Como indicadores macroeconômicos afetam seu negócio: câmbio e inflação
Escrito por Ana Paula Paulino da Costa, especialista em finanças
Inflação pressionada
Se a inflação for estável, as pessoas incorporam as mudanças nos preços. Tais mudanças se tornam previsíveis e atrapalham pouco ou mesmo não atrapalham os negócios, a produção e as vendas. O problema é que essa estabilidade nunca dura muito tempo, pois o fundamento da inflação é um conflito distributivo, o que exige que os preços de uns aumentem mais rapidamente do que de outros. A tendência para a aceleração da inflação é um fato.
Quando a inflação começa a ser pressionada para cima, as pessoas passam a incorporar essa aceleração e acabam acelerando mais ainda a variação dos preços. Como os reajustes salariais, por questões institucionais, não acontecem na mesma velocidade que os reajustes dos preços, o poder de compra começa a cair. Isso faz com que a demanda pelos produtos também caia.
Dificilmente as pequenas e as médias empresas têm algum grau de monopólio e a implicação disso é que a taxa de lucros delas cai junto com a capacidade de compra do consumidor. Quem tem poder de monopólio consegue manter a taxa de lucro aumentando preços, pressionando os seus compradores, compensando a queda na demanda.
Já a PME irá comprar menos (pois vende menos), mas irá pagar mais caro e, provavelmente, não conseguirá repassar todo esse aumento no preço de venda. Adicionalmente, os insumos para sua produção também terão seus preços aumentados. Há, portanto, uma tendência para o esmagamento dos lucros das PMEs tanto pelo lado da demanda, pelo produto/serviço (com queda), quanto pelo da oferta/custos (com aumento, inclusive dos salários).
Câmbio desvalorizado
A mesma dificuldade vem do câmbio. Nos períodos inflacionários, aumentam as importações em razão dos produtos ficarem mais baratos no mercado externo, o movimento esperado é de desvalorização do câmbio (quando o dólar fica mais caro). Com a desvalorização, os produtos importados ficam mais caro, acentuando os impactos inflacionários.
Ou seja, ou o câmbio não se altera, podendo levar a um déficit na balança comercial ou se altera e cria-se pressão inflacionária. Se a empresa é exportadora, esse impacto negativo fica atenuado e pode até ser benéfico.
O padrão, no entanto, não é esse. A desvalorização do câmbio aumenta os preços dos insumos importados e acentua a queda no poder de compra dos consumidores, já que esses produtos estão espalhados na economia e na cesta de consumo da população. A desvalorização, assim, prejudica a empresa não exportadora pela demanda (que cai) e pela oferta (custo que sobe).
O que o empreendedor deve fazer?
Tanto no caso da inflação e sua aceleração quanto no caso da desvalorização cambial, uma parte do tempo do empresário terá que ser destinada a defesa contra a inflação, ocasionando perda de produtividade da empresa. Terá que dispender tempo e esforços para manter o capital de giro em níveis reais constantes, o que significa aumentar o nível nominal deste. Poderá, por exemplo, tentar antecipar a produção, mais isso significa aumentar os estoques, exigindo um nível ainda maior de capital de giro.
O empresário terá que encontrar um equilíbrio entre uma necessidade maior de capital de giro e o custo deste. É como subir uma ladeira andando de bicicleta: maior esforço e, provavelmente, menor velocidade.
Ana Paula Paulino da Costa é especialista em finanças e docente da BSP - Business School São Paulo.
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1. Nômade e empreendedor
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São Paulo - Poder administrar o negócio de qualquer lugar do mundo é o sonho de vários
empreendedores. Esse desejo pode vir da vontade de sair conhecendo vários continentes enquanto trabalha ou da comodidade em cuidar do empreendimento de qualquer lugar: em casa, no aeroporto ou em uma cafeteria. Mas essa não é uma tarefa simples: empreender remotamente é um campo que requer muito conhecimento antes de sair levando o seu computador por aí (
já viu os erros que os empreendedores digitais mais cometem?). Por isso, separamos 10
livros para o empreendedor se preparar antes de resolver cuidar de seu negócio de qualquer lugar do mundo, com a ajuda de David Kallás, professor dos cursos customizados de Educação Executiva do Insper, Marcelo Minutti, professor de empreendedorismo e inovação do Ibmec/DF, e Gustavo Ziller, empreendedor Endeavor e fundador da desenvolvedora de aplicativos Aorta.
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2. Livro para quem quer saber quais estratégias funcionam
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O primeiro passo para empreender é ter uma ideia. Mas isso é apenas o começo. É preciso ter um planejamento para o negócio dar certo, principalmente em um empreendimento administrado digitalmente.
"Estratégia boa, Estratégia ruim" usa exemplos reais de empresas, entidades e organizações para revelar quais são suas inovações. Esses planejamentos não são só originais, mas também práticos, para todo empreendedor aprender o que funciona ou não e aplicar no seu empreendimento. Segundo o professor David Kallás, a obra é escrita pelo "estrategista dos estrategistas", Richard Rumelt, e fornece "dicas preciosas de como avaliar se uma estratégia é boa, bem como ideias de fontes de poder e diferenciação".
