Joanna Cariello, da Nama: negócio começou com investimento de 45 mil reais e já conversa sobre expandir para outros países (Nama/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 4 de fevereiro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2018 às 06h00.
São Paulo - O Instagram não é só uma rede social para postar fotos caprichadas ou relatar seu dia a dia por meio dos stories. Já há muitos empreendedores usando a plataforma como uma maneira de divulgar seus negócios e impulsionar suas vendas.
É o caso de Joanna Cariello. A publicitária abriu a Nama, negócio que vende peças de decoração feitas em impressora 3D, já pensando em como poderia fazer uma boa estratégia de marketing.
A Nama acabou virando um dos cases destacados pelo Instagram em seus eventos, entre os 15 milhões de perfis empresariais brasileiros que participam da rede social.
Metade dos 4 mil clientes do empreendimento de Cariello foi conquistada por meio da rede social. Para este ano, a Nama tem a meta ambiciosa de dobrar seu número de consumidores – e aumentará o investimento feito na rede social para atingir tal feito.
Cariello trabalhou em uma grande empresa de varejo, primeiro como trainee e depois como gerente de loja. Porém, formou-se em publicidade e queria voltar à área. “Pensei em abrir um negócio online, já que com ele conseguiria, por exemplo, criar um site legal e pensar em uma boa estratégia de redes sociais”, enumera.
Na mesma época, o marido da empreendedora fazia uma segunda faculdade, na área de computação, e começou a ter aulas sobre modelagem 3D. Foi aí que elaa teve a ideia de vender pela internet peças feitas em uma impressora 3D.
Com 45 mil reais de investimento inicial, o casal comprou uma impressora e testou a produção de peças durante meses.
A escolha final foi por investir em itens para decorar a casa. “A impressão 3D sempre foi muito usada para engenharia, mas resolvemos investir em um nicho de mercado muito aberto ainda, que é o de decoração. Nunca trabalhei com decoração, mas sempre gostei de fazer artesanato como hobby. A tecnologia foi o jeito de não fazer itens iguais aos que você vê em lojas tradicionais.”
A Nama foi lançada em agosto de 2016, mas o perfil da marca no Instagram já foi criado dois meses antes. Junto com a abertura veio a primeira campanha publicitária paga.
Os resultados chegaram logo para a Nama. “Mesmo com pouco investimento, tivemos uma resposta muito boa já na primeira campanha, com um fluxo razoável de usuários”, conta Cariello.
“Desde então, o Instagram foi nosso principal canal de comunicação e venda. Estamos sempre atingindo um público diferente, indo além dos nossos seguidores usuais, e invisto hoje dez vezes mais do que colocava no começo do negócio.”
Hoje, metade dos 4 mil clientes já atendidos pela Nama vem do Instagram. O e-commerce conta com 42 itens de decoração, com um ticket médio de 260 reais.
A empreendedora conta que um dos truques que usa é investir bastante em vídeos com etapas da produção e com detalhes das peças. Afinal, o Instagram é uma plataforma cada vez mais audiovisual, com a popularização de recursos como o stories. “As pessoas cada vez mais se atraem e se comunicam por vídeos, e nós estamos sempre acompanhando as tendências.”
A Nama não faz vendas diretamente pelo Instagram. Mesmo assim, o perfil empresarial serve como um belo (e popular) cartão de visitas, fazendo com que os clientes sejam redirecionados ao e-commerce do negócio.
Além de investir na divulgação, Cariello conta que usa a rede social para interagir com os clientes. “Eles compram os produtos e depois postam no Instagram, marcando nossa loja na postagem e usando hashtags. Com isso, mais pessoas conhecem nossa marca e se tornam consumidoras, já vendo como nossos produtos ficariam em uma casa comum.”
Em 2017, a Nama virou um dos cases destacados pelo Instagram como exemplo de empreendedorismo por meio da rede social. Segundo Cariello, isso atraiu empresários e investidores interessados em, inclusive, vender alguns dos produtos fabricados pela Nama em outros países.
Qual conselho a empreendedora daria para quem também tem um negócio e quer bombar com o Instagram? “Eu diria para dar retorno ao cliente, entregando o conteúdo que ele deseja ver. Para isso não basta apenas postar fotos legais, mas selecionar bem quais pessoas você quer atingir e definir sua campanha publicitária para tal. De nada adianta anunciar seus sapatos infantis a um público que não tem filhos, por exemplo.”
Hoje, a Nama conta com Cariello e dois funcionários. Enquanto a empreendedora cuida do site e das redes sociais, além de fazer os rascunhos dos itens de decoração, um empregado é responsável pela modelagem 3D e impressão e outro faz o acabamento das peças. O marido de Cariello trabalha em outra empresa, mas ajuda a Nama aos fins de semana.
O grande objetivo da Nama para este ano é dobrar o número de clientes, indo para 8 mil consumidores. O negócio não abre números absolutos de faturamento, mas espera crescer 35% em relação ao ano anterior. Para isso, investirá 30% mais em sua atuação no Instagram e lançará mais itens em parceria com outros artesãos.