Jovens: a empresa montou uma plataforma para falar com jovens que tem vida social ativa
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2010 às 17h11.
São Paulo - A Enox surgiu em 2004, em Curitiba, e pretendia ser mais uma agência de publicidade tradicional. Menos de dois meses depois, Ernesto Villela e um grupo de amigos perceberam que daquele jeito não sobreviveriam no mercado. Foi em uma discussão na mesa do bar que o grupo percebeu uma oportunidade de negócio.
"No happy hour, olhamos e pensamos que ali tinha uma audiência que não era tão grande, mas era super qualificada, com poder de consumo. Resolvemos fazer algo diferente, passar para o outro lado do balcão e ser fornecedor das agências de publicidade. Ser um veículo de mídia que tivesse chances de criar para as pequenas, médias e grandes empresas", explica Rafael Cordeiro, diretor da Enox.
Como não era fácil convencer os donos de bares curitibanos a deixarem todo o estabelecimento disponível para a publicidade, o grupo de amigos pediu apenas o banheiro, como forma de testar o novo negócio. "A ideia era criar valor para o espaço, por isso, a Enox entrou como uma grande mesa de negociação, entre os estabelecimentos e os anunciantes", conta Cordeiro.
Os comerciantes, um dos lados na mesa, já estavam de acordo com o negócio. A outra etapa foi com os anunciantes. "Nas grandes empresas foi mais difícil, porque a gente disputava com os veículos de massa e as mídias alternativas. A empresa sempre lutou para ser vista como mídia indoor. Começou com clientes regionais, mas percebeu que para atender uma Unilever, por exemplo, não adiantava estar só em Curitiba, precisava ter uma plataforma nacional", diz. Por isso, um ano depois estavam em treze cidades.
Hoje, a empresa tem escritórios em 20 cidades, com mais de 100 funcionários, que atendem 5 mil pontos em todo o Brasil e fatura 12 milhões ao ano. Em 2006, a Enox transferiu sua sede para São Paulo, quase no mesmo momento em que a Lei Cidade Limpa (que restringe a propaganda em outdoors) entrou em vigor. "Já vínhamos para São Paulo de qualquer jeito, mas, por coincidência, mudamos no mesmo mês que a lei foi aprovada. Ela deu mais visibilidade para o que ficou conhecido como mídia out of home. Mas, do mesmo jeito que ajudou, teve o lado negativo, que foi o surgimento de pequenos concorrentes", conta Cordeiro.
Mesmo assim, a Enox sobreviveu e continuou pensando em estratégias de marketing para empresas como TIM, Unilever, Coca‐Cola, Fiat, Claro, Heineken e Nike. E agora, além do banheiro do bar, a empresa veicula campanhas em baladas, restaurantes, farmácias, lojas de roupa e de departamento, academias, clubes, escolas de futebol, lan houses e salões de beleza. "Como fazer uma campanha de publicidade funcionar? Levando-a até as pessoas. Fizemos isso com coisas simples que tínhamos à mão: vontade de trabalhar, uma ideia boa e um mercado para ser explorado", diz.
A criatividade levou a Enox também ao grupo de empreendedores da Endeavor. Desde abril, a empresa participa de reuniões e trabalha para formar um conselho administrativo. "A expectativa é impulsionar o crescimento de forma mais estruturada e profissionalizada", conta Cordeiro. Os jovens garantem que sair do padrão do mercado e arriscar foram fatores responsáveis pelo bom andamento da empresa. "Quando a ideia é boa, é fácil convencer as pessoas", aconselha.
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