Startups: guia da Endeavor traz recomendações para captações iniciais (Phototechno/Getty Images)
Dar o primeiro passo e criar uma empresa do zero nem sempre é o maior desafio de empreendedores iniciantes. Apresentar o negócio e sua proposta de valor de uma maneira que atraia investidores, por sua vez, é o que pode causar calafrios em um bocado de empresários que lançam suas ideias ao mercado.
Pensando nisso, a Endeavor, rede de apoio ao empreendedorismo, criou um guia (na verdade, dois) para empreendedores à frente de startups e scale-ups (startups em estágio avançado de crescimento) criarem o pitch perfeito, chamado de Pitch Deck.
A ideia é ajudar essas empresas a acelerarem captações de investimentos em rodadas Seed e série A com recomendações de boas práticas nas apresentações do negócio durante os primeiros contatos com fundos de investimento. É possível acessar o documento pela página da Endeavor.
VEJA TAMBÉM
Conheça 4 habilidades necessárias para empreendedores alcançarem o sucesso
Como abrir um MEI: veja passo a passo e documentos necessários
O material foi criado a partir de uma série de pesquisas com empresas que fazem parte da rede Endeavor. Depois de uma rodada de perguntas, a conclusão foi de que, apesar de terem captado mais de R$ 6 bilhões em investimentos no último ano, as scale-ups afirmaram possuir baixo e muito baixo conhecimento sobre o mercado de venture capital, um dos mais promissores para a captação de recursos para PMEs.
“Há muito interesse em acessar Venture Capital, mas ainda existem diversas dúvidas sobre a jornada para empreendedoras e empreendedores. Mapeamos ao longo das mentorias do Scale-Up Endeavor que as principais são focadas nos estágios iniciais, sobre estratégia e preparação para captar, relacionamento com investidor e roadshow com fundos”, explica Matheus Balthazar, coordenador do programa Scale-Up Endeavor e especialista em acesso a capital.
O guia tem duas versões para empresas em estágios específicos de crescimento, o capital semente (seed) a Série A. O capital semente costuma ser o segundo investimento que as startups recebem, depois do investimento anjo, e serve para apoiar a validação de sua solução no mercado. Já a Série A busca escalar o negócio, segundo a Endeavor. Veja, abaixo, as principais recomendações para startups que querem criar o pitch perfeito e atrair investidores, por etapa.
O deck, como é chamado o documento de apresentação inicial enviado a investidores, deve ser enxuto e despertar a atenção necessária para uma reunião futura. É uma missão e tanto: investidores dedicam apenas 5 minutos para a leitura de decks, segundo a Endeavor. Para isso, as recomendações da Endeavor são:
“É importante levar em conta que investidores lidam com um volume alto de introduções de startups e precisam analisar rapidamente se há a possibilidade de investimento e de uma saída, por isso os slides devem conter todas as informações essenciais”, diz Gustavo Cruz, Principal do Scale-Up Ventures, fundo de co-investimento de impacto da Endeavor no Brasil.
No seed, o foco da apresentação deve ser provar que há espaço para a solução da startup no mercado. Por isso, é importante explorar todas as métricas relevantes para o negócio -- e para investidores -- mesmo que ainda em estágio inicial. Entre elas está:
Além disso, explore novas hipóteses para geração de demanda pelo seu produto ou serviço e deixe claro como a empresa faz sua monetização. Segundo a Endeavor, a apresentação ideal tem de 10 a 18 slides, e dura em média 20 minutos.
Durante uma apresentação em busca de investimento Série A, o empreendedor precisa destacar as métricas do negócio e mostrar que há justificativa para a entrada de capital dedicado à expansão. Algumas dessas métricas são relacionadas à empresa. Outras, ao produto em si. A apresentação ideal, de acordo com a rede, tem de 15 e 25 slides com, no máximo, 15 palavras cada. Além disso, a recomendação é usar gráficos e outros elementos visuais que facilitem a compreensão. A apresentação deve conter:
Segundo o documento, para verificar se o pitch está claro, o indicado é apresentá-lo a investidores-anjo ou empreendedores que já captaram com determinado fundo para receber avaliações sobre a apresentação e também ouvir experiências de outras empresas que já passaram por essa fase. O planejamento prévio também é vital. Segundo a Endeavor, o processo de captação deve começar de 6 a 9 meses antes da empresa precisar do capital em si.