Marcos, ex-goleiro e investidor (esq.), ao lado de Thiago Martins Machado (dir.), fundador da Hit (Hit/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 20 de fevereiro de 2022 às 08h00.
No que depender do empresário Thiago Martins Machado, a startup Hit será como o Facebook para apostas – e é justamente no ambiente inspirado em redes sociais que está o segredo da plataforma. Essa proposta foi suficiente para arrecadar 3 milhões de reais e investidores de peso, como Marcos, ex-goleiro do Palmeiras e pentacampeão mundial pela Seleção Brasileira em 2002.
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Inspirada nos bolões, que reúnem pessoas para dividirem apostas em comum, a plataforma permite que os usuários criem os próprios grupos. “Queremos que esse seja um ponto de encontro entre os amigos e que eles possam se divertir sem a preocupação de estarem dentro de um ambiente tóxico, que possa provocar vícios ou a perda de grandes valores”, afirma o empreendedor.
Não será necessário pagar para acessar a Hit – e qualquer visitante poderá visualizar os conteúdos e fazer comentários, por exemplo –, que terá 73 torneios espalhados do Brasil e do exterior, com foco na América Latina. Como resultado dessa estratégia, a startup prevê chegar a aproximadamente 2,5 milhões de usuários até o fim deste ano (mas sem revelar qual será o faturamento).
Para Thiago Martins Machado, depois de consolidar a Hit no mercado brasileiro, o objetivo é lançar a plataforma em outros países. “Por isso, nós criamos uma estrutura com rígidas regras de compliance e estruturada para atuar na maioria dos mercados mundiais”, diz o fundador. E, para evitar fraudes e lavagem de dinheiro, foram adotados indicadores de riscos do mercado financeiro.
“Nossa inteligência está pronta para identificar situações como perdas frequentes ou depósitos com valores fora de um determinado padrão. Caso isso aconteça, temos profissionais especializados que entram em contato com o usuário para entender se há algo errado”, diz Machado. Caso haja alguma inconsistência ou suspeita, os órgãos competentes são acionados automaticamente.
Existem cerca de 450 sites de apostas no país, de acordo com a Hit. Para ter ideia do tamanho desse setor, as dez maiores empresas investiram cerca de 75,7 milhões de dólares em publicidade apenas no primeiro semestre do ano passado – seis vezes mais que o mesmo período de 2020 –, segundo o Ibope Monitor. Somente no Brasil, o mercado movimenta 44 bilhões de reais por ano.
Com estimativa de crescimento que gira em torno de 40% entre 2019 e 2020, a indústria das apostas movimentou cerca de 59,6 bilhões de dólares globalmente em 2020, de acordo com dados da Grand View Research. Com o aumento estimado de 10,1% a cada ano, a previsão é de que o mercado possa chegar a 127,3 bilhões de dólares (654 bilhões de reais na conversão direta) em 2027.
Como um dos principais fatores de risco está a informalidade do setor, que já representa mais de 27 bilhões de reais aqui – a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que apostas ilegais somaram algo em torno de 1 trilhão de dólares globalmente em 2021. De acordo com o Instituto Jogo Legal, a regulamentação traria 20 bilhões de reais em tributos e formalizaria 450 mil empregos.
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