Sicredi: 90% das empresas associadas à cooperativa se encaixam no Pronampe (Alexandre Battibugli/Você S/A)
Carolina Ingizza
Publicado em 16 de julho de 2020 às 16h56.
Última atualização em 16 de julho de 2020 às 17h19.
Mais uma instituição financeira disponibiliza crédito pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A cooperativa de crédito Sicredi, presente em 22 estados brasileiros, disponibilizou a linha criada pelo governo. No total, são 1,2 bilhão de reais disponíveis para liberação.
A expectativa é que o valor seja emprestado a mais de 250.000 associados da instituição. Hoje, mais de 90% da base de associados de pessoa jurídica da cooperativa se enquadra no limite de faturamento da linha, que é de até 360.000 para microempresas e de até 4,8 milhões por ano para empresas de pequeno porte.
Conforme determina o programa, os clientes poderão solicitar um empréstimo de até 30% do faturamento anual de 2019. O valor pode ser pago em até 36 meses, com até oito meses de carência e taxa de juro de 1,25% ao ano mais a Selic, atualmente em 2,25%. O crédito foi criado para beneficiar empresas prejudicadas pela pandemia de coronavírus e poderá ser utilizado para capital de giro e investimentos na companhia.
Além do Sicredi, outras instituições financeiras como Caixa, Banco do Brasil, Itaú, BDMG e Sicoob têm operado o programa. Os limites recebidos por cada instituição têm sido atingidos rapidamente, mediante o desespero das micro e pequenas empresas pelo crédito. Na segunda-feira, 13, por exemplo, o Itaú concedeu cerca de 1,5 bilhão de reais em apenas 30 minutos pelo aplicativo.
Para atender mais empreendedores, o governo federal pretende injetar mais 16 bilhões de reais no Pronampe. Inicialmente com 15,9 bilhões em caixa, o programa chegou perto do limite de financiamentos em pouco mais de dois meses.
A ideia do Ministério da Economia é colocar mais 6 bilhões de reais em recursos do Tesouro Nacional no programa, explica Guilherme Afif Domingos, assessor especial do ministro Paulo Guedes para a agenda de empreendedorismo. Além disso, o governo estuda remanejar 10 bilhões de reais de uma linha de crédito operada pelo BNDES para a concessão de crédito via maquininhas, criada com a Medida Provisória nº 975, de junho.
Segundo uma pesquisa do Sebrae em parceria com a FGV, somente 18% das micro e pequenas que buscaram crédito no mercado foram atendidas. Na pesquisa anterior, do mês passado, a taxa de sucesso foi de 16%. O aumento na proporção indica uma melhora no cenário, mas, segundo o Sebrae, em um ritmo abaixo do esperado para atender à demanda.