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Dados da CNI mostram como a pequena indústria reage à crise no Brasil

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) irá divulgar às 10h o Panorama da Pequena Indústria do terceiro trimestre de 2020

Pequena indústria: segmento é responsável por 43% dos empregos da indústria nacional (Kerkez/Getty Images)

Pequena indústria: segmento é responsável por 43% dos empregos da indústria nacional (Kerkez/Getty Images)

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Carolina Ingizza

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 06h00.

Nesta quarta-feira, 11, o Brasil vai ter um retrato de como a micro e pequena indústria reagiu à crise nos últimos meses. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga, às 10h, o Panorama da Pequena Indústria referente ao terceiro trimestre de 2020. A pesquisa trará dados sobre o desempenho das empresas, sua situação financeira e os principais problemas enfrentados no período. 

Informações de outros órgãos dão pistas do que está por vir na pesquisa da CNI. Pesquisa do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) mostrou que 87% dessas empresas estavam enfrentando dificuldades com a alta dos preços dos insumos e matérias-primas em outubro. Duas em cada três micro e pequenas indústrias tiveram problemas com a falta de matérias-primas usadas na linha de produção.

O mês de outubro também trouxe desafios adicionais ao setor com a volta da cobrança dos impostos, suspensos desde março por conta da pandemia. O Simpi afirma que, por consequência da crise causada pelo coronavírus, 46% das micro e pequenas indústrias não sabiam como voltar a pagar os impostos. No total, 21% dos empresários ouvidos disseram que não teriam como pagar e outros 25% afirmaram que poderiam quitar apenas parte do valor devido.

Desde março, as micro e pequenas indústrias vivem meses complicados. Segundo o Sindicato, 69% das empresas do segmento não tiveram acesso a linhas de crédito. Como consequência, 6% delas não teve dinheiro para reabrir a operação mesmo com o fim da quarentena.  

 

Mas com a retomada das atividades industriais, a situação está melhorando. Pesquisa feita pelo Sebrae em parceria com a FGV entre os dias 28 de setembro e 1 de outubro mostra que o faturamento semanal da micro e pequena indústria está 30% abaixo do que era antes da pandemia. Em abril, a queda era de 62%. 

Os últimos dados divulgados pelo IBGE também mostram sinais de melhora. A produção industrial brasileira aumentou 2,6% em setembro ante agosto. Com a quinta alta seguida, a indústria eliminou o tombo de 27,1% acumulado em março e abril, no pico da pandemia. Já na comparação trimestral, houve uma alta de 22,3% frente ao trimestre anterior e queda de 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado. 

As micro e pequenas empresas possuem um papel estratégico para o país, correspondendo a cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além disso, elas são responsáveis pela maioria (52%) dos empregos formais. Em 2019, enquanto as médias e ­grandes empresas fecharam 88.000 postos de trabalho, as micro e pequenas empresas abriram 731.000 vagas, de acordo com uma análise do Sebrae feita com base em dados do Ministério da Economia. Na indústria, elas são responsáveis por 43% dos empregos.

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