Bruno e Juliano Mendes: mestre queijeiro da França para mudar hábitos de consumo no Brasil (Raphael Günther/Exame)
Mariana Desidério
Publicado em 10 de novembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 10 de novembro de 2019 às 09h01.
Os empreendedores catarinenses Bruno e Juliano Mendes querem marcar o mercado nacional de queijos assim como marcaram o de cerveja. Eles fundaram a cervejaria Eisenbahn em Blumenau em 2002 e a venderam em 2008 ao grupo paulista Schin, hoje parte da holandesa Heineken. Em 2013, começaram uma nova empreitada, agora no universo dos queijos, com a Pomerode, fabricante que já tem 28 produtos no catálogo.
O interesse dos irmãos Mendes pelos queijos surgiu em 2006. Naquele ano, Bruno foi a um congresso de cervejarias artesanais nos Estados Unidos e assistiu a uma palestra sobre a harmonização de cervejas com queijos. “Naquela época éramos os únicos brasileiros em congressos internacionais de cervejas. Hoje somos os únicos nos congressos sobre queijos”, diz Bruno.
De lá para cá, os empreendedores passaram a estudar o assunto. As cervejas da Eisenbahn agora trazem no rótulo o tipo de queijo mais indicado para cada sabor da bebida. Depois de vender a cervejaria, os irmãos decidiram entrar mais fundo nesse universo. Como no caso da Eisenbahn, a proposta é provocar um choque de qualidade no setor. “Existe em parte do mercado a ideia de que o brasileiro não gosta de queijo forte. Era assim com a cerveja e nós mostramos que essa ideia estava errada. Vamos fazer o mesmo com o queijo”, afirma Juliano.
Fundada em 2002, a Pomerode Alimentos foi comprada pelos irmãos Mendes em 2013. Antes da transação, seu principal produto eram bisnagas de queijo fundido. Em 2017, os irmãos lançaram uma marca focada em queijos especiais, a Vermont, com queijos de mofo branco tipo brie, camembert, tomme vaudoise, todos de origem europeia. Também passaram a desenvolver sabores próprios, como o queijo Serra Azul, envolto em uma cinta de carvalho. Assim como com a cerveja, o objetivo era não cair nos vícios da indústria nacional. As bactérias, por exemplo, são importadas da França.
Os produtos da Pomerode estão em 1.200 pontos de venda, e a companhia vai encerrar 2019 com receita de 10 milhões de reais, semelhante à da Eisenbahn quando foi vendida.
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A versão completa da reportagem sobre a Pomerode Alimentos está na edição 1197 da revista EXAME, disponível nas bancas, tablets e smartphones.