Rodrigo Cruz, Bruno Passos e Guilherme Cruz, fundadores da Gonddo: empreendedores tiveram passagem por empresas de tecnologia como Locaweb, Creditas e Facily (Gonddo/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 12 de março de 2021 às 10h56.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 22h05.
Em janeiro de 2020 três amigos deixaram suas carreiras no mercado de tecnologia para empreender juntos. Foi assim que nasceu a startup Gonddo, uma central online de compras que conecta pequenas empresas brasileiras com dezenas de fornecedores do país. Em pouco mais de um ano de operação, a startup já conquistou 1.000 clientes dos setores de alimentação, cosméticos e produtos naturais.
Para acelerar o negócio, os fundadores Rodrigo Cruz, Bruno Passos e Guilherme Cruz foram buscar ajuda no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e conquistaram uma vaga no programa de aceleração da Y Combinator, uma das maiores aceleradoras do mundo, que aportou 125.000 dólares na empresa.
Antes da Y Combinator, a Gonddo havia concluído uma rodada de captação seed liderada pela Iporanga Ventures (Loggi, Quero Educação), com participação da americana Verve Capital e de investidores-anjo como Tiago Dalvi, fundador da empresa de e-commerce Olist, e Brian Requarth, da VivaReal. A startup não divulga o valor da rodada.
A Gonddo nasceu de um desejo do economista Rodrigo Cruz de empreender. O jovem cresceu em Porto Velho, em Rondônia, acompanhando o trabalho dos pais como distribuidores atacadistas de produtos para supermercados e farmácias. Ele veio estudar no estado de São Paulo aos 17 anos e se formou em economia na Unicamp. De lá, foi trabalhar para bancos como Itaú e Merrill Lynch, mas só se encontrou ao trabalhar na startup Facily, de compras coletivas para população de baixa renda.
No final de 2019, ele decidiu sair da empresa e fundar seu próprio negócio. Para acompanhá-lo na jornada, convidou os amigos Bruno Passos e Guilherme Cruz, que trabalhavam na área de tecnologia de empresas como Locaweb e Creditas. “Na época, a gente só sabia que queria fazer algo voltado para os pequenos negócios, mas não tinha um modelo definido”, diz Rodrigo.
Estudando o mercado, a Gonddo entendeu que poderia ajudar os pequenos empreendedores a otimizar a compra de produtos, que ainda era feita de forma descentralizada e analógica. “Percebemos que eles dependiam muito do contato direto com o fornecedor, de planilhas e de pesquisas feitas pelo Instagram ou em feiras de negócios”, afirma o fundador.
A startup, então, começou como um marketplace em que fornecedores de alimentos, cosméticos e produtos naturais poderiam oferecer seus produtos para os lojistas. Hoje, são 70 fornecedores cadastrados e cerca de 150 pequenas empresas que compram mensalmente.
Segundo Rodrigo, a principal vantagem que a startup oferece para lojistas e fornecedores é o prazo de pagamento. Os clientes têm até 60 dias para pagar os produtos adquiridos pelo marketplace, o que garante que eles tenham tempo para organizar o estoque e o fluxo de caixa de suas lojas. Já para os fornecedores, a Gonddo garante o pagamento da venda em 30 dias. “A gente assume o risco de crédito da venda.”
A pandemia de coronavírus acabou impulsionando o negócio, já que milhares de empresas e fornecedores precisaram buscar alternativas digitais para seguir operando. De acordo com os fundadores, a empresa cresceu 70% ao mês ao longo de 2020. “A gente teve uma fase de susto no começo, mas logo percebemos que seríamos a única alternativa para os clientes continuarem ativos”, relembra Rodrigo.
Hoje a startup está sediada em uma casa no bairro de Pinheiros, em São Paulo, e conta com uma equipe enxuta de seis pessoas. Até o final do ano, o plano dos sócios é ultrapassar a casa dos 5 milhões de reais de faturamento, entrar em três novas verticais de produtos e chegar a marca de 1.000 clientes mensais ativos na plataforma. “A gente nunca investiu em aquisição de cliente, apostamos no boca a boca, na recomendação das marcas e dos lojistas”, diz o fundador.