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Vendas online no Brasil crescem 47% no 1º semestre, maior alta em 20 anos

Relatório da Ebit/Nielsen mostra que a pandemia de covid-19 provocou um pico nas compras online, levando 7,3 milhões de novos consumidores ao e-commerce

E-commerce: foram feitos 90,8 milhões de pedidos entre janeiro e junho de 2020 (Germano Lüders/Exame)

E-commerce: foram feitos 90,8 milhões de pedidos entre janeiro e junho de 2020 (Germano Lüders/Exame)

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Carolina Ingizza

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 18h38.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 09h32.

As medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus impulsionaram milhares de vendedores e milhões de novos consumidores para o comércio eletrônico. Com isso, o e-commerce brasileiro cresceu em níveis não vistos nos últimos 20 anos. Segundo pesquisa da Ebit/Nielsen, feita em parceria com a Elo, o faturamento com as vendas online subiu 47% no primeiro semestre, totalizando 38,8 bilhões de reais. Ao todo, foram feitos 90,8 milhões de pedidos entre janeiro e junho de 2020.

O e-commerce já vinha crescendo nos últimos anos e estava projetado para crescer 18% em 2020 antes da pandemia. Porém, é inegável o efeito propulsor que o isolamento social teve no comportamento de compra. O pico do e-commerce aconteceu entre 5 de abril e 28 de junho, quando a maior parte das cidades brasileiras estava com medidas para conter a circulação de pessoas. Nesse intervalo, o número de pedidos cresceu 70% na comparação com 2019.

Não só aumentou o número de vendas como também subiu o valor gasto pelas pessoas em compras online. O tíquete médio passou de 404 reais no primeiro semestre de 2019 para 427 reais agora. 

Além disso, cerca de 7,3 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra online durante o primeiro semestre de 2020, um crescimento de 40%. Com isso, o Brasil chega à marca de 41 milhões de usuários ativos no e-commerce. Desse total, 58% compraram pelo menos quatro vezes ao longo do semestre e 20% realizaram mais de dez pedidos no período.

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“O resultado do primeiro semestre deixa claro que o comportamento de compra online é um movimento que veio para ficar”, diz Julia Avila, líder da Ebit/Nielsen. A diretora aponta que 93,4% dos consumidores ouvidos pela pesquisa indicaram a intenção de voltar a comprar online nos próximos três meses, o que indica que a tendência de crescimento deve continuar no segundo semestre. 

E os clientes não estão comprando só em sites tradicionais, como Mercado Livre, Americanas e Magazine Luiza. Os aplicativos foram responsáveis por boa parte das vendas. Segundo a Ebit/Nielsen, 72% dos 2.140 consumidores ouvidos entre os dias 1º e 13 de julho deste ano, usaram ou estão usando mais aplicativos de delivery durante a pandemia. Os setores que mais se destacam são farmácias e supermercados, responsáveis pela entrada de 10% e 14% dos novos consumidores. 

Digitalização do pequeno varejo

Todo o crescimento de número de vendas não teria sido possível sem um aumento no número de lojistas vendendo online. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 150.000 novas lojas online foram criadas de março a julho no Brasil. 

Com as lojas fechadas, a pressa para começar a vender pela internet fez 80% desses novos vendedores optarem por realizar suas vendas dentro de grandes sites, como Submarino, Mercado Livre e Magazine Luiza. Essas varejistas atuam como “shoppings digitais” com seus marketplaces, levando um fluxo de consumidores até a loja virtual dos pequenos que usam sua plataforma. De quebra, os pequenos ainda podem utilizar a infraestrutura logística das gigantes.

Os marketplaces já representam 78% do total do e-commerce brasileiro, segundo a Ebit/Nielsen. Nos primeiros seis meses de 2020, eles foram responsáveis por 30 bilhões de reais de faturamento do e-commerce, um crescimento de 56% em relação ao mesmo período de 2019. 

Milhares de lojistas que, até então, estavam trabalhando somente com a loja física, decidiram dar uma chance ao online para sobreviver. De acordo com a pesquisa da Ebit/Nielsen, as lojas que trabalham tanto no online quanto no offline representam 73,1% das vendas digitais no Brasil hoje. No primeiro semestre, elas registraram 57 milhões de pedidos, 54% mais que no mesmo período de 2019. Já o faturamento dos lojistas 100% digitais cresceu 26%, totalizando 9 bilhões de reais. 

Para atrair esses pequenos lojistas do varejo físico para seus espaços, empresas como Mercado Livre, Magazine Luiza, B2W e Via Varejo criaram uma série de mimos e descontos exclusivos. Assim, elas conseguem ajudar os pequenos vendedores e, de quebra, abocanhar uma parte do valor de cada venda feita. Esse movimento foi explicado em uma reportagem da nova edição da EXAME, veja aqui. 

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