WINDSOR: fãs dormem do lado de fora do castelo onde será celebrado o casamento real neste fim de semana / Toby Melville/ Reuters (Toby Melville/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 18 de maio de 2018 às 17h15.
Última atualização em 18 de maio de 2018 às 17h21.
Basta uma busca rápida em um site de reservas de hotéis para perceber que conseguir alojamento em Windsor neste fim de semana não é tarefa fácil, nem barata. A pequena cidade de 26 mil habitantes receberá milhares de turistas de todas as partes do mundo que irão acompanhar o casamento do príncipe Harry, 33 anos, com a atriz norte-americana Meghan Markle, 36 anos, neste sábado (19).
Nessa quinta-feira (17), sites de reserva indicavam vagas em apenas três hotéis da cidade para a data do casamento. E as diárias variam entre 260 e 430 euros (algo em torno de R$ 1 mil a R$ 1.700). E o movimento dos curiosos não é apenas em Windsor, mas também na capital Londres, que fica a cerca de 35 km de distância.
A expectativa é de que 100 mil pessoas se desloquem até o local para tentar ver algum detalhe das bodas.
A partir das 13h (horário local), os recém-casados farão um percurso desde a Capela de São Jorge, onde será realizada a cerimônia religiosa (com início às 12h - 8h horário de Brasília), até o Castelo de Windsor na carruagem real. O trajeto, que deve durar cerca de 25 minutos, consiste em um pequeno pela cidade de Windsor, passando pela Avenida Long Walk e voltando ao castelo.
Durante todo o percurso, telões estarão transmitindo imagens ao vivo para o público.
Com tantos curiosos e admiradores, as linhas de trens terão o dobro de vagões em funcionamento para tentar atender a demanda. As autoridades recomendam que os turistas carreguem o mínimo de bagagens para agilizar as revistas de segurança e que se desloquem com bastante antecedência para evitar frustração.
Para os que forem de carro, a orientação é reservar antecipadamente vagas de estacionamento e esteja ciente do fechamento das estradas ao longo da rota da procissão, a partir das 22h de hoje (18), véspera da cerimônia.
O grande fluxo aquece a economia local - com os gastos dos turistas em hospedagem, alimentação, bebidas, lazer e, claro, souvenirs. Os brindes e recordações do casamento do caçula da princesa Diana (morta em 1997) e do princípe Charles inundaram o comércio.
Caneca, bonés, máscaras com o rosto dos noivos, camisetas, bandeiras, pratos, toalhas de mesa, chaveiros, colheres, ímãs de geladeira e marcadores de texto. Há de tudo e para todos os bolsos. Uma caneca com a foto do noivado, por exemplo, pode custar 20 libras esterlinas, cerca de R$ 100. Quem quiser uma recordação com um preço mais modesto, os chaveiros e os ímãs são uma boa opção, com custo de 3 libras esterlinas, ou seja, R$ 15.
O faturamento com o casamento começou há meses. Agências de turismo já vinham oferecendo pacotes com passeios que repetem o trajeto que os noivos farão no dia da cerimônia. Há visitas à Casa Frogmore, por exemplo, que é uma casa de descanso usada pela família real e fica aberta à visitação em determinadas épocas do ano. Outra atração é o passeio de barco pelo Rio Tâmisa, que pode também render uma caminhada pelas margens. E, claro, como não poderia deixar de ser, visitas à Capela de São Jorge, onde será realizada a cerimônia religiosa.
Uma consultoria citada pela TV britânica BBC afirma que, apenas no fim de semana do casamento, cerca de US$ 1 bilhão deve ser injetado na economia da região.
É verdade que os casamentos reais sempre chamam atenção. Este, especialmente, tem atraído muito a atenção da imprensa. A começar pela noiva, que é divorciada, afro-americana e feminista. Na última semana, uma polêmica envolvendo o pai de Meghan, que não irá ao casamento, também rendeu manchete nos tablóides. Além disso, ficaram de fora da lista de convidados figuras políticas importantes da atualidade. E, para completar, um príncipe que convida suas ex-namoradas para a cerimônia.
Todas essas circunstâncias, somadas à curiosidade natural que a família real instiga, fazem com que cerca de 5 mil profissionais de imprensa façam a cobertura do evento.
Os custos com a celebração, que incluem os gastos com igreja, flores, música, comida e bebidas, ficará por conta da família real, segundo o Palácio de Kesington. Estima-se que os valores podem chegar a 32 milhões de euros, sendo que quase 30 milhões gastos apenas com a segurança do evento.
A capela tem capacidade para abrigar até 800 pessoas, apesar de os noivos terem convidado 600 para a celebração religiosa. No entanto, 2.640 convidados poderão assistir a chegada dos noivos e dos convidados à capela e ver a procissão da carruagem enquanto se afasta do Castelo de Windsor (Windsor Castle).
De noite, os recém-casados comemorarão com uma recepção para 200 convidados, apenas amigos próximos e parentes. Oferecida pelo príncipe Charles, a recepção será na Casa Frogmore. A data e o local da lua de mel ainda não foram divulgados, mas não deve ocorrer nos dias seguintes ao casamento nos próximos dias.
A lista completa inclui 1.200 convidados de todas as partes do Reino Unido, de diversas idades e origens, inclusive jovens que exerçam liderança em suas comunidades; 200 que fazem parte de instituições de caridade; 610 membros da comunidade do Castelo de Windsor; 530 membros de famílias reais e 100 crianças de escolas locais.
Harry e Meghan optaram por não convidar líderes políticos, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May.
A declaração oficial do Palácio de Kensington (residência do príncipe William e da princesa Kate Middleton, respectivamente Duque e Duquesa de Cambridge), feita no dia 2 de março deste ano, afirma que os noivos queriam que "membros do público se sentissem parte das celebrações também". A nota dizia ainda que o casamento será um momento de alegria e diversão que refletirá a personalidade e os valores da noiva e do noivo.
Os homens devem vestir "traje matinal ou de salão" para os homens e as mulheres "vestido de dia com chapéu" - o que significa camisas, ternos, gravatas, cartolas e coletes para eles e vestidos na altura do joelho para ela.
O vestido mais esperado - o de Meghan Markle - permanece em segredo.
A noiva do princípe Harry anunciou nesta quinta-feira (17), por meio do twitter do Palácio de Kensington, que seu pai, Thomas Markle, não comparecerá ao casamento, porque foi submetido a uma cirurgia cardíaca.
Na nota, ela afirmou que sempre cuidou do pai e que espera "que ele tenha o espaço que precisa para cuidar da própria saúde". Meghan também agradeceu as mensagens de apoio que vem recebendo.
Ainda não se sabe quem levará Meghan ao altar, mas há especulações de que poderia ser a mãe da noiva, Doria Ragland, ou até mesmo o príncipe William, que será padrinho do casamento.
Nesta sexta-feira, a noiva e a mãe ficarão hospedadas no luxuoso Cliveden House Hotel, a cerca de 14 quilômetros do Castelo de Windsor.
O príncipe Harry passará a última noite de solteiro no hotel 5 estrelas Coworth Park, com o irmão, William.