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Coursera, de ensino online, lança ferramentas gratuitas para universidades

A empresa recebeu um aporte de US$ 120 milhões em junho; com o dinheiro, investe em novos recursos para apoiar instituições de ensino do Brasil e do mundo

Coursera: plataforma de educação foi criada em 2011 pelos professores de Stanford Andrew Y. Ng e Daphne Koller (Coursera/Reprodução)

Coursera: plataforma de educação foi criada em 2011 pelos professores de Stanford Andrew Y. Ng e Daphne Koller (Coursera/Reprodução)

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Carolina Ingizza

Publicado em 15 de outubro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 15 de outubro de 2020 às 08h55.

A startup americana Coursera, especializada em ensino remoto, lança nesta quarta-feira, 14, uma série de novas ferramentas para apoiar estudantes e instituições do ensino superior na educação online. O lançamento acontece três meses depois de a empresa ter recebido um aporte de 130 milhões de dólares em uma rodada liderada pelo fundo americano New Enterprise Associate.

O anúncio é uma continuação de uma iniciativa que a empresa adotou para ajudar universidades durante a crise causada pela pandemia, o Coursera for Campus. Lançado no final de 2019, o produto passou de 30 instituições de ensino superior clientes para mais de 3.700 ao longo do ano.

“A pandemia tem sido um catalisador para que as universidades tornem o aprendizado online o núcleo de sua experiência dos estudantes”, diz Jeff Maggioncalda, presidente do Coursera.

Planos gratuito e pagos

Agora, com as atividades presenciais recomeçando, a startup decidiu reestruturar o produto em três planos. O primeiro deles, chamado de plano Basic, permite que universidades ofereçam gratuitamente até 20.000 licenças da Coursera para seus estudantes.

Essas licenças incluem acesso ilimitado aos projetos orientados (cursos práticos de duas horas que ensinam habilidades importantes para o mercado de trabalho) e também dão direito a um curso completo da plataforma por ano. Estudantes de instituições não conveniadas também poderão desfrutar dos mesmos benefícios no plano Student.

Para atender as instituições que precisam de mais ferramentas, existe o plano Institution, que é pago. Nele, os estudantes das instituições conveniadas poderão se inscrever em qualquer um dos mais de 4.000 cursos da startup, além de terem acesso ilimitado aos projetos orientados.

Nesse modelo, as universidades têm mais liberdade para criar e gerenciar os programas de aprendizado online feitos pelos estudantes, inclusive contabilizando créditos acadêmicos por cada curso feito. A licença para cada estudante custa 400 dólares por ano — valor que pode ser reduzido conforme a região e o volume de alunos de cada instituição.

Olhando para o futuro, a startup está confiante que as instituições de ensino superior perceberam que não dá mais para continuar sem uma boa experiência de ensino remoto. Segundo Leah Belsky, diretora de negócios corporativos da empresa, as universidades serão cobradas cada vez mais para ajudar seus estudantes a entrar no mercado de trabalho. A expectativa da empresa é ser o parceiro delas nessa jornada.

Brasil é um dos maiores mercados

Especificamente para atender países como o Brasil, em que 70% dos estudantes acessam os cursos do Coursera via dispositivos móveis, a companhia decidiu disponibilizar o material das aulas para ser consumido offline. Para evitar um uso alto dados móveis, a startup desenvolveu também vídeos mais leves e tarefas de programação que podem ser feitas no navegador.

Hoje, o Brasil é um dos cinco maiores mercados do Coursera em número de usuários: são mais de 3 milhões de pessoas registradas na plataforma. Só no modelo Cousera for Campus, de março até agora, mais de 89.000 alunos brasileiros fizeram cursos.

Instituições tradicionais de ensino, como Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) estão usando a ferramenta para oferecer conteúdo complementar aos estudantes.

Mario Chamorro, diretor do Coursera para América Latina, acredita que a experiência dos estudantes e professores online, forçada pela pandemia, abriu os olhos das instituições para o ensino remoto. Na sua visão, pessoas que tinham ressalvas com cursos online agora estão mais abertas.

Mas não foram só as universidades que adotaram os cursos online. A sociedade passou a consumir mais conteúdo pela internet durante a crise: em março, o tráfego na plataforma do Coursera aumentou 50%. No geral, as pessoas estavam buscando cursos relacionados ao bem-estar em casa ou a recolocação profissional.

Percebendo esse movimento, a empresa disponibilizou o Coursera para governos de países que estavam sofrendo muito com o desemprego. Dessa forma, as autoridades poderiam disponibilizar a plataforma gratuitamente para sua população desempregada. “Como colombiano, foi muito especial ver como a empresa reforçou seu comprometimento com a América Latina”, diz Chamorro.

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