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3. Livro para quem quer um trabalho menos burocrático
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"Reinvente Sua Empresa", livro de Jason Fried e David Hansson chamado originalmente de "Rework", é um bestseller do New York Times. A obra vai contra as ideias de que o empreendedor precisa ser um viciado em trabalho e se encher de reuniões e análises para ser bem sucedido. A obra tem uma pegada meio motivacional, para todo mundo que quer montar seu próprio negócio, diz Marcelo Minutti. "Reinvente Sua Empresa" traz vários exemplos práticos de como criar e otimizar um ritmo de trabalho, como pensar fora da caixa e como ter um ambiente de trabalho menos burocrático, assuntos necessários para quem pensa em empreender remotamente.
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4. Livro para quem quer conhecer o trabalho remoto de cabo a rabo
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"Remote: Office Not Required" é outro livro escrito por Fried e Hansson, só que disponível apenas em inglês. Como o próprio nome diz, a obra esclarece dúvidas sobre o trabalho remoto e estimula os que querem tocar seu negócio, mas sem se prender ao ambiente tradicional do escritório com horário fixo. "Durante o livro todo, os autores contam histórias e dão dicas de empreendedores e profissionais que levaram ao extremo a cartilha do trabalho remoto e tiveram sucesso saindo do trabalho mais convencional. Esse livro é como um manifesto", conta Marcelo Minutti.
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5. Livro para quem quer ter um modelo de negócios inovador
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Fazer um modelo de negócio é um passo considerado fundamental para empreender (
quer aprender como fazer um?). Mas não basta ter um projeto em mãos: é preciso que ele seja inovador. O livro "Business Model Generation: Inovação em Modelos de Negócio", de Yves Pigneur, pretende oferecer ferramentas testadas para compreender, projetar, retrabalhar e implementar modelos de negócio provocadores, com dicas práticas e visuais para o empreendedor.
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6. Livro para quem quer saber lidar com os imprevistos
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O acaso faz parte da vida de um empreendedor - especialmente se ele não trabalha em um local físico. "O Andar do Bêbado", de Leonard Mlodinow, é um livro para os empreendedores nômades digitais aprenderem a lidar com os imprevistos e a se virar nesse ambiente de incertezas. Como exemplo do acaso no trabalho remoto, Marcelo Minutti cita possíveis distrações que não existem em escritório, como uma campainha tocando ou o filho chamando. "O trabalho em casa gera mais riscos de distração do que o ambiente convencional, um conjunto de coisas não previstas e que você deve estar preparado para lidar com elas", diz o professor.
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7. Livro para quem quer acabar com o horário comercial
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"Trabalhe 4 Horas Por Semana", livro de Timothy Ferriss de nome original "The 4-Hour Workweek", é um clássico para estimular os empreendedores a gerenciar seu tempo quando trabalham remotamente. Ferriss é, ele próprio, um empreendedor remoto e um autor bestseller do New York Times. A obra promete que o leitor poderá não apenas conseguir aproveitar seu tempo, mas também multiplicar seu salário e viver onde quiser. "Trabalhe 4 Horas Por Semana" fala sobre como priorizar coisas que são realmente importantes no dia a dia e como fazer que seu trabalho ande sem depender de você, construindo um estilo de vida que valoriza o tempo livre.
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8. Livro para quem quer uma rotina bem arquitetada
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"Design Your Self: Repensando o Modo Como Você Vive, Ama, Trabalha e Se Diverte" é um livro escrito pelo famoso designer Karim Rashid, que planejou, por exemplo, as lojas da Lacoste e as Trump Towers. O objetivo da obra, assim como o livro anterior, é repensar como organizar a rotina para fazer com que tudo caiba de forma harmoniosa, gerando bons resultados com esse planejamento. O livro "privilegia a qualidade em detrimento da quantidade do trabalho e estrutura como você trabalha no dia a dia e distribui essas atividades em ambientes remotos, como de casa, em aeroporto ou hotéis", explica o professor Marcelo Minutti.
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9. Livro para quem quer aprender a pensar melhor
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"Pense Melhor", de Tim Hurson, dá dicas de ferramentas para criar soluções originais para problemas tanto no ambiente profissional quanto no pessoal. Segundo Marcelo Minutti, a principal lição do livro é separar o pensamento criativo do pensamento analítico. É um livro relevante para o trabalho remoto, diz o professor, já que oferece um guia para fazer um modelo mental orientado à produtividade e eficácia.
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10. Livro para quem quer ter uma lição sobre persistência
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"Endurance: Shackleton's Incredible Voyage" conta a história do navio Endurance, de 1912, que embarcou para a Antártica. Após um ano de viagem, e ainda distante do destino final, a embarcação ficou presa no gelo. Ernest Shackleton e sua equipe tiveram de sobreviver durante cinco meses até conseguirem navegar novamente com um barco salva-vidas. O livro, escrito por Alfred Lansing, é descrito como uma obra intensa, inspiradora e que define o heroísmo. Inclusive para os empreendedores que pretendem partir em uma viagem.
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11. Livro para quem quer se descobrir enquanto viaja
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"On The Road" é uma famosa narrativa de descobrimento do mundo e de si mesmo por meio de uma viagem. A obra causou uma revolução cultural no século XX, inspirando movimentos como o punk e os hippies. O livro de Jack Kerouac conta o viagem de dois jovens por meio da Rota 66 ao longo dos Estados Unidos, misturando lirismo, transgressão e loucura. Segundo o empreendedor Gustavo Ziller, o livro é um clássico, que deu origem a cultura beatnik (movimento de contracultura nômade). "O livro é acelerado, gostoso e intenso", avalia.
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12. Agora, conheça franquias para trabalhar sem sair de casa
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12/12 (Getty Images)