisa agradar a grande maioria dos convidados. Não dá para fazermos um menu tailandês, por exemplo.”
As principais festas sediadas na Casa Bertolazzi são as de casamento, claro, e as de debutantes. A rede também faz eventos corporativos. As festas costumam variar de 15 a 25 mil reais, incluindo bolo, buffet, decoração, DJ, espaço e valet.
A Casa Bertolazzi, hoje, virou uma rede de cinco unidades em São Paulo. O faturamento médio mensal das casas vai de 250 a 350 mil reais, mas alguns buffets chegaram a faturar 500 e 600 mil reais em um mês de agenda cheia. Para o futuro, os sócios querem continuar abrindo buffets próprios na capital e expandir para outros estados por meio do novo projeto de franqueamento.
O grande alvo do franqueamento da Casa Bertolazzi são empresários de fora de São Paulo, que já possuem um espaço para festas. Além de experiência, eles trazem mais garantias bancárias - um fator importante, em um setor no qual as festas são pagas de forma adiantada.
“Tem muita gente com bons lugares, mas falta marca, marketing e venda. Achamos que haverá uma demanda por empresários que queiram transformar o negócio deles no nosso, com uma repaginada. Para nós também é muito mais fácil, porque ele entende as peculiaridades de sua região”, diz Bertolazzi.
O investimento inicial para uma franquia da Casa Bertolazzi vai de 650 mil a 1,150 milhão de reais, incluindo a taxa de franquia. O faturamento médio mensal deve ser similar ao visto nas unidades próprias da rede, entre 250 e 350 mil reais, com taxa de lucratividade de 20 a 30% sobre o faturamento.
A primeira unidade será aberta no segundo semestre do ano. A meta é abrir outras três a cinco franquias em 2018. Para os próximos cinco anos, a projeção é chegar a ousadas 50 casas. Se o casamento com os franqueados será no estilo “felizes para sempre”, só o tempo dirá.