Paz, Secco, Goldoni e Terres, da startup gaúcha Alright: foco em geradores de conteúdo regional (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco
Publicado em 2 de outubro de 2020 às 14h35.
Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 19h18.
O consumo de informação em plataformas digitais é cada vez maior ao redor do mundo – a pandemia e o isolamento social só aceleraram essa tendência.
Além de mudar o dia a dia de trabalho nas empresas jornalísticas, hoje em boa medida pautadas pela proliferação de conteúdos em redes sociais como Twitter e TikTok, a migração digital mudou o dia a dia também da publicidade. Em vez de atingir uma audiência de massa, a lógica tem sido a de buscar engajamentos de públicos específicos.
Tudo isso tem expandido o negócio da startup Alright, aberta em 2015, em Porto Alegre, pelos gaúchos Cesar Paz, Domingos Secco, Fabiano Goldoni e Luciano Terres para um nicho específico: conectar anunciantes de grande porte a portais de conteúdo de cidades do interior do país, um território onde os maiores veículos de comunicação costumam ter uma presença rarefeita.
Em 2020, a Alright deve faturar 11 milhões de reais, o dobro do ano passado, uma expansão em linha com o visto nos últimos cinco anos.
Em boa medida por causa desse ritmo de negócios sem crise, a Alright recebeu nesta semana uma segunda rodada de um aporte de 5 milhões de reais do Criatec 3, fundo do BNDES para pequenas e médias empresas administrado pela KPTL, gestora de venture capital resultado da fusão entre Inseed Investimentos e A5 Capital Partners, no ano passado, e com 50 empresas no portfólio.
A Alright atua dos dois lados da cadeia de compra e venda de publicidade em mídia digital. Para os veículos de comunicação oferece uma conexão com o ecossistema de leilões online para esse tipo de anúncio – a chamada "mídia programática".
Pelo lado dos geradores de conteúdo, o sistema da Alright habilita os portais regionais de conteúdo, boa parte deles sem estrutura de publicidade digital para além da venda de banners online a pequenos comércios locais, a entrar numa plataforma onde podem conseguir publicidade de empresas de porte nacional interessadas numa publicidade regional.
Entre os exemplos estão o Grupo Boticário, que contratou a Alright há alguns anos para campanhas de marketing destinadas a franqueados e clientes finais no interior do Sul do país.
Já para os anunciantes, a Alright garante aumentar o alcance e o impacto no perfil de cliente desejado com uma mídia programática com baixo risco de estar financiando sites que disseminam fraudes ou fake news. “A ferramenta da Alright vai ao encontro do desejo dos anunciantes por ambientes mais livres de desinformação”, diz Secco, um dos sócios da Alright.
“Isso cria ambiente mais seguro para as marcas e as ajuda a se protegerem, criando uma rede de conteúdo qualificado. Além disso, o dinheiro do anunciante brasileiro fica no Brasil.”
Os recursos do aporte de agora serão utilizados no desenvolvimento de novas tecnologias e na expansão do negócio para mais regiões brasileiras, dizem os sócios da Alright.
Para a KPTL, o que chamou a atenção no negócio da Alright foi o potencial de crescimento da empresa mesmo num cenário adverso como o da pandemia. "A Alright é um caso fora da curva no nosso portfólio de quase 50 empresas investidas", diz Renato Ramalho, presidente da KPTL.