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Como empresas podem ranquear melhor no Google, segundo VP de engenharia

Bhavesh Mehta, vice-presidente global de engenharia do Google Meu Negócio, discute como empreendedores podem fazer o melhor uso da internet hoje e amanhã

Bhavesh Mehta, vice-presidente de engenharia do Google Meu Negócio: mais de 600 mil negócios brasileiros criaram um site pelo programa (Alexandre Virgílio/Google/Divulgação)

Bhavesh Mehta, vice-presidente de engenharia do Google Meu Negócio: mais de 600 mil negócios brasileiros criaram um site pelo programa (Alexandre Virgílio/Google/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 3 de maio de 2019 às 06h00.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 14h46.

Estar na internet é uma necessidade para qualquer empreendimento -- e o Google sabe bem disso. O Brasil está entre os cinco maiores mercados da gigante de tecnologia em plataformas com mais de um bilhão de usuários, como seu tradicional buscador, o sistema operacional Android e o navegador Google Chrome. Mas poucos estabelecimentos por aqui perceberam esse potencial.

Segundo pesquisas da gigante de tecnologia, apenas 40% dos cerca de 12,4 milhões de empreendimentos brasileiros possuem um site, contra 53% dos negócios norte-americanos. Para mudar essa situação, a gigante de tecnologia criou há cinco anos o Google Meu Negócio, presente em dezenas de países.

O programa fornece recursos como a criação gratuita de sites; mensuração de visitas; atualização de informações empresariais e conversas com clientes pelo Google Maps; e cursos gratuitos em áreas como marketing digital e vendas, pelo aplicativo Google Primer. Mais de 600 mil estabelecimentos brasileiros já criaram um endereço online pelo Google Meu Negócio.

Quem lidera o desenvolvimento da plataforma é Bhavesh Mehta, vice-presidente global de engenharia para o Google Meu Negócio. Na gigante de tecnologia há quatorze anos, Mehta foi responsável por fazer a área olhar menos para os usuários buscadores e mais para os estabelecimentos.

A evolução natural dos participantes do Google Meu Negócio é a entrada na publicidade paga pelo Google Ads, que aposta em inteligência artificial para trazer melhores resultados e menos tarefas aos empreendedores. No Brasil, as ferramentas de anúncios do Google atenderam mais de 60.000 empresas e organizações em 2018.

Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista com Bhavesh Mehta, vice-presidente global de engenharia para Google Meu Negócio:

EXAME -- Qual é a missão do Google Meu Negócio?

Bhavesh Mehta -- Bilhões de pessoas pesquisam sobre empresas todos os dias pelo Google. Somos principalmente uma empresa de buscas e a preocupação no momento era termos os dados corretos das empresas, como localização, horário de funcionamento, site e telefone de contato. Também nos preocupávamos muito com a verificação de identidade, que poderia levar até um mês em alguns países.

Quando cheguei ao Google Meu Negócio, em 2015, achei que precisávamos encontrar uma nova missão e dar à ferramenta o impulso de que ela necessitava. Estávamos muito focados em nossos usuários, mas pouco no que poderíamos oferecer às empresas. Nosso foco se tornou, então, conectar estabelecimentos ao Google e mostrar benefícios. A maioria dos negócios consegue se verificar instantaneamente hoje, com o avanço do desenvolvimento do Google Meu Negócio.

Como o comportamento dos consumidores e das empresas mudou nos últimos anos?

Vemos uma mudança de comportamento das duas partes nos últimos dez anos. Não é mais apenas sobre ligar para um negócio ou dirigir até ele. As pessoas querem pesquisar antes de tomar uma atitude. Os usuários esperam fotos, vídeos, ofertas, eventos e avaliações dos consumidores. Somos um facilitador nesse processo de decisão, fornecendo o espaço para negócios disponibilizem tais informações. Em nossa última atualização do aplicativo do Google Meu Negócio, em novembro do ano passado, incluímos um recurso para que negócios possam promover eventos locais e ofertas momentâneas diretamente no Google.

Outra mudança está no próximo passo da relação entre potenciais consumidores e estabelecimentos, que é o contato. Principalmente em países como o Brasil, cada vez mais isso significa menos ligações e visitas físicas e mais mensagens por aplicativos. Também na nossa última atualização colocamos um recurso gratuito de mensagens instantâneas pelo próprio buscador. O objetivo é fazer a conexão entre essas duas partes acontecer com a menor fricção possível.

Como uma empresa pode se destacar na internet, diante desse cenário?

Os negócios precisam usar todos os recursos que oferecemos. Nossos engenheiros não divulgam como nosso algoritmo de ranqueamento funciona, mas escrevemos um artigo sobre como melhorar sua posição nas buscas. Coloque uma descrição do seu negócio; atualize frequentemente informações como o horário de funcionamento; suba fotos e vídeos; peça avaliações de seus clientes; e faça uso das mensagens instantâneas, com respostas ágeis.

Ressaltaria principalmente prestar atenção nas avaliações que seu negócio já possui. Elas são muito importantes para novos clientes. Se eles não virem nenhum comentário, podem decidir procurar outro estabelecimento. Você deve responder a todas as avaliações que receber, especialmente as mais negativas, porque é uma segunda chance de provar o valor do seu atendimento. Se você gerenciar bem seus clientes, terá um negócio de sucesso.

Quão importante é o Brasil para o Google Meu Negócio?

Hoje atuamos em dezenas de países. O Brasil, certamente, está entre os cinco mais importantes para nós, junto com Estados Unidos, China, Índia e Indonésia. As razões são óbvias: é um território extenso, com uma grande população, e procuramos servir o maior número de usuários possível. Mais de 600 mil estabelecimentos brasileiros já criaram um endereço online pelo Google Meu Negócio.

As pesquisas pelos celulares já são uma realidade. O uso da voz pode ser o próximo passo?

Muito de nosso foco está em desenvolver a presença dos estabelecimentos no mobile. Nossa ferramenta gratuita de criação de sites cria endereços já responsivos ao uso de smartphones

A pesquisa por voz é nova e ganhou evidência com nosso experimento [a assistente virtual Duplex pede, com sucesso, uma pizza] na última conferência para desenvolvedores, a Google I/O. Esse tipo de pesquisa está crescendo em mercados como Brasil e Índia. Não vejo motivo para os negócios não terem, em um futuro de cinco a oito anos, suas próprias assistentes virtuais que respondam horários de atendimentos e registrem pedidos por texto e por voz.

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