São Paulo: 80% dos bares da cidade seguem de portas fechadas mesmo após autorização de abertura (Amanda Perobelli/Reuters)
Carolina Ingizza
Publicado em 7 de julho de 2020 às 17h31.
Última atualização em 7 de julho de 2020 às 18h22.
Os bares e restaurantes da cidade de São Paulo foram autorizados a reabrir na segunda-feira, 6. Mesmo com a autorização, 59% dos estabelecimentos decidiram continuar de portas fechadas. O principal motivo? O limite de horário de funcionamento até às 17h. Entre os bares, o índice chega a 80%.
Pesquisa feita pela Associação de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP) entre os dias 6 e 7 de julho mostra que reabrir a operação somente das 11 às 17h é inviável. Além disso, 55% dos empresários ouvidos relataram que a proibição de mesas na calçada, estabelecida pelo prefeito Bruno Covas no sábado, 4, prejudica o negócio.
Bruno Bocchese, dono dos bares Cama de Gato e Fel, no Centro de São Paulo, é um dos empresários que decidiram não reabrir de imediato. O horário limitado dificulta sua operação, que é predominantemente noturna.
O empresário teme também que o público ainda não esteja se sentindo confortável para retornar, o que poderia resultar em mais prejuízo. “Se meus custos fixos fechado são altos, aberto são maiores ainda”, diz. Enquanto isso, ele faz os ajustes físicos necessários para reabertura e aguarda.
Segundo a Abrasel, a situação dos bares e restaurantes da cidade é preocupante. Mais da metade das empresas trabalha com menos de 60% dos funcionários que tinha antes da pandemia começar, em março. Entre os que avaliam recontratar, apenas 16% dizem que poderão ter o mesmo número de pessoas de antes.
Ao todo, a associação estima que 20% dos negócios do setor no país fecharão definitivamente por causa da crise econômica e da dificuldade de acesso a crédito.