Como evitar o conflito entre gerações em uma empresa familiar
Escrito por Luiz Marcatti, especialista em empresas familiares
As empresas são palcos de convivência entre as pessoas, que se guiam pelo desejo e pela necessidade de poder e dinheiro. Quando essas relações são impactadas pela ambição, pessoal ou coletiva, o ambiente torna-se propício a conflitos constantes que, se não administrados da maneira correta, podem levar a perdas corporativas importantes.
No caso de empresas de controle familiar, acrescentam-se questões emocionais, naturais nas relações entre parentes, que podem potencializar os efeitos das disputas por poder e dinheiro, transcendendo o ambiente empresarial e misturando-se com as relações familiares.
Algo bastante possível de ocorrer é o surgimento de conflitos entre diferentes gerações que convivem na sociedade e na gestão dos negócios, pela decorrência de mudanças naturalmente provocadas pela ação do tempo: fundadores envelhecem, filhos crescem e começam a trabalhar nos negócios da família.
A chegada da nova geração à empresa cria uma expectativa sobre como irão conviver o tradicional e o novo, como será o relacionamento entre os que têm seus modelos estabelecidos e os que têm novas percepções e expectativas sobre os negócios. Não raramente, querendo mudar tudo de uma vez.
Alguns aspectos precisam ser levados em conta na preparação das pessoas e da própria empresa, a fim de mitigar riscos dessa ordem:
1 - No ambiente da sociedade: formalizar a relação com um Acordo Societário, de forma a definir as regras de convivência e de uso do poder, nas decisões mais relevantes para a companhia. Em empresas de controle familiar, esse documento define os processos sucessórios, dando o caminho mais adequado sobre como os herdeiros atuarão. Existem instrumentos legais que criam obrigação para esses novos sócios, no sentido de cumprir as cláusulas do acordo, mesmo não tendo sido seus signatários.
2 - No ambiente da gestão: abrir a possibilidade de a próxima geração vir trabalhar na empresa como uma opção de carreira, e não apenas pelo fato de serem filhos dos donos. Muitos conflitos pessoais e familiares vêm à tona por causa de vocações profissionais frustradas pela obrigação de atender a um chamado dos pais. Outro aspecto decisivo será a capacidade de pais e filhos se relacionarem profissionalmente. Os pais devem dar claros sinais aos filhos e à organização de que não haverá um tratamento com privilégios, mas dentro das regras da empresa. Esses dois pontos talvez sejam os mais difíceis de serem cumpridos integralmente, porém serão extremamente críticos caso não aconteçam de fato, trazendo sérios prejuízos para a sociedade e para a empresa.
3 - No ambiente da família: é onde tudo pode ser feito para mitigar e administrar os riscos da entrada das novas gerações tanto na sociedade quanto na operação e na administração dos negócios. Toda a família deve passar por um processo de entendimento e conscientização dos papéis e responsabilidades que tem, no sentido de criar e cuidar da estabilidade das relações entre familiares, sócios e profissionais, atuais e futuros, tendo sempre em mente a visão do coletivo, ou seja, o que é melhor para a Família, para a Sociedade e para o Negócio.
Muitas empresas familiares, no mundo todo, alcançam sucesso nas suas áreas de atuação graças ao talento, esforço e desempenho de seus fundadores. Mas criar um negócio que alcança várias gerações dentro de uma, ou de um grupo de famílias, depende de um alinhamento de interesses entre todas as partes envolvidas, propiciando uma visão de futuro com sustentabilidade, nas relações e nos negócios.
Luiz Marcatti é sócio da consultoria Mesa Corporate Governance.
Envie suas dúvidas sobre empresas familiares e empreendedorismo para pme-exame@abril.com.br.
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1. O futuro já chegou
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São Paulo - O mundo do trabalho está mudando. Cada vez mais, práticas que estavam restritas às startups tomam conta de grandes empresas – desde a flexibilidade nos horários até o incentivo a novas ideias. Mesmo com um caminho cheio de obstáculos, a atitude empreendedora tem tudo para ser o padrão em breve. Se você ainda não está convencido de que o empreendedorismo dominará o mercado, talvez as opiniões de diversos especialistas possam convencê-lo. Por isso, selecionamos dez palestras do TED, evento que reúne alguns dos maiores pensados do mundo, que falam sobre o tema. Navegue pelos slides acima e confira as provas de que empreender é o futuro.
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2. 1. A maneira que pensamos sobre trabalho está falida
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Está na hora de parar de pensar em trabalhadores como engrenagens em uma roda. É isso que o psicólogo Barry Schwartz defende nesta palestra. Ele fala sobre uma nova forma de trabalho, que vai contra o sistema de fábricas da Revolução Industrial – no qual o único benefício de se esforçar é receber o salário todo mês – e contra o conceito de que somos naturalmente seres preguiçosos. O vídeo é útil não apenas para quem está cansado de ser funcionário, mas também para empreendedores que querem incentivar melhor sua equipe, de acordo com as novas tendências de gestão de pessoas.
