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Carolina Ingizza
Publicado em 13 de março de 2020 às 06h00.
Última atualização em 13 de março de 2020 às 06h00.
O novo coronavírus que obriga a bloqueios e abala economias também tem estimulado uma revolução silenciosa no campo da telemedicina.
A propagação da COVID-19 pela Europa, com o aumento do número de pacientes, o medo de contaminação e sistemas de saúde saturados levam muitas pessoas a buscar consultas médicas on-line.
A lista de empresas que oferecem médicos virtuais inclui startups como Doctolib, financiada pela General Atlantic, a francesa Qare, que tem apoio da seguradora Axa, a unidade Livi da sueca Kry International, a Push Doctor, do Reino Unido, e a Compugroup Medical, da Alemanha.
“É uma pena, mas a atual epidemia pressiona pacientes a dar o salto e pode acelerar uma mudança de hábitos”, disse Olivier Thierry, diretor-presidente da Qare, plataforma francesa que oferece consultas em vídeo com sua equipe de médicos. “As previsões de crescimento mudam a cada dia.”
O negócio de conectar médicos e pacientes por meio de consultas por vídeo teve um início lento na Europa devido à reticência de pacientes, um ambiente regulador hostil, disparidades nos sistemas de saúde e regras de seguro.
Agora, com os hospitais saturados para lidar com o vírus, pacientes recorrem a esses serviços e governos deixam de lado as reservas sobre os riscos das “consultas de sofá” para facilitar a regulamentação.
Em 2018, a Comissão Europeia estimou que o mercado global de telemedicina alcançaria 37 bilhões de euros (US$ 42 bilhões) até 2021, com taxa de crescimento anual de 14%. Agora, esses números podem ser superados, pois as preocupações com o vírus aumentam a demanda, tornando essas consultas mais rotineiras e amplamente aceitas.
O CEO da Qare espera que a telemedicina represente cerca de 10% das 400 milhões de consultas médicas anuais da França até o final de 2021, em relação a números insignificantes atualmente. A Qare, que cobra uma comissão de 20%, disse que nas últimas semanas registrou 25% mais consultas do que o normal. No ano passado, a empresa registrou 80 mil consultas em relação às 8 mil em seu primeiro ano completo de operação em 2018.