Costa, da Embalixo: faturamento de 140 milhões neste ano embalado pela aversão à sacolinha do supermercado (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 3 de agosto de 2020 às 14h00.
Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 15h51.
O pânico generalizado com a contaminação pela covid-19 fez muita gente mudar a rotina ao voltar do supermercado. Ficou para trás o hábito de reaproveitar as sacolas plásticas fornecidas pelo supermercado para embalar o lixo doméstico — um foco potencial de vírus.
Em vez disso, na tentativa de minimizar o risco de ser alvo da pandemia, há quem tenha passado a comprar sacolas plásticas descartáveis — aqueles sacos pretos à venda em prateleiras dos supermercados.
A substituição está alavancando os negócios da Embalixo, fabricante de sacos plásticos de Hortolândia, no interior paulista. Em 2020 a empresa deve faturar 140 milhões de reais, uma expansão de 25% sobre o faturamento do ano passado. “Fazia tempo que não crescíamos desse jeito”, diz Rafael Costa, presidente da empresa, fundada há 17 anos em Campinas e hoje com unidades em Hortolândia e em Manaus.
Na lista de motivos para a expansão da empresa em meio à crise está também o fato de que mais gente em casa está produzindo mais lixo — e demandando mais os produtos da Embalixo. “Esse movimento compensou perdas em outras demandas importantes antes da pandemia, como a de restaurantes”, diz ele.
O mercado de embalagens para lixo no Brasil oferece oportunidades que, com o perdão do trocadilho, estão longe de se jogar fora. Segundo Costa, apenas 8% do lixo no Brasil é embalado em sacolas destinadas para este fim. O restante é via sacolinhas de supermercado. “Nos Estados Unidos, 99% compram sacolas destinadas para isso”, diz ele.
A demanda pela Embalixo já vinha embalada antes da pandemia por causa da proliferação de leis municipais endurecendo as regras para a concessão de sacolas plásticas em supermercados, numa tentativa de prefeitos e vereadores de reduzir a poluição causada pelo item.
Com tudo isso jogando a favor, a Embalixo deve investir 20 milhões de reais em novos produtos neste ano. Entre as apostas estão sacolas plásticas “verdes”, com emissão reduzida de carbono na fabricação.