Pequenas empresas também devem se beneficiar com a Copa no Brasil (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Brasília - Não é só de grandes investimentos que respiram as cidades-sede brasileiras da Copa do Mundo de 2014. Os pequenos negócios, segmento que engloba a maioria das empresas de turismo do Brasil, também serão beneficiados e devem começar o quanto antes a se preparar para o maior evento a ser realizado pelo país em toda sua história. Esse e outros assuntos estarão em pauta no 5º Salão do Turismo Roteiros do Brasil, durante a mesa de debates "As Oportunidades de Negócios para a Copa do Mundo de 2014", na próxima quarta-feira (26), a partir das 17 horas, no Parque Anhembi, em São Paulo.
Segundo Luiz Gustavo Barbosa, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e um dos palestrantes do evento, a Copa do Mundo oferece um leque variado de oportunidades para as micro e pequenas empresas. Tanto que o Sebrae, em parceira com a instituição de ensino, vai realizar uma pesquisa para traçar um mapa de possíveis negócios para o evento da Fifa. "A ideia é prospectar as possibilidades de investimento tanto para quem já possui um empreendimento quanto para quem quer abrir um negócio", explica.
O gestor nacional da carteira de turismo do Sebrae, Dival Schimidt, moderador da mesa de debates, diz que as micro e pequenas empresas precisam focar não apenas a Copa de 2014 mas também a Copa das Confederações, que será realizada um ano antes. "A boa repercussão dos negócios dependerá diretamente do preparo que essas empresas terão para atender aos turistas", afirma.
A diretora do departamento de qualificação, certificação e produção do Ministério do Turismo (MTur), Regina Cavalcante, que também estará na mesa de debates, informa que existem hoje cadastradas no Conselho Nacional de Turismo 32 entidades de classe, que representam em torno de 7,2 milhões de profissionais ocupados. Segundo ela, esse contingente precisa se qualificar e atualizar seu método de trabalho para atender aos turistas nacionais e estrangeiros que circularão pelo país em função da Copa do Mundo.
"A estratégia usada pelo MTur é requalificar 306 mil profissionais da chamada linha-de-frente, ou seja, aqueles que darão o primeiro atendimento aos turistas. Essas pessoas têm que estar preparadas para atender bem o cliente", afirma. O programa de qualificação Bem Receber Copa, desenvolvido em parceria com diversas entidades, inclusive com o Sebrae, vai requalificar esses profissionais por meio de cursos em fase de elaboração em cada uma das entidades representativas.
<hr> <p class="pagina">Regina Cavalcante explica que a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), por exemplo, vai capacitar, num primeiro momento, garçons, auxiliares de garçom, sommeliers e maîtres com cursos presenciais. Já a ABIH - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis preferiu os cursos a distância, e a ABETA - Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura vai focar na qualificação de gestores de parques nacionais, guias e condutores. A meta, segundo a diretora, é que os cursos, gratuitos, comecem em 15 de agosto, e o acesso a cada um deles acontecerá por meio das entidades de classe.<br><br><strong>O setor </strong><br>De acordo com dados da Rais - Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2008 o setor de turismo empregou 1,4 milhão de pessoas, representando um aumento de 17,15% em relação aos números de 2006.<br><br>O total de estabelecimentos era de quase 430 mil. As micro e pequenas empresas representavam 99,28% dos empreendimentos do setor e empregavam 73,12% dos trabalhadores.<br><br>Entre os segmentos incluídos nesse levantamento estão hotéis e similares, alojamentos, restaurantes, agências de viagens, operadores turísticos, estabelecimentos de alimentação e bebidas, serviços ambulantes de alimentação, trens turísticos, teleféricos e similares.</p>