Como começar um negócio ainda na faculdade
Respondido por Cynthia Serva, especialista em empreendedorismo
A educação para o empreendedorismo deveria ser fomentada ainda nos níveis mais básicos de ensino, ser apresentada como opção de carreira, como possibilidade a ser trilhada além do emprego formal.
Entretanto, ainda não existe um consenso na academia referente às principais questões relacionadas ao ensino do empreendedorismo, ou seja, de uma proposta metodológica. Uma das discussões mais recorrentes é sobre como e em que condições se pode verificar o ensino nesta área.
Nesse contexto, o aluno precisa querer aprender a empreender. Portanto, o professor tradicional no seu papel de ensinar conteúdos deveria ser substituído pelo papel de facilitador, mentor ou articulador, conectando o aluno com os diversos atores do ecossistema empreendedor.
Para os alunos, que até então enxergam na formação acadêmica a única opção profissional, trata-se de uma oportunidade para ampliar sua visão de mundo.
De acordo com pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto de Pesquisas Data Popular, quase um milhão e meio de brasileiros que estão na faixa de 16 a 24 anos já são donos de seus próprios negócios. Muitos desses jovens começam a empreender quando ainda estão na faculdade, onde entre outras oportunidades, podem contar com a ajuda de incubadoras, empresas juniores, professores orientadores e centros de empreendedorismo.
É inegável que aprendemos muito em sala de aula, seja com os docentes, material didático, seminários ou palestras. Mas o ambiente de aprendizado vai muito além da sala de aula.
É durante sua vida acadêmica que você precisa refletir sobre quais são suas verdadeiras paixões pessoais. Lembre-se de que elas podem estar associadas aos seus hobbies, a temas e atividades que você conhece ou gostaria de conhecer e praticar, ou ainda assuntos em que você se sinta constantemente desafiado. Uma boa dica é que você analise cada disciplina do seu curso e tente perceber como cada disciplina poderia ser transformada ou aplicada em um possível negócio.
Se você for capaz de realizar essa análise e encontrar uma zona de intersecção entre suas paixões, seus conhecimentos e as necessidades de um mercado, muito provavelmente encontrará boas oportunidades para empreender.
Outra dica é pensar além da sala de aula. Tente vivenciar e analisar diferentes situações como férias e viagens. Fique atento às oportunidades de negócios em outros lugares que você talvez possa adaptar ao nosso mercado. Converse com professores de diferentes áreas de especialização sobre suas ideias para que você tenha opiniões e diferentes pontos de vista.
Esse é o momento oportuno também para fazer conexões. Durante a faculdade você poderá conhecer possíveis parceiros e apoiadores, que podem ser seus colegas ou até mesmo professor. Irá também conhecer ouros empreendedores na figura de palestrantes.
Procure saber como foi para ele empreender, que caminho trilhou, quais foram os desafios e oportunidades. Participe de organizações estudantis, grupos de trabalhos voluntários e de cursos extracurriculares. Lembre-se de que as pessoas valem mais pelo que são capazes de fazer e não somente por aquilo que conhecem.
Cynthia Serva é coordenadora e professora do Centro de Empreendedorismo do Insper.
-
1. Sucesso
zoom_out_map
1/14 (Stock.xchng)
São Paulo – Muitos
empreendedores têm o sonho de mudar o mundo com uma
ideia de negócio, mas poucos conseguem chegar lá. Ler sobre histórias de sucesso pode ajudar empreendedores a se inspirarem na hora de resolver problemas e desenvolver seus projetos. Com a ajuda de Fernando de la Riva, diretor-executivo da Concrete Solutions, Marcelo Nakagawa, professor de Empreendedorismo do Insper, e João Kepler Braga, investidor-anjo e mentor na Seed Investimentos, EXAME.com listou 12
startups que mudaram de forma radical seu mercado.
-
2. 1. Whatsapp
zoom_out_map
2/14 (Flickr.com/qiaomeng)
No mundo, há mais de 500 milhões de pessoas que usam o Whatsapp para se comunicar. Para Riva, o aplicativo afetou diretamente os segmentos de telecomunicação e redes sociais. Em fevereiro deste ano, a empresa foi comprada pelo Facebook por 16 bilhões de dólares. Fundado em 2009, pelos empreendedores Jan Koum e Brian Acton, a startup só tinha
8 milhões de dólares de investimento antes da compra.
-
3. 2. Airbnb
zoom_out_map
3/14 (Divulgação)
O Airbnb ajuda pessoas que desejam alugar espaços ociosos como quartos, apartamentos ou casas. Fundada em 2008, pelos empreendedores Joe Gebbia, Brian Chesky e Nathan Blecharczyk, a startup já recebeu investimentos de mais de 325 milhões de dólares. Desde então, a maneira que as pessoas buscam por opções baratas de hospedagem mudou. “O impacto da empresa não se resume a ser apenas uma oferta de hospedagem, mas um poderoso mecanismo de serviço baseado em confianças mútuas”, explica Nakagawa.
-
4. 3. Easy Taxi/99Taxis
zoom_out_map
4/14 (Wilsom Dias/ABr)
Solicitar o táxi mais próximo por meio de um smartphone não fazia parte da rotina dos brasileiros há alguns anos. Hoje, o mercado das cooperativas e pontos de táxi também usam aplicativos como o Easy Taxi e 99Taxis para atender clientes. “A facilidade de pagamento com cartão de crédito, que a maioria das cooperativas não aceitava, foi outro fator competitivo importante”, afirma Riva.
-
5. 4. ZeroPaper
zoom_out_map
5/14 (Reprodução/Site Zero Paper)
A startup brasileira ZeroPaper é uma plataforma financeira na nuvem e foi acelerada pela 21212. Voltada para pequenas e médias empresas, a ferramenta auxilia os negócios com funcionalidades como fluxo de caixa, relatórios, controle de contas, entre outros. Em julho de 2013, parte do negócio foi vendida para a Totvs. Se antes tudo era feito em planilhas ou pelo contador, hoje os pequenos empresários podem administrar as finanças do negócio sozinho. “Está ajudando a educar financeiramente e a gerir as empresas, reduzindo o índice de mortalidade desses pequenos negócios”, explica Braga. Um mercado todo nesse setor foi criado com base em empresas como esta.
-
6. 5. Dropbox
zoom_out_map
6/14 (Divulgação)
Disquetes, CD’s e pendrives eram e ainda são uma das ferramentas utilizadas para armazenar documentos e fazer backup de computadores. Entretanto, desde a chegada do Dropbox, o mercado mudou. “O serviço colocou todos os seus dados na nuvem e permitiu que você acessasse todos os seus arquivos em qualquer dispositivo, em qualquer lugar, desde que estivesse conectado à internet. Para um setor que parecia ser pouco sexy e já bem esquadrinhado, a excelência em execução fez a diferença”, conta Riva.
-
7. 6. Tinder
zoom_out_map
7/14 (Divulgação)
Não há muito tempo, quem queria conhecer gente nova recorria a sites de encontros e relacionamentos. Hoje, o Tinder ajuda quem deseja flertar por meio do smartphone. O aplicativo usa dois componentes para ajudar no flerte: a geolocalização, para achar potenciais encontros mais próximos, e o social. “Um ponto relevante neste caso é que quem desenvolveu o aplicativo foi a própria IAC, dona do match.com, OKcupid e do Par Perfeito. Eles preferiram atacar o mercado antes que um novo entrante atacasse”, explica Riva.
-
8. 7. Kickstarter
zoom_out_map
8/14 (Reprodução/Site Kickstarter)
A startup Kickstarter é uma das pioneiras quando o assunto é crowdfunding ou, em português, financiamento coletivo. Fundada em 2009, pelos empreendedores Charles Adler, Perry Chen e Yancey Strickler, mais de 64 mil projetos já foram financiadas através da plataforma. Para Nakagawa, o site permitiu que ideias muito inovadoras se transformassem em realidade “bancadas por clientes que também atuam como patrocinadores da ideia, organizando um mercado quase inexistente e que era parcialmente dominado por grandes empresas”.
-
9. 8. Instagram
zoom_out_map
9/14 (David Paul Morris/Bloomberg)
A startup foi fundada pelo brasileiro Mike Krieger e pelo americano Kevin Systrom e mudou a maneira como as pessoas compartilham fotos em smartphones. Em 2012, o Facebook comprou o aplicativo por aproximadamente 1 bilhão de dólares. Como rede social, o Instagram é importante para quem deseja potencializar a sua marca e conquistar novos consumidores.
-
10. 9. Bliive
zoom_out_map
10/14 (Reprodução/Site Bliive)
A Bliive é uma rede social brasileira colaborativa em que seus usuários oferecem experiências em troca de tempo. Aulas de música, consultorias e passeios são alguns dos serviços disponíveis. A startup foi a vencedora do Desafio Intel 2014 e será uma das representantes da América Latina no YouNoodle Camp, um programa de aceleração que acontece em julho, nos Estados Unidos. Para Braga, a startup se destaca porque trabalha com colaboração e generosidade como moeda de troca.
-
11. 10. Waze
zoom_out_map
11/14 (Nir Elias/Reuters)
O Waze fez com que qualquer GPS de última geração parecesse ultrapassado, pois os mapas são atualizados em tempo real pelos seus usuários. O engenheiro Ehud Shabtai fundou a empresa em 2006 com o nome de Freemap, em Israel. “É de graça, é bonitinho, oferece rotas melhores, além de incentivar a concorrência com outros usuários por meio de técnicas de gamificação”, explica Nakagawa. Em junho de 2013, o Google comprou o aplicativo.
-
12. 11. GoPro
zoom_out_map
12/14 (EXAME.com)
A câmera GoPro revolucionou a maneira de fazer fotos e vídeos, principalmente para esportistas e aventureiros. Em 2002, o empreendedor Nick Woodman teve a ideia de criar a câmera para que surfistas pudessem capturar fotos diferentes. Hoje, a empresa conquistou consumidores de diversos mercados e estreou na bolsa com alta na semana passada.
É a primeira companhia de eletrônicos norte-americana a abrir capital desde a Skullcandy, de fones de ouvido, em 2011.
-
13. 12. Spotify
zoom_out_map
13/14 (Divulgação)
O Spotify é um dos serviços pioneiros quando se fala em streaming de música. O aplicativo começou a ser desenvolvido em 2006, em Estocolmo, na Suécia. Em 2012, a startup ganhou a 16ª edição do prêmio Webby, que premia os sites mais importantes da internet. Em maio deste ano, o serviço chegou ao Brasil. Os artistas ganham de acordo com a quantidade de vezes que sua música é tocada.
-
14. Agora, veja mais sobre empreendedorismo
zoom_out_map
14/14 (Fernando Cavalcant)