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Coronavírus: R$ 15 milhões foram renegociados em aluguéis no QuintoAndar

Startup brasileira de aluguel online divulga a partir desta quarta-feira, 17, quanto a pandemia movimentou no seu ecossistema de negócios

QuintoAndar: só com medidas para proprietários de imóveis, foram movimentados mais de 19,5 milhões de reais  (QuintoAndar/Divulgação)

QuintoAndar: só com medidas para proprietários de imóveis, foram movimentados mais de 19,5 milhões de reais (QuintoAndar/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 17 de junho de 2020 às 08h03.

Última atualização em 17 de junho de 2020 às 10h02.

A covid-19 causou uma crise econômica no país. Com negócios fechados do dia para noite, milhares de pessoas perderam suas rendas, foram demitidas ou tiveram seus salários reduzidos. Para conseguir honrar compromissos, a saída encontrada por muitos brasileiros foi a renegociação de contratos. Só na plataforma da imobiliária digital QuintoAndar, quase 15 milhões de reais foram economizados pelos inquilinos em ações de renegociação e parcelamento do aluguel com proprietários.

A startup criou dentro de sua plataforma a possibilidade do dono do imóvel conversar diretamente com o locatário. A ideia é que as duas partes envolvidas consigam chegar a um acordo sobre a redução ou não no valor do aluguel. “Facilitamos a comunicação entre os dois lados”, diz Flávia Mussalem, diretora de marketing da empresa. Os descontos gerados pelas negociações variam entre 5% e 90% do valor total e têm duração média de 2,7 meses. 

A proprietária Maria Luiza Mendes, que aluga um apartamento em São Paulo com a QuintoAndar, diz aceitou reduzir o valor do aluguel do imóvel em 25% para colaborar com a inquilina. Ela, que usa o valor recebido para custear sua moradia em outra cidade, percebeu que seria melhor aceitar receber menos agora do que correr o risco de perder o aluguel totalmente no futuro. “Entendo que é um período transitório, todo mundo precisa dar as mãos de alguma forma”, afirma Mendes.

Para comunicar a toda a comunidade envolvida com a plataforma do QuintoAndar sobre as ações da empresa durante a pandemia, a startup lança nesta quarta-feira, 17, um site de prestação de contas. Batizado de “Negociômetro”, o portal registra em tempo real quanto a companhia movimentou ao todo com cada uma das ações realizadas neste período. “É uma ação nossa de transparência como empresa”, diz a diretora de marketing.

Segundo o portal, o QuintoAndar movimentou mais de 19,5 milhões de reais com medidas para ajudar os donos de imóveis. A startup já era conhecida pela modalidade “pagamento garantido”, em que os proprietários recebem o aluguel em dia mesmo que o inquilino atrase o pagamento. Com a crise, a empresa também permitiu que eles adiantassem o aluguel do mês seguinte.

Já para os parceiros da plataforma, como corretores, fotógrafos e imobiliárias, a startup lançou duas linhas de crédito no valor 4,5 milhões de reais. Desde o lançamento, o fundo já movimentou mais de 1 milhão de reais. 

Na linha voltada para imobiliárias, o próprio QuintoAndar antecipa o dinheiro, cobrando uma taxa de 0,5% ao mês. O pagamento do valor recebido pode ser feito em até dez parcelas.

A linha para corretores e fotógrafos, por sua vez, é feita em parceria com a startup Mova e permite que os parceiros adiantem até 70% do ganho mensal com condições subsidiadas, sem taxa de juros. 

Um dos beneficiados pelo programa de crédito foi o corretor Cláudio Cappatti, que está há 3,5 anos trabalhando com a startup. Ele conseguiu um empréstimo de 2.000 reais em abril e só precisará começar a pagar em agosto.

O corretor diz que se desesperou em março com o início do isolamento social, mas que já conseguiu recuperar parte da sua renda utilizando a ferramenta "Fale com o corretor" para mostrar imóveis digitalmente para clientes. “Atendo em média 10 clientes por dia”, afirma. 

A redução no volume de aluguéis e vendas fez o QuintoAndar demitir cerca de 8% do seu quadro de mais de 1.100 funcionários em meados de abril. Além disso, a empresa remanejou pessoas dentro das equipes para evitar outros cortes.

Com os funcionários trabalhando em casa, a startup oferece uma ajuda mensal de custos para cobrir gastos com internet e reembolsa gastos com materiais de apoio para o trabalho remoto. O regime de home office vai ser mantido até o final do ano. 

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