Esse detalhamento já vale para pessoas físicas desde 2007 (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
São Paulo - A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de tornar obrigatória a informação do Custo Efetivo Total (CET) das operações bancárias, que envolvem as micro e pequenas empresas, vai facilitar o entendimento pelo empresário, além de tornar mais transparente as operações de crédito.
Esse detalhamento já é compulsório em relação às pessoas físicas, desde 2007. A medida entrará em vigor em 2 de maio de 2011, segundo o Banco Central.
"A decisão do CMN estimulará a concorrência entre os bancos, resultando em redução do custo do crédito para as MPE", prevê o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ao comentar a decisão tomada pelo CMN na quinta-feira (30/9).
Segundo ele, a medida é positiva ao possibilitar mais transparência e melhores informações aos empresários. Além de facilitar uma melhor avaliação por quem contratar um financiamento, a medida também vai ajudar o empresário a melhor planejar os seus negócios.
"Essa medida é importante para as MPE, pois as informações variam muito de banco para banco. Com esse detalhamento, vai ficar mais fácil para entender o custo do dinheiro para nós e para continuarmos pressionando os bancos por mais empréstimos, menos burocracia, menos exigências para aprovação de empréstimos e taxas de juros melhores", afirma José Tarcísio da Silva, presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro).
<hr> <p class="pagina">O detalhamento dos custos e impostos incidentes nas operações de crédito voltadas aos pequenos negócios foi tema de debates no Comitê de Financiamento do Fórum de Desenvolvimento, do qual a Comicro é integrante.</p>
"Discutimos várias vezes a respeito desse tema com diretores de bancos estatais e privados no comitê", informa Tarcísio.
Para ele, as taxas de juros dos bancos estatais estão relativamente boas, mas a burocracia continua grande para as micro e pequenas empresas. Nos bancos privados, ao contrário, as taxas de juros são altas, apesar do processo de aprovação do crédito ser rápido.
"Na propaganda é fácil dizer que há recursos e linhas de crédito para nós. O problema é que a gente não consegue acessar, porque o parâmetro de micro e pequena que os bancos levam em consideração é do Mercosul, ou seja, com faturamento anual de R$ 3,6 milhões", reclama o presidente da entidade.
"O cartão BNDES funciona com bancos privados, que repassam os créditos, mas a burocracia é muito grande", dispara Tarcísio. Segundo ele, os empreendedores individuais não conseguem acessar crédito.
"Contamos que o governo continue forçando os bancos a emprestar dinheiro para as micro e pequenas empresas. Nós vamos continuar gritando por menos burocracia, menos exigências e taxas de juros menores", ressalta.
O cheque especial permanece sendo a opção mais rápida para os empresários de pequeno porte, de acordo com o presidente da Comicro. "Continuamos contando com cheque especial para emergências e compor capital", acrescenta.
Nos bancos estatais, o juro do cheque especial fica entre 1,5 a 3% ao mês, enquanto nos bancos privados, em torno de 4% ao mês. Esse é o caminho mais rápido para os pequenos negócios acessarem crédito.
No Banco do Brasil, o BB Giro Rápido também é uma alternativa, mas o juro é apenas um pouco menor do que o do cheques especial, de acordo com Tarcísio.
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