Segundo dados do Ministério da Economia, os setores de comércio e serviços correspondem a mais de 80% dos empreendimentos ativos no país (kupicoo/Getty Images)
Jornalista
Publicado em 24 de setembro de 2021 às 08h25.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 15h52.
Nem mesmo a crise causada pela pandemia foi capaz de frear a escalada do empreendedorismo no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Economia, o país registrou recorde no número de novas empresas abertas em 2020 e encerrou o ano com cerca de 20 milhões de negócios ativos, o que representa um aumento de 6% em comparação com 2019.
Quando olhamos para os microempreendedores individuais (MEIs), o crescimento foi ainda mais expressivo: a categoria registrou um aumento de 8,4% em relação ao ano anterior, com mais de 2,5 milhões de novos registros.
Não dá para ignorar que fatores como o fechamento de postos de trabalho, as reduções temporárias de salário e o aumento do desemprego no país (que atingiu cerca de 13,4 milhões de pessoas no ano passado) contribuíram para a elevação desse número.
“As pessoas perceberam que os empregos estavam escassos e entenderam que precisavam empreender para poder contornar essa situação, é o que chamamos de ‘empreender por necessidade’”, explica a empresária Carol Paiffer, que é CEO e sócio-fundadora da Atom S/A (ATOM3), jurada do Shark Tank Brasil e um dos grandes nomes do empreendedorismo no país.
Segundo a última edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o número de empreendedores iniciais motivados por necessidade saltou de 37,5% para 50,4% no ano passado.
Ainda assim, não é de hoje que abrir o próprio negócio faz parte dos objetivos profissionais dos brasileiros.
Dados do GEM 2019 já indicavam que uma parte significativa da sociedade (38,7%) passou a enxergar no empreendedorismo uma forma mais compensadora de atuação profissional do que o trabalho “convencional” em uma empresa privada ou no serviço público. Veja na tabela abaixo:
Com a reabertura econômica e o avanço da vacinação, a expectativa é de que quem deseja começar a empreender encontre um cenário ainda mais favorável a partir de agora.
“Toda tempestade tem um fim, e toda crise traz uma oportunidade. As pessoas passaram muito tempo dentro de suas casas, então existe uma demanda reprimida para lazer, atividades e serviços. Um ótimo momento para tirar o sonho de abrir o próprio negócio do papel”, avalia Carol Paiffer, que também é reconhecida como uma importante mentora de empreendedorismo.
De olho nessa perspectiva positiva para o cenário do empreendedorismo no Brasil e com o objetivo de ajudar cada vez mais pessoas a entrarem (e prosperarem!) nesse universo, a EXAME Academy decidiu unir forçar com Carol Paiffer para a criação do Jornada do Zero ao Negócio, o primeiro curso sobre empreendedorismo e negócios ministrado pela empresária.
Quero aprender com a Carol Paiffer!
Durante o treinamento, que terá carga horária total de 4 horas, Carol vai compartilhar tudo o que aprendeu ao longo de seus 16 anos como empreendedora de forma leve, simples e objetiva. A ideia é que todo empreendedor consiga colocar os conhecimentos adquiridos durante as aulas em prática rapidamente.
“As pessoas terão a oportunidade de aprender literalmente do zero. Serão conhecimentos técnicos bem importantes, como olhar para as finanças, pro marketing, saber estruturar um plano de negócios e até sobre como buscar investimento. Além disso, será um ótimo ambiente para networking com outros empreendedores. Também teremos muitas novidades que servem pra quem já empreende mas quer melhorar ainda mais a sua jornada”, diz.
Vale ressaltar que essa esse é o primeiro curso sobre empreendedorismo e negócios ministrado por Carol Paiffer “Então estou me dedicando ao máximo para trazer todas as informações que eu fui acumulando ao longo dos meus 16 anos empreendendo e, é claro, o que eu aprendi com outras pessoas ao meu redor que empreendem também”.
De acordo com o boletim anual Mapa das Empresas, apresentado pelo Ministério da Economia em fevereiro, o Brasil registrou um saldo positivo de 2,3 milhões de empresas abertas em 2020. Isso porque, enquanto 1,044 milhão de negócios foram encerrados, 3,359 milhões abriram ao longo do ano passado.
“Os resultados revelam um saldo positivo de 2.315.054 empresas abertas em 2020, com um número total de 19.907.733 empresas ativas”, escreveu a pasta.
Vale destacar que os setores de serviços e comércio foram os setores com mais empresas abertas. Juntos, eles correspondem a mais de 80% dos empreendimentos ativos no país. Veja:
O relatório revela, ainda, que o tempo médio para abertura de empresas no país também diminuiu em 2020. Segundo a pasta, a média de tempo para abertura de um negócio foi de 2 dias e 13 horas, o que representa uma redução de 43,0% (o equivalente a 1 dia e 22 horas) em relação ao final de 2019.
Dentre os estados com menores tempos de abertura, destacam-se Goiás (que apresentou o tempo de 1 dia e 2 horas ao final do terceiro quadrimestre) e Sergipe (com média de 1 dia e 5 horas).
Já o posto de estado mais demorado para se abrir uma empresa ficou com a Bahia, que registrou tempo médio de 6 dias e 20 horas para abrir um novo negócio. “Ainda assim, o estado reduziu 22 horas (11,8%) em relação ao quadrimestre anterior”, diz o relatório.