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3. 2. Como encontrar um trabalho que você ame
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Scott Dinsmore decidiu deixar um emprego que o fazia infeliz e passou quatro anos pensando em como encontrar um trabalho que trouxesse alegria e significado. Ele aprendeu a achar aquilo que era importante para ele e, logo em seguida, partir para a ação - ou seja, o que todo empreendedor faz ao elaborar sua ideia. Hoje, Dinsmore é dono da plataforma Live Your Legend, que conecta pessoas e as ajuda a encontrarem suas paixões.
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4. 3. Como gerir a criatividade coletiva
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Nesta palestra, a professora de administração Linda Hill quer mostrar como desvendar a criatividade escondida dentro do modelo de trabalho usual e fazer com que uma empresa inove constantemente. Para isso, é preciso desaprender noções convencionais de liderança e estimular não o gênio solitário, e sim o gênio coletivo. E disso os empreendedores entendem bem.
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5. 4. Falha inteligente para um mundo em rápida evolução
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Para Eddir Obeng, educador na área de negócios, o mundo está mudando de forma muito mais rápida do que as pessoas costumam perceber. Em um ambiente onde tudo muda de um dia para o outro, como ser verdadeiramente produtivo? A resposta está em um conceito muito conhecido dos empreendedores: o de que falhar não é tão ruim quanto parece.
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6. 5. Ouse discordar
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No começo da vida de um empreendedor, é comum que ele ouça várias pessoas desacreditando na sua ideia - inclusive as mais próximas. Ele tem de aprender a discordar e, na hora certa, ouvir as discordâncias dos outros e aprender com elas. É isso que a empreendedora e especialista em administração Margaret Heffernan defende nesta palestra: a divergência é central para o progresso. As melhores companhias, na verdade, não são aquelas que apenas reproduzem o que já foi pensado. Criar novos negócios é essencial para o desenvolvimento, defende Heffernan.
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7. 6. Por que está na hora de esquecer a hierarquia vertical no trabalho
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Muitas startups trabalham com a chamada hierarquia horizontal: nela, a produtividade do negócio vem do trabalho conjunto e igualitário dos membros, e menos pela delegação de funções pelo chefe aos seus empregados. Esse modelo inovador é o que Margaret Heffernan defende. Fazendo uma comparação com as galinhas, a palestrante mostra que recompensar apenas o topo gera agressão, deficiência e desperdício.
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8. 7. Por que os negócios podem ser úteis em resolver problemas
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O especialista em negócios Michael Porter acredita que não são apenas os governos e as ONGs que podem resolver grandes problemas da sociedade. Nesta palestra, ele compartilha da visão de muitas startups e mostra como empresas privadas também podem tomar ações para fazer a sociedade ser um lugar melhor. Cada vez mais, diz ele, os negócios passam de vilões para solucionadores.
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9. 8. Resolvendo problemas de maneira criativa diante de limites extremos
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O empreendedorismo tem nos mostrado que não é preciso ter grandes recursos para formatar uma ideia de negócio. O estrategista em inovação e liderança Navi Radjou prova nesta palestra no TED que a falta de orçamento para inovar pode ser apenas uma desculpa, já que essa é justamente a melhor situação para colocar em ação a engenhosidade humana. Radjou ensina o conceito hindu de "juggad", traduzido como inovação frugal. Ou seja: como empreendedores com pouquíssimos recursos conseguem ter resultados espetaculares – uma atitude importante principalmente em épocas de crise.
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10. 9. Sabedoria radical para uma empresa, uma escola, uma vida
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O empreendedor brasileiro Ricardo Semler pratica na sua empresa um novo modelo de trabalho: nela, opera o conceito de “democracia coletiva”. Seus funcionários, por exemplo, não precisam registrar seus dias de férias. O que ele propõe é uma nova maneira de ver os empregos, com mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Essa nova forma de pensar não chegará apenas ao mercado, mas possivelmente às escolas, defende Semler.
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11. 10. Sucesso, fracasso e a motivação para continuar criando
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O que acontece depois que sua ideia dá certo? No antigo mundo de trabalho, isso significava apenas que você precisava manter esse sucesso até o fim da vida. Com os empreendedores, porém, novas paixões são sempre despertadas. Quem fala sobre o fato é Elizabeth Gilbert, escritora do best-seller mundial "Comer, Rezar, Amar". Segundo a própria autora, você precisa achar aquilo que você ama mais do que a si mesmo para continuar inovando e trazendo benefícios não apenas para si, mas para a sociedade como um todo.
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12. Prefere o Netflix? Então, confira:
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12/12 (Mike Blake/Reuters)