Gestão: o empreendedor precisa ter todos os contratos de sua empresa em ordem (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2012 às 06h00.
São Paulo – Na maioria das situações, negócios não são criados para serem vendidos. Entretanto, quando surge uma oportunidade, e o empreendedor tem interesse em vender sua empresa, ele precisa estar preparado. Do interesse do comprador até a efetiva venda do negócio, o processo é longo.
O principal gargalo é a desorganização documental do empreendedor. “Muitas empresas não conseguem ser vendidas porque não têm os documentos necessários em ordem”, afirma Paulo Humberg, CEO da A5 Internet Investments.
Para Batista Gigliotti, master franqueado da Sunbelt Business Brokers, a maioria das pequenas e médias empresas não tem a parte de documentos contábeis e gerenciais em ordem. “O comprador espera que o vendedor tenha as informações mínimas. Se a empresa tem cinco anos, que tenha balanços demonstrativos, mês a mês, dos últimos cinco anos”, diz.
Edison Kalaf, professor de empreendedorismo da Business School São Paulo, explica que para uma empresa ter mais valor é necessário seguir algumas regras básicas, mas que não precisam ser necessariamente seguidas apenas quando existe o interesse de um comprador.
Confira as principais recomendações dos especialistas de como preparar a sua empresa para ser comprada:
Organize seus contratos
Do contrato de locação ao de um fornecedor, organize todos com um resumo com as informações mais importantes como a data que iniciou o contrato, a duração, se tem cobrança de multa ou não. “Sempre facilita e ganha muito tempo quando necessário”, afirma Humberg.
Gigliotti explica que é preciso prestar atenção com a possibilidade de renovação dos contratos. O comprador precisa saber se é necessário ter um fiador, por exemplo.
Consulte o seu contador
O balanço é o retrato de sua companhia. Humberg explica que ter dívidas não é uma coisa ruim, desde que exista um acompanhamento do contador. “Alguns empreendedores relevam a importância da contabilidade”, afirma.
O ideal é que o empreendedor tenha uma previsão de quanto tempo ele pagará a dívida, alinhado com o seu fluxo de caixa. Para Kalaf, o essencial é equacionar o problema, e mesmo se o comprador não comprar, o benefício é da empresa.
Verifique potenciais ações trabalhistas
A questão trabalhista do negócio tem que estar bem resolvida. Humberg explica que o empreendedor que contrata funcionários sem CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) acaba gerando uma possibilidade de que o comprador desconte a possibilidade de ter que entrar na Justiça. “Os encargos são caros, mas é como um bumerangue, as cobranças voltam”, explica.
O comprador deseja saber tudo que ele está comprando potencialmente de problema. “Por isso, para a empresa ter mais valor é preciso ter tudo regularizado”, diz Kalaf. Ele diz que dependendo da gravidade, a entrada de processos de funcionários na Justiça pode quebrar uma empresa.