Mulher pensando em dinheiro: bancos anunciaram novidades na área de financiamentos para unidades franqueadas (SIphotography/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 20 de junho de 2016 às 12h00.
São Paulo – Não é novidade que o cenário econômico está difícil. Isso se reflete em uma demanda cada vez maior de empreendedores na busca por crédito. E os grandes bancos já estão se posicionando para aproveitar a demanda e oferecer serviços formatados para a recessão.
Na 25ª edição da ABF Expo Franchising, evento idealizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), os bancos Bradesco e Santander anunciaram suas novidades na área de financiamentos para unidades franqueadas.
Antonio Gualberto Diniz, diretor do Departamento de Comercialização de Produtos e Serviços do Bradesco, conta que o banco disponibiliza serviços de crédito para o setor de franquias desde 2009, e criou a área de Franquias & Negócios.
No primeiro trimestre de 2016, a demanda de crédito aumentou 15,57% no Bradesco, em comparação anual. “Observamos franqueados que já possuem loja e desejam reformar ou ampliar o número de lojas”, diz o diretor. Outra parcela é formada por profissionais maduros que veem no setor de franquias a oportunidade de empreender. “Geralmente, possuem uma parte do capital e precisam de complemento para montar a sua primeira franquia.”
Na ABF Expo Franchising, o Bradesco anunciou duas linhas de crédito.
A primeira delas, chamada FAMPE Franquias, conta com a garantia do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), criado por ABF e Sebrae. Basicamente, o fundo atua como avalista do crédito contratado, dando garantias para até 80% dessa operação. Isso favorece a análise de crédito do franqueado e facilita a concessão de crédito (o fundo não atua como pagador de nenhuma porcentagem do valor do crédito assumido).
O objetivo é financiar investimentos de montagem, reforma e ampliação da unidade franqueada. Para a linha associada ao Fampe, serão destinados até 250 mil reais para micro empresas e até 375 mil reais para pequenas empresas. A taxa é de 2,28% ao mês, com prazo de até 60 meses. A linha já existia, mas ampliou seus valores de concessão e o prazo máximo de contrato.
A segunda linha de crédito é associada ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e se chama BNDES Progeren. Essa linha é destinada para quem precisa de capital de giro de longo prazo e precisa pagar, por exemplo, aquisição de estoque, matéria-prima e folhas de pagamento. O limite máximo de financiamento é de até 16 milhões de reais, com prazo máximo de 60 meses. A taxa cobrada é de 7,5% ao ano mais a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) do BNDES, que está em 7,5% ao ano também.
No ano passado, o Santander lançou um programa global voltado a pequenos e médios empreendimentos, chamado Santander Negócios & Empresas. A iniciativa combina capacitação, networking, incentivo à internacionalização e produtos de atendimento, crédito e serviços.
O banco anunciou na ABF Expo Franchising que irá disponibilizar mais 1 bilhão de reais em crédito ao setor de franquias. O banco conta com 85 redes de franquias brasileiras em sua carteira de clientes, e pretende dobrar o número até o fim deste ano. Em um comunicado do banco, Ede Viani, diretor de Empresas e Instituições do Santander, afirma que o banco quer “ser reconhecido como o banco das franquias.”
Dentro desses recursos, 375 milhões de reais serão concedidos a pequenas e médias empresas (faturamento de até 3,6 milhões de reais por ano) com garantias do Fampe. A taxa é de 1,95% ao mês, com prazo máximo de contrato de 48 meses.
Os clientes do Santander que adotarem a linha terão descontos progressivos no aluguel das máquinas Getnet, que passam cartões de débito e crédito, e também nas taxas da linha de crédito. O resto do valor emprestado pelo Santander (625 milhões de reais) está contido em outras linhas de financiamento – mas a que possui o aval do Fampe possui as menores taxas.
Vale lembrar que, antes de embarcar em um financiamento bancário, é preciso estudar bem quais opções sua empresa tem para equilibrar as contas e impulsionar o crescimento. Veja sete passos para tirar sua empresa do vermelho, cinco itens essenciais para ter um negócio no azul e dicas para seu negócio lidar com um período de crise.