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Cachaça pode virar atração turística

As empresas que produzem a bebida com registro de indicação de procedência podem faturar mais com as vendas

Além da cachaça de Paraty, outras seis regiões brasileiras têm o registro de indicação de procedência (//Divulgação)

Além da cachaça de Paraty, outras seis regiões brasileiras têm o registro de indicação de procedência (//Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h35.

Brasília - A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são ótimas oportunidades para explorar novos pontos turísticos. As regiões brasileiras produtoras de cachaça, bebida famosa entre estrangeiros, podem se tornar atrativos. Com essa perspectiva, os produtores da cachaça fabricada em Paraty (RJ), primeira região do País a obter o selo de Indicação Geográfica para a bebida, devem trabalhar para atrair os viajantes.

Desde 2007, cinco produtores têm direito a usar o selo de indicação de procedência autorizado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que garante que o produto obedece a uma rígida normativa técnica. "Com o uso do selo a região começa a se desdobrar para o turismo e na Copa os turistas vão querer experimentar o produto. É uma ótima oportunidade", orienta a analista técnica do Sebrae Hulda Giesbrecht

Já de olho nesse potencial os produtores estão desenvolvendo uma rota que poderá interessar aos turistas. "Estamos montando o roteiro da cachaça para atrair turistas que vêm para a Copa. Queremos estar bem estruturados para explorar o turismo rural da região", afirma o presidente da Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça de Paraty (Apacap), Eduardo Calegario Mello.

Por ano os produtores comercializam 400 mil litros de cachaça, sendo 10% destes com o selo. Mas as bebidas que obedecem aos critérios de qualidade são vendidas por um preço mais vantajoso. A cachaça com o selo chega a custar até 20% a mais do que a que não tem o registro. "No Brasil, Indicação Geográfica ainda é um termo desconhecido, mas estamos nos preparando para começar a exportar e o selo vai abrir muitas portas", afirma Calegario Mello.

Essa é a expectativa do produtor Lúcio Gama Freire. Em setembro, ele lança no mercado a Cachaça Pedra Branco, que já nascerá com o selo que garante sua procedência e o cumprimento das exigências. "O selo vai agregar valor à cachaça", espera o empresário. Sua fabricação será de 30 mil litros por ano e a expectativa é que metade do volume atenda às exigências do INPI.

Além da cachaça de Paraty, outras seis regiões brasileiras têm o registro: o café da Região do Cerrado Mineiro, o couro acabado do Vale dos Sinos, o vinho do Vale dos Vinhedos, a carne bovina do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional, a uva e a manga do Vale do Submédio São Francisco e o vinho de Pinto Bandeira. Outros 24 pedidos estão tramitando no INPI com o objetivo de obter o selo.

Para ajudar os empreendedores a profissionalizar seus negócios, o Sebrae recebeu até meados de julho inscrições para a Encomenda de Projetos de Apoio à Gestão das Indicações Geográficas Registradas e Depositadas. A iniciativa tem como objetivo selecionar para apoio financeiro do Sebrae projetos de melhoria da gestão das regiões. O valor máximo a ser repassado pelo Sebrae é de R$ 200 mil por projeto. O recurso deve ser utilizado para melhorar a gestão do negócio.

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