Dúvida: (foto/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 15h00.
Última atualização em 16 de dezembro de 2016 às 15h00.
00É interessante observar que, na recente pesquisa que fizemos pela Rede Mulher Empreendedora e que foi apresentada no Fórum Empreendedoras em setembro deste ano, revelou-se que 66% das mulheres empreendem para trabalhar com o que gostam, enquanto 34% diz que empreender é realizar um sonho.
É um número muito significativo, já que as razões para abrir um negócio ficam muito mais no campo emocional do que racional e isso, muitas vezes, não é o melhor caminho.
Ter um negócio dos sonhos é a premissa para qualquer negócio, pois ninguém abre um negócio próprio para fazer aquilo de que não gosta ou aquilo que nunca sonhou. Mas colocá-lo em prática pode ser algo mais parecido com um pesadelo se não for feito com cautela e planejamento.
Independentemente de ser um sonho ou não, o “negócio” precisa saber seu propósito de existir, para que e para quem ele foi criado. Se você não consegue responder essas perguntas iniciais, já é um sinal que está na hora de acordar do sonho e cair literalmente na real, antes que seja tarde!
Para começar a colocar o sonho com um pouquinho de pé no chão é importante estudar, planejar, ouvir especialistas, e principalmente, ouvir os possíveis clientes e pesquisar tudo que puder sobre o assunto - seu ramo de atuação, concorrentes, qual mercado estará incluído, ponto de venda e tudo mais. Simultaneamente com os estudos particulares, procure cursos, palestras e eventos que consigam tirar suas dúvidas eventuais.
Como dica prática, sugiro que coloque primeiramente tudo no papel, das prioridades (por onde é preciso começar para tirar a ideia do papel), aos custos (quanto e quando você precisará de investimento para sair “para rua”).
Faça uma versão simples e coloque no ar seu mínimo produto viável (ou MVP), para testar se o produto ou serviço tem aceitação. A partir daí, seu sonho já estará criando forma, preparado para virar realidade.
Mas cuidado: existe uma “pegadinha” no caminho! Não se apegue demais à ideia do negócio.
Muitas vezes, na ânsia e na expectativa de estar fazendo tudo certinho - seguindo as pesquisas, os cursos e o conhecimento sobre o negócio em si -o empreendedor “se apega” demais e não consegue enxergar o que todos estão tentando dizer para ele.
Ele foge das críticas construtivas e da rejeição que a ideia pode gerar em algumas pessoas e se cerca de justificativas. Entre a mais comum está “eles não entenderam a alma do meu negócio”. No lugar de tentar perceber o porquê das pessoas não entenderem o negócio, muitos acabam se isolando em sua sabedoria e blindando seu negócio para críticas e, principalmente, para o sucesso.
Eu sempre digo: a ideia de um bom negócio precisa ser simples e amigável. Todos precisam entendê-la sem muita explicação para que ele serve. Pode ser um serviço, um produto ou somente uma ideia, mas com poucas palavras precisa ter aquele “brilho no olhar” de quem entendeu do outro lado.
Um bom teste é: imagine-se explicando a sua ideia para seus avós e veja se eles entenderiam. Se sim, você está no caminho certo! Se não, converse mais com eles e veja quais são as dúvidas que surgiram e como você pode melhorar. É um excelente teste!
Ana Fontes é fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME).
Envie suas dúvidas sobre empreendedorismo feminino para pme-exame@abril.com.br.