Jovens resolvem quebra cabeça (Divulgação Chicago Booth)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 13h49.
Talvez uma das coisas mais complexas para qualquer startup no mundo é formar sua equipe inicial. No Brasil, claro, é mais difícil ainda. E explico por quê:
1. Há pouquíssimo capital de risco semente, aquele que financia quase “ppts”, portanto as startups precisam contratar com pouquíssima grana. Mesmo!;
2. As grandes empresas em um país que vai bem oferecem pacotes atraentes para os jovens mais talentosos, como programas de trainees, por exemplo, e fica muito difícil para uma startup competir com salários, benefícios e treinamentos (entre outros mimos) e
3. Ainda acontece, cada vez menos, é verdade, de o jovem achar que o mais legal é trabalhar para uma grande empresa multinacional e não para uma “empresinha” que está começando. Ainda temos aquele velho estigma do “você sabe com quem você está falando?”...
Dito isso, que nada mais é do que uma constatação da realidade, quais as saídas para o empreendedor brasileiro de startup conseguir montar uma equipe que o ajude a fazer seu negócio acontecer? Listo alguns pensamentos:
1. Mais (muito mais) do que em outros lugares, o empreendedor brasileiro precisa ser hiper-mega-super-empolgado com o seu negócio (MUITO!), pois alguns dos melhores talentos poderão se reconhecer no desafio, na empolgação e, independente de grana e do tik (hahaha), etc, etc, poderão se juntar ao seu time.
2. Os jovens da Geração Y buscam coisas que tenham significado e sejam verdadeiras, o que é o caso da uma startup (a não ser que ela seja de um filhinho de papai mimado), portanto aí pode estar mais uma das razões para atrair um jovem talento: mostrar que o que ele irá fazer é muito mais do que um emprego, tem significado, faz diferença.
3. Pensar em ter sócios ao invés de colaboradores. O valor da sua empresa (apesar de futuro) é real, ou seja, tem gente que troca dinheiro (ou chance de dinheiro) no futuro por dinheiro hoje. Sócio, obviamente, não é nada simples, mas pode ser muito interessante. Ouvi de um fundo americano que ele nunca investem em empreendedores individuais, solitários, preferem os que têm sócios.
4. Pensar colaboradores como se fossem sócios. Os processos aqui no Brasil de coisas como stock options ainda são meio confusos, mas você pode oferecer uma pequena parte da empresa para os colaboradores mais estratégicos e montar um formato que funcione com eles. (um bom contador ajuda a encaminhar isso).
5. Seja criativo. Visitei uma startup nos EUA semana passada que funciona em um escritório virtual, que eles montam e desmontam conforme a necessidade, composta por 5 pessoas, todos sócios com diferentes participações e que tem todos os cargos “C”(CEO, CFO, etc) completos, mas como se diz aqui no Brasil, nenhum “índio”! Ou seja, tem CEO, CFO, CMO, mas funciona no Starbucks! Quando o cara entrega cartão, ele é bonitão, cargo bacana e parece mais do que é... afinal, todo mundo precisa/gosta de ser respeitado, né?
Cargos criativos também são bacanas, tipo Chief Disruption Office (CDO). O cara não tem grana, mas tem status! Falando em criatividade, penso que no Brasil uma das grandes saídas para as “faltas” que temos por aqui é ser criativo, e no caso dos colaboradores para startups a regra vale. Sonhe grande, atraia gente que quer sonhar com você e boa sorte!
Bob Wollheim é empreendedor, sócio fundador da Sixpix Content, que edita as plataformas ResultsON, youPIX e SMW/SP.