Luis Filipe de Souza Sisson, fundador e presidente da iGUi: rede de franquias tem cerca de 40 fábricas e opera em mais de 50 países (iGUi/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 25 de julho de 2020 às 15h50.
Última atualização em 25 de julho de 2020 às 18h19.
O isolamento social despertou um desejo de investir mais na casa. Pelo menos é essa a tendência percebida pela fabricante de piscinas brasileira iGUi. O mês de junho de 2020 foi o melhor dos últimos 25 anos da história da rede de franquias. As vendas foram 123% maiores que em 2019, puxadas principalmente pela fábrica de Campos dos Goytacazes, que atende o Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A iGUi, fundada em junho de 1995, em Gravataí, no Rio Grande do Sul, possui cerca de 40 fábricas e opera em mais de 50 países com um modelo de representantes e máster franqueados. Fora o Brasil, a Argentina e o México são países em que a fabricante tem presença mais forte.
Com produtos de tíquete médio alto, entre 10.000 e 50.000 reais, a empresa viu suas vendas encolherem 20% entre 2012 e 2018, principalmente por conta da crise econômica brasileira de 2014. Em 2019, começaram a aparecer os primeiros sinais de recuperação, com o faturamento da rede aumentando 3% na comparação com o ano anterior, chegando a 495,8 milhões de reais.
Em 2020, o plano era seguir crescendo agressivamente. Quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao país, derrubando as vendas da rede em março e abril, a estratégia parecia ter ido por água abaixo. A partir de maio, no entanto, com uma nova estratégia de vendas remotas, a rede vendeu piscinas como nunca.
“O pessoal tem que ficar em casa, então decidiram melhorar o lazer. Nos Estados Unidos, nossas vendas vão triplicar este ano. Quem tem recursos quer investir na casa”, diz Luis Filipe de Souza Sisson, fundador e presidente da iGUi. Só em junho, no Brasil, a iGUi vendeu 2.000 piscinas, faturando cerca de 50 milhões de reais.
“Estamos conseguindo trabalhar bem durante a crise e pretendemos fechar o ano com faturamento de 10% a 30% a mais que no ano passado”, diz Sisson. Segundo o fundador, as fábricas têm uma capacidade ociosa, devido à queda de demanda nos últimos anos. Isso significa que, mesmo que as vendas aumentassem 50% em 2020, a iGUI teria capacidade de atender.
O sucesso na crise, para ele, se deve à rapidez dos vendedores em se adaptar ao novo cenário. Com as lojas fechadas, todo o atendimento passou a ser feito remotamente ou na casa do cliente, para avaliação do terreno.
“Nosso negócio trabalha na linha sanitária, as piscinas precisam ser tratadas, então fazemos delivery de cloro. Além disso, disse aos vendedores que conversassem com os consumidores sobre as piscinas. Telefone e computador não transmitem o vírus”, diz o presidente da rede. Quando o governo autorizou a construção civil a retomar, as obras de instalação das piscinas recomeçaram.
Para Sisson, o principal legado dessa crise para a iGUi será o atendimento em domicílio. “O cliente desapareceu da porta da loja, quase 100% das vendas foram feitas em casa”, diz o fundador. Percebendo que esse modelo veio para ficar, a marca orientou seus franqueados a se preparar. “É um caminho sem volta”.