O ex-modelo Cesar Curti tornou-se empreendedor com a técnica do Mahamudra, que une esporte e autoconhecimento (Divlgação)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2016 às 08h00.
Mahamudra. A palavra foi importada do sânscrito para se referir à verdadeira essência dos ensinamentos de Buda (ou algo como ‘hiperconsciência’ e ‘equilíbrio’), mas hoje é muito mais provável que, se mencionada, traga a mente o projeto fundado em 2013 pelo ex-modelo Cesar Curti e outros amigos. A associação, claro, não é acidental.
Combinação de práticas esportivas com reflexão espiritual, a Mahamudra inspirou-se em valores milenares das religiões indianas para depois conjugá-los a práticas de atletas de alta performance, como foco, disciplina e ambição. Propondo ainda o equilíbrio em todos os aspectos da vida, mantém um discurso que tem demonstrado grande apelo com a Geração Y.
O que começou com uma aula aberta no Parque Ibirapuera para turmas que não chegavam a 50 participantes, hoje conta com mais de 1500 alunos em seis cidades brasileiras. Ainda assim, maior que o número de alunos é o a curiosidade que vem despertando nos mais diversos círculos – o que rendeu ao Mahamudra a alcunha de hit esportivo do momento. Grande parte de toda a repercussão que o grupo vem ganhando pode ser creditada à presença massiva de seus cofundadores nas redes sociais, principalmente no Instagram. A estratégia, executada a risca, tem ajudado a disseminar tanto a filosofia como a marca Mahamudra.
Hoje, quem busca a hashtag #mahamudra no Instagram encontra mais de 27 mil publicações de diversos usuários, enquanto #mahamudraBrasil retorna outras 71 mil postagens. Amanhã, a partir das 6h da manhã – horário em que iniciam os primeiros treinos – esse número já vai começar a subir. Os principais porta vozes do grupo também ganharam projeção meteórica no aplicativo: Jonas Sulzbach, cofundador da Mahamudra, tem 1,3 milhões de seguidores que acompanham diariamente a sua rotina enquanto coach do grupo; Erasmo Viana, outro confundador, soma outros 811 mil seguidores à conta final; Cesar Curti, entrevistado para esta matéria, 91,5 mil.
Além do status de tendência, no entanto, há um lado até então pouco explorado do projeto: a história do ex-modelo, formado em Administração, que viajou o mundo e desenvolveu uma metodologia própria de desenvolvimento humano – aplicando diversas lições de empreendedorismo e autoconhecimento no caminho. A seguir, veja a entrevista do Na Prática com Cesar Curti:
1. Como surgiu a ideia de empreender a Mahamudra Brasil?
Foi a insatisfação com as carreiras tradicionais o ponto de partida para que Cesar buscasse sua motivação em outros lugares, a partir de uma experiência do autoconhecimento e exposição a novas culturas. O método, hoje, reflete a síntese das suas experiências, alternando exercícios aeróbicos, acrobacias, crossfit, artes marciais, ioga e até mesmo meditação.
2. Como foi a criação do projeto e os primeiros desafios?
Como acontece com todo projeto, o início não é fácil. Empreendedores sabem disso desde sempre, mas ainda assim podem enfrentar dificuldades na hora de recuperar a energia e demonstrar resiliência. Para Cesar, a resposta para encontrar essa motivação é simples: ser apaixonado pelo que faz.
3. Como a preocupação com alta performance pode ajudar na vida das pessoas?
Disciplina, metas, foco, evolução contínua… Os termos fazem parte do dia a dia de qualquer atleta profissional, mas também podem ser aplicados na carreira e até mesmo na vida pessoal para se obter melhor resultados. O estímulo, na Mahamudra, é para que os participantes saiam da sua zona de conforto e percebam a sua real capacidade de atingir objetivos ambiciosos – e sonhar cada vez maior.
De acordo com o treinador, o público é variado e qualquer pessoa pode praticar. Os treinos são divididos em quatro níveis (iniciante, intermediário, avançado e elite), e acontecem sempre ao ar livre. Durante grande parte de sua existência, o grupo já contou com uma lista de espera de aproximadamente 400 alunos, mas hoje é possível verificar as vagas na página do Facebook ou no site oficial.
*Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar