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De olho no mercado de vendas por live, brasileiras criam a startup Mimo

Inspiradas pelo movimento chinês, as empreendedoras criaram uma plataforma de shopstreaming e conquistaram investidores como Nizan Guanaes e Mark Yuan

Angelica Vasconcelos, Monique Lima e Etienne Du Jardin: as empreendedoras deixaram carreiras na publicidade e tecnologia para criar seu próprio negócio do zero (Valeria Paglioli/Divulgação)

Angelica Vasconcelos, Monique Lima e Etienne Du Jardin: as empreendedoras deixaram carreiras na publicidade e tecnologia para criar seu próprio negócio do zero (Valeria Paglioli/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 19 de novembro de 2020 às 17h00.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 16h14.

Com pais e cunhados que investem em startups, a publicitária Monique Lima vivia em um "Shark Tank" constante. Inspirada pelo ambiente familiar e percebendo uma oportunidade de mercado durante a pandemia, ela decidiu deixar seu trabalho em uma agência para empreender. Se juntaram a ela a também publicitária Etienne Du Jardin e a arquiteta de software Angelica Vasconcelos. Juntas, elas criaram a startup Mimo, uma plataforma de vendas por live.

O serviço será oficialmente lançado no Brasil na próxima segunda-feira, 23, mas já foi testado com um grupo de clientes. A proposta da Mimo é ser um "shopping virtual" em que o consumidor possa ir passando por vários vídeos ao vivo até encontrar um produto de que precise ou goste. "Estamos aqui para revolucionar como as pessoas compram online", diz Lima.

No primeiro mês de lançamento da plataforma, 20 marcas, entre elas The North Face, Blue Bird Shoes e Imaginarium, estarão testando a ferramenta da Mimo.

E não foram só as empresas que embarcaram no projeto. Investidores como o publicitário Nizan Guanaes e consultor Mark Yuan, especializado em lives de vendas, aportaram cerca de 2 milhões de reais no negócio.

Como funciona

O modelo, conhecido como shopstreaming, é popular na China em aplicativos como o Taobao, do Alibaba. Ele foi importado para o mercado brasileiro durante a pandemia por marcas como Chilli Beans, Dengo, Lojas Americanas e Grand Cru. A consultoria iiMedia estima que esse formato de vendas online irá faturar 129 bilhões de dólares em 2020, um crescimento de 111% em relação a 2019.

O que a startup se propõe a fazer é simplificar o trabalho das marcas que querem se relacionar com os consumidores dessa forma. Com a infraestrutura tecnológica já criada, a empresa cliente precisa somente cadastrar seus produtos, marcar um evento e colocar um vendedor ou influenciador para apresentá-los ao público. A criação das lives é gratuita, mas a plataforma recebe uma comissão de 20% sobre as vendas feitas.

Do lado dos consumidores, as lives são uma oportunidade de ter mais informações sobre os produtos sem precisar ir à loja. De casa, eles podem tirar suas dúvidas com um vendedor e pedir para ver mais detalhes de cada peça desejada. Enquanto acompanham o vídeo, tem a possibilidade de selecionar o produto e pagar. Tudo isso sem perder a transmissão. "Poder fazer tudo isso ao mesmo tempo é o que a gente tem de disruptivo”, diz Vasconcelos.

Nessa primeira fase de lançamento, a plataforma será acessada por um link que funciona para desktop e para mobile. “Foi uma decisão estratégica, para que os links das marcas possam viralizar nas redes”, diz Du Jardin. No futuro, a ideia é ter um aplicativo próprio, uma espécie de Taobao brasileiro. 

Em fevereiro, depois que a plataforma tiver sido validada durante a Black Friday e o Natal, o plano das empreendedoras é adicionar uma nova ferramenta para apresentadores. O plano é que influenciadores e pessoas comuns possam se candidatar para fazer as transmissões ao vivo para as empresas e ganhar comissões pelas vendas geradas, como um “Uber dos vendedores digitais”.

A Mimo, que tem 20 pessoas hoje, deve voltar ao mercado em busca de uma rodada série A para alavancar o crescimento do negócio em 2021. Mas, por enquanto, segundo Monique Lima, o objetivo é colocar o serviço na rua e chegar até os consumidores.

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