Em 2009, 49,3% de todos os empreendedores do Brasil eram mulheres (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2012 às 11h09.
João Pessoa - Gerir negócios é um talento das paraibanas. Inseridas em vários ramos de atividades, elas rompem cada vez mais barreiras e se consolidam em áreas antes consideradas masculinas. Mulheres taxistas, trabalhando em obras de construção, coordenando áreas de alto risco, donas de empreendimentos que atendem ao público masculino, entre outras atividades. Esse é o perfil do empreendedorismo feminino no estado.
Destaque em vendas de baterias elétricas, uma empresária de Campina Grande é exemplo em gestão de negócios no mundo dos veículos. Joseane Muniz, da Eletricar Baterias, mostrou tanta competência no ramo que já teve sua história de empreendedorismo reconhecida em nível estadual e nacional no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios.
Com visão de futuro, ousadia e necessidade de abrir o próprio negócio, a empresária decidiu investir em uma área em que as mulheres não dominassem e está conseguindo colher bons frutos. “Minha família é toda de comerciantes. O meu pai achava que mulher não entendia de carro, não acreditava em um negócio tocado pela filha. Mas mostrei a ele e ao meu ex-marido que a questão é mais de administração e de gestão do que de gênero”, enfatizou.
Para ela, a oportunidade, aliada à determinação, foi decisiva para concretização da empresa. “Quando comecei, o maior desafio era fazer com que os clientes homens nos dessem credibilidade. Eles não acreditavam que uma mulher pudesse entender do assunto. Mas, com meu trabalho, tudo foi superado”, contou. Em 2009, ela foi reconhecida pela empresa de baterias Moura. “Adaptei uma bateria para um transporte que antes ninguém ousou utilizar”, comentou.
A paraibana de João Pessoa, Maria de Fátima Juvenal da Silva, ficou conhecida pela mesma garra. Escolher a atuação profissional onde tem mais homens é delicado para as mulheres, mas aos poucos Maria se adaptou. Ela é a proprietária da Oficina Monte Sião, localizada no centro da capital.
Serviços de lanternagem, pintura e mecânica são oferecidos pela família. Seu empreendimento começou com a ideia do marido Francisco Marcelino. “Na verdade, eu era doceira, vendia com muita dificuldade, enfrentei um problema de saúde e não tive assistência trabalhista. Sem poder trabalhar fora de casa, resolvi ficar auxiliando meu marido na oficina. A partir daí, tudo foi mudando para nós”, contou a empreendedora que ajudou a aumentar as vendas e negócios em 50%.
Empreendedorismo
A força do empreendedorismo paraibano segue o exemplo das mulheres das demais regiões do país. De acordo com a gestora estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, Maria José Menezes, não há pesquisas que quantifiquem o número de empreendedoras no estado, porém pesquisadores acreditam que o desempenho das paraibanas é semelhante ao nacional. “A pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) revelou que, em 2009, 49,3% de todos os empreendedores do Brasil eram mulheres. Em 2002, elas representavam apenas 29% dos empreendedores do país”, explicou.
Nesta terça-feira (28), será realizada mais uma solenidade de reconhecimento do talento e empreendedorismo das mulheres paraibanas. O Prêmio Mulher de Negócios vai anunciar quatro vencedoras. As primeiras colocadas da etapa estadual em cada categoria - pequeno negócio e negócio coletivo – irão concorrer na etapa regional e podem ser indicadas para a final nacional.
As empreendedoras paraibanas já são destaque no Prêmio. Desde a criação do concurso, o estado já ganhou dois troféus de ouro, três de prata e três de bronze. Exemplos recentes são das paraibanas Joseane Muniz, da Eletricar Baterias, de Campina Grande, vencedora do Troféu de Prata, e Marcia Gondim, da Associação Flores da Vida Real, de Areia, troféu de bronze.