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Como criar uma cultura de inovação na sua pequena empresa

Especialista afirma que os empreendedores são os responsáveis pela criação e pelo cultivo de cultura inovadora

Ideias! (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2015 às 10h25.

Cultura inovadora: como cultivá-la em seu negócio?
Respondido por Ricardo Fasti, especialista em inovação

Cultura é o conjunto de valores, crenças, linguagem, códigos e processos que em um contexto organizacional determinam o comportamento das pessoas no que tange à condução dos negócios e das relações internas.

Cultura inovadora pode ser definida de duas formas. A primeira é tendo a inovação como o valor mais alto da empresa e que acaba por determinar como os demais valores, as crenças, a linguagem e os códigos serão construídos.

É possível que uma empresa já existente mude sua cultura para essa que descrevi? A resposta é sim, mas, às vezes, demanda que a liderança saia da operação, mesmo que tenha sido ela a determinar que a cultura seja inovadora. Os líderes nem sempre são os mais adequados para implantá-la. Isso pode exigir alterações de governança e longos traumas advindos da gestão de mudança.

A outra forma de definir cultura inovadora é que a inovação seja o pano de fundo para os outros elementos que a compõe. Em outras palavras, imagine uma empresa cujo valor seja ética, que uma crença seja que o consumidor deve ser servido com lucro, que a linguagem seja informal e que haja códigos que todos compreendam e cujos processos sejam burocráticos, mas esta empresa não é inovadora.

Introduzir inovação como pano de fundo significa dizer que tudo que for lançado como inovação somente o será se aderir aos padrões desse negócio. Por exemplo, atender o consumidor de forma superior com lucro superior, que a linguagem informal seja mais criativa e eficaz para facilitar a inovação, o mesmo acontecendo com os códigos, acompanhados de processos mais flexíveis e adaptativos.

Essa última forma é menos traumática, pois não exige ruptura, mas sim aprendizado relacionado a um novo elemento na empresa. Entretanto, é importante que o gestor comunique de forma assertiva a introdução da plataforma de inovação ao conjunto de elementos da cultura.

É preciso fazer várias reuniões para que a equipe assimile e se envolva com a ideia de que inovação é uma plataforma que irá dirigir suas ações para o futuro.

Mas nada disso funcionará se a própria liderança não estiver engajada e comprometida com a inovação como processo cultural. A liderança é o exemplo que os colaboradores seguirão e, caso ela envie sinais ambíguos, seja por desavenças internas, seja porque o comportamento dos líderes não mudou, a cultura de inovação não passará de letra morta. Isso pode abalar a credibilidade do grupo gestor.

Portanto, o primeiro passo para a introdução e o cultivo de uma cultura inovadora é que a liderança se convença e atue conforme o que se pretende. Toda liderança deve adotar essa mudança, sem murmúrio ou conversas de café em que se deixe escapar comentários do tipo “estou apostando para ver”. Sem uma liderança unida e convicta de que inovação é um elemento da cultura não há como se exigir que o restante da organização passe a agir de forma inovadora.

Os donos das empresas são responsáveis pela criação e pelo cultivo de cultura inovadora. Eles devem ser as primeiras pessoas a se inovarem, pois pelo exemplo é que se constrói a cultura. É assim que fazemos em nossas casas e em nossas famílias, nada diferente em um negócio.

Ricardo Fasti é Diretor de Desenvolvimento de Negócios da BSP - Business School São Paulo.

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