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Empreendedora fatura vendendo bolos com sabor de interior

A Bolo à Toa produz e vende cerca de 10 mil bolos caseiros por mês em duas unidades

Renata Frioli, dona da Bolo à Toa (Divulgação)

Renata Frioli, dona da Bolo à Toa (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 07h00.

São Paulo - O cheiro de bolo assando não engana. A casinha de fachada rosa em uma rua na zona oeste de São Paulo tem apenas duas mesinhas e um balcão. É ali que Renata Grosso Frioli realizou seu sonho de empreender. Formada em administração, a empreendedora criou há dois anos a Bolo à Toa, especializada em bolos caseiros, como de laranja e fubá. “Eu achava que faltava um pouco de simplicidade na vida do paulistano. São Paulo tem tudo muito sofisticado, mas eu sentia falta de uma coisinha mais simples”, conta Renata.

Depois de se mudar de Araçatuba para São Paulo, em 2000, ela saiu do mercado de trabalho para se dedicar às filhas, que tinham 3 meses e 3 anos na época. Há alguns anos, começou a sentir uma inquietação para voltar ao trabalho. “Há 3 anos, eu senti a necessidade de fazer alguma coisa que fosse diferente, que não tivesse em São Paulo. Conversando em casa com a minha mãe e meu irmão pensei se fazia bolo. Comecei a pesquisar e realmente não tinha. Decidi montar uma loja de bolos caseiros, trazer um pouquinho desse costume do interior”, diz. 

O desafio começou com a busca por um ponto comercial, que teria que “lembrar a casa da avó”, e os trâmites burocráticos. “Eu que fiz tudo. Fui correr atrás de licenças, coisas de prefeitura, aquela parte burocrática que é bem desanimadora”, conta. Depois de oito meses de reforma e testes das receitas do livro da família, Renata abriu a primeira loja, em Pinheiros, “com a cara e a coragem”. “Coloquei o nome de Bolo à Toa, porque é como é chamado o bolo na casa da minha mãe, onde tem bolo todo dia, mas não é um bolo recheado, cheio de frescura. O bolo simples ela chama de bolinho à toa”, explica. 


Em um mês, a operação se pagou, sem que Renata precisasse reinvestir no negócio. Sua principal estratégia de marketing foi o boca-a-boca. “Eu não fiz ação publicitária nenhuma, anunciei na minha página do Facebook que estava abrindo, fiz contato com a vizinhança, mandei um bolo pra lá, outro pra cá, e explodiu”, explica. 

O sucesso foi tanto que a empresária recuperou seu investimento nos primeiros oito meses e já abriu uma nova unidades, desta vez no Itaim Bibi. “Eu sempre usei de recurso próprio, me virei nos 30. No primeiro mês, eu soube que ia ser um sucesso, a loja pagou os custos dela. Desde o dia que abri não precisei colocar a mão no meu bolso”, diz. 

O bolo caseiro é vendido apenas inteiro, para ser levado para casa. Para Renata, vender fatias no local iria descaracterizar seu negócio. O grande desafio foi apresentar este novo conceito ao mercado. “Meu primeiro e maior desafio foi fazer com que as pessoas acreditassem no meu negócio, passar esse conceito, esse costume meu. Meu grande desafio foi criar um mercado para bolo caseiro”, conta. Hoje, a empresa produz e vende de 6 mil a 6,5 mil bolos de 16 sabores por mês. Com a inauguração da nova unidade, a produção deve saltar para mais de 10 mil bolos. Os produtos custam entre 18 e 25 reais, dependendo do sabor. 

Segundo Renata, mais uma loja deve ser aberta em São Paulo até o começo do próximo ano e ela já pensa na expansão para outros locais. “Tenho plano de abrir mais lojas, mas minhas. Me procuram muito para franquia, mas ainda não penso nisso, não gosto de ver meu negócio massificado”, define. Com 15 funcionários, Renata se dedica à administração e expansão da empresa, e entra na cozinha para testar novos sabores e acompanhar a rotina. “Eu cresci dentro de uma cozinha na casa da minha vó, da minha mãe, então minha escola foi essa”, diz. 

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