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De olho no EAD, as edtechs LEO Learning e E-Create anunciam fusão

As duas empresas vão unir suas experiências no mercado de ensino remoto e educação corporativa e pretendem faturar 25 milhões de reais em 2021

Richard Vasconcelos, da LEO Learning, e Felipe Kinder, da E-Create: em cinco anos, sócios querem que o negócio fature 100 milhões de reais por ano (LEO Learning Brasil/Divulgação)

Richard Vasconcelos, da LEO Learning, e Felipe Kinder, da E-Create: em cinco anos, sócios querem que o negócio fature 100 milhões de reais por ano (LEO Learning Brasil/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 09h15.

Última atualização em 28 de janeiro de 2021 às 13h56.

Para unir forças no mercado de educação digital, as edtechs brasileiras LEO Learning Brasil, conhecida por seu “Netflix da educação corporativa”, e E-Create, especializada em plataformas de aprendizagem, decidiram fundir suas operações. As empresas anunciam a fusão nesta quinta-feira, 28, e dizem que, juntas, esperam faturar 25 milhões de reais em 2021, 39% a mais que no ano passado. Em cinco anos, a meta é ambiciosa: ser a maior plataforma de ensino remoto do país, com uma receita anual de 100 milhões de reais.

Com a fusão, a LEO Learning Brasil passa a ser a principal marca, e todos os 110 colaboradores das duas empresas serão mantidos na operação. O negócio foi feito por meio de troca de ações. Richard Vasconcelos, fundador da LEO, fica com 68% da empresa, o grupo inglês LTG (que já era acionista minoritário da companhia) fica com 18% e Felipe Kinder, fundador da E-Create, passa a ter 14% da sociedade. 

Vasconcelos fundou a LEO Learning Brasil em 2012, após voltar de uma temporada no Reino Unido, onde fez mestrado. O empreendimento continua a trajetória da família no setor de educação. Ele é neto de João Uchôa Cavalcanti Netto, fundador do grupo Estácio. Antes de ir estudar fora, o empreendedor trabalhou desenvolvendo a área de ensino a distância (EAD) da Estácio e se apaixonou pelas possibilidades da educação digital.

Na LEO, ele criou duas frentes: a de educação corporativa e a de ensino remoto para universidades e escolas. O braço de treinamento empresarial, o principal do negócio hoje, faz sucesso graças à estratégia da empresa de criar um “Netflix da educação corporativa”, com webséries, vídeos, jogos e aplicativos desenvolvidos para cada projeto. Entre os 160 clientes da empresa estão companhias como Coca-Cola, Itaú, Tim e Honda.

Com a fusão com a E-Create, o objetivo é se aprofundar no segmento de ensino remoto. A edtech, fundada em 2009 por Felipe Kinder, é especializada em oferecer plataformas para EAD. A empresa começou focada no mercado de educação, com clientes como FGV, Anhanguera e Estácio, mas depois percebeu que poderia vender também para o mercado corporativo, conquistando empresas como Citi, H.Stern e Petrobras e disputando o mercado diretamente com a LEO Learning.

As conversas sobre a fusão acontecem desde dezembro de 2019 e se oficializaram em 2020, com a pandemia impulsionando o mercado de EAD no Brasil e no mundo. “Percebemos a complementaridade dos negócios desde um primeiro encontro informal em um shopping do Rio”, afirma Kinder. Na nova estrutura, ele assume o posto de diretor de tecnologia e Vasconcelos, a presidência.

“A E-Create tem uma área de tecnologia forte, nós temos canais de venda e uma equipe de marketing bem estruturada. Em um primeiro momento, só de colocar os produtos deles na nossa plataforma de vendas, esperamos um aumento significativo de receita. Também vamos oferecer os conteúdos da LEO de gestão e treinamento de lideranças para os clientes da E-Create”, diz o presidente.

Depois da integração inicial, a empresa vai investir na criação de novos produtos para a área de educação, como ferramentas de reconhecimento facial para a realização de provas online, e plataformas para eventos empresariais remotos. “Vamos criar também uma academia digital, para poder oferecer cursos voltados desde os líderes até os estagiários das companhias”, diz Vasconcelos.

Na área de EAD para instituições de ensino, o foco é oferecer a plataforma para as cerca de 2.000 faculdades brasileiras que não fazem parte de nenhum grupo educacional. “Há uma oportunidade gigante, já que a maior parte dessas instituições tiveram dificuldades no último ano para estruturar o ensino remoto”, afirma Kinder.

Para os dois fundadores, a maior preocupação do momento é não perder a janela de oportunidade que a pandemia abriu para o mercado de educação digital. “Nos primeiros 26 dias de janeiro, já batemos o faturamento do primeiro trimestre do ano passado”, diz Vasconcelos. Kinder acrescenta: “As duas equipes já estão trabalhando juntas. Precisamos nos estruturar para ser uma empresa representativa no mercado nacional e, futuramente, no internacional também.” 